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17 livros atemporais que todo estudante precisa ler

Veja aqui a lista de livros atemporais que selecionamos para enriquecer o seu repertório e fazer de você uma referência em qualquer roda de conversa.

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Você já ouviu a expressão "nenhuma experiência é única"? A literatura tem esse poder mágico de atravessar o tempo, revelando que nossas alegrias e dores não só nos conectam a pessoas do outro lado do mundo hoje, mas também ecoam as mesmas emoções que nossos antepassados viveram séculos atrás.  

Essa característica já bastaria para tornar qualquer livro atemporal – mas alguns se destacam ainda mais, deixando marcas profundas na história e na sociedade. Veja abaixo a lista que selecionamos para enriquecer o seu repertório e fazer de você uma referência em qualquer roda de conversa.  

1. A República (c. 380 a.C.) - Platão

Este é um livro sobre a concepção do Estado ideal, governado por líderes justos, sábios e instruídos, sendo a base da formação do Ocidente e de suas correntes políticas. Nele, Platão analisa todos os sistemas de governo existentes na época, sobretudo a aristocracia, a oligarquia, a democracia e a ditadura, apresentando suas próprias teorias, incluindo o mito da caverna, que será um texto obrigatório para introdução à filosofia até hoje.  

2. Contos de Genji (c. 1021) - Murasaki Shikibu

Trata-se do primeiro romance do mundo, cuja publicação revolucionou a literatura ao explorar emoções e relações humanas com profundidade inédita, enquanto apresentava o complexo mundo da corte de Heian. Por ter inspirado outras obras artísticas e a cultura japonesa como um todo, este livro é leitura obrigatória para quem busca conhecer referências do Oriente.  

3. A Divina Comédia (1321) - Dante Alighieri

Essa obra-prima é uma síntese única de teologia, filosofia e política do século XIV, com uma crítica social à corrupção eclesiástica da época. O poema possui três personagens principais: Dante, o protagonista que personifica o homem; Beatriz, que representa a fé; e Virgílio, que pode ser considerado o símbolo da razão. Sua visão do cosmos influenciou a arte por séculos, sendo, inclusive, ilustrada pelo pintor italiano Botticelli.

4. Hamlet (1603) - William Shakespeare

Não dá para falar de livros atemporais sem citar Shakespeare. Hamlet narra a tragédia do príncipe dinamarquês, explorando temas universais como vingança, os princípios da ética e da moralidade, e a natureza do ser humano. Faz parte da composição dessa história o famoso monólogo "Ser ou não ser", que é amplamente citado nos quatro cantos do planeta, e marcou profundamente a cultura ocidental e seus movimentos artísticos.

5. A Lei (1850) - Frédéric Bastiat

Com um único ensaio de poucas páginas, Bastiat deu início a diversos movimentos político-econômicos ao apresentar e defender que a verdadeira função da lei é proteger as liberdades individuais. Sua crítica primordial é contra o intervencionismo estatal excessivo, o qual nomeia de "roubo legalizado". Essa obra é fundamental para entender as bases do liberalismo clássico.

6. Os Miseráveis (1862) - Victor Hugo

Esse épico narra a redenção de Jean Valjean perseguido pelo inspetor Javert às vésperas da Revolução Francesa, sendo uma forma de visualizar “de dentro” a ebulição de ideias que marcou esse período. Por meio de personagens memoráveis, Victor Hugo denuncia a injustiça social e sai em defesa da compaixão, colocando-os em situações que, infelizmente, ainda acontecem hoje. Você pode ler ou assistir à obra, que já foi adaptada duas vezes no cinema como musical.

7. O Nosso Amigo em Comum (1865) - Charles Dickens

Este livro é o último romance completo de Dickens, que usou todo seu talento para satirizar a sociedade vitoriana em que vivia. Entre os temas explorados pelo autor estão a ambição dos novos ricos; a ingenuidade dos pobres aspirantes; e o poder infalível do dinheiro de pulverizar a falsa promessa de que tê-lo também significa ser feliz. Sua análise crítica sobre as origens da corrupção é certamente atemporal.

8. Crime e Castigo (1866) - Fiódor Dostoiévski

Este clássico russo é um romance psicológico, que acompanha Raskólnikov após cometer um assassinato, do qual se defenderá mostrando como figuras históricas, como Napoleão, também foram assassinos absolvidos pela História. O autor explora com maestria temas como pecado, culpa, sofrimento e redenção, analisando profundamente a psique humana. Seu mergulho niilista, que rejeita a existência de verdades absolutas, foi revolucionário à época e ainda é muito estudado até hoje.  

9. O Alienista (1882) - Machado de Assis

O primeiro brasileiro da lista não poderia ser outro. Machado de Assis escreveu esta sátira política para fazer uma crítica tanto à ciência positivista quanto às convenções sociais de sua época. Assim, sua obra-prima questionou os limites entre razão e loucura, normalidade e desvio, alimentando discussões sobre saúde mental e exclusão social em um país onde a primeira lei antimanicomial somente foi promulgada em 2001.  

10. O Ser e o Nada (1943) - Jean-Paul Sartre

Esta é a principal obra do existencialismo francês, sendo considerada assustadora por muitos por conter a defesa de que "o homem está condenado a ser livre". Mas o que Sartre argumenta é que somos os criadores do propósito da nossa existência. Assim, sua relevância atemporal reside na conclusão de que a vida só ganha sentido quando assumimos a responsabilidade de cada escolha, mesmo diante da ausência de verdades eternas.

11. O Diário de Anne Frank (1947) - Anne Frank

De todas as obras sobre a Segunda Guerra Mundial, esta é a mais conhecida, sendo símbolo universal da luta pelos direitos humanos. Durante dois anos, Anne Frank documentou sua clausura no Anexo Secreto em Amsterdã enquanto tecia reflexões íntimas, que revelaram os horrores nazistas pela perspectiva de uma vítima. Sua mensagem sobre o poder da resiliência humana diante da adversidade mantém profunda relevância na atualidade.

12. 1984 (1949) - George Orwell

Trata-se de uma distopia sobre uma sociedade totalitária com vigilância estatal absoluta, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. O livro alerta sobre os perigos do autoritarismo e da manipulação da informação que, na era digital, se massificou tanto pela gratuidade quanto pela facilidade de uso das redes sociais. Até hoje, qualquer discussão sobre privacidade, por exemplo, é beneficiada pelo que Orwell escreveu ainda no século XX.

13. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada (1960) - Carolina Maria de Jesus

Outra obra com escrita autobiográfica para fazer você refletir sobre a segregação racial, agora, no contexto do seu próprio país. A linguagem comove o leitor pela sensibilidade ao documentar a pobreza vivida em São Paulo nos anos 1950 de forma realista. Trata-se de um símbolo da literatura marginal brasileira, essencial para entender a desigualdade social no Brasil.  

14. Rota 66: A história da polícia que mata (1993) - Caco Barcelos

Terceiro e último brasileiro da lista, este é um livro jornalístico, que investiga rigorosamente o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, Caco Barcellos denuncia a atuação arbitrária da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Sua abordagem corajosa influenciou gerações de repórteres, sendo relevante especialmente para estudantes da área.  

15. O Código Da Vinci (2003) - Dan Brown

Se você é fã de thriller, vai amar ler esta obra que mistura arte, religião e teorias da conspiração sobre o Santo Graal e Maria Madalena, em uma trama repleta de segredos e pistas para você conduzir sua própria investigação. Polêmico, Dan Brown revolucionou o gênero de suspense histórico-religioso com sua narrativa eletrizante e interpretações alternativas sobre a conduta da Igreja Católica em relação à vida de Cristo.  

16. Deep Work (2016) - Cal Newport

O livro defende a importância do “trabalho profundo”, que é a capacidade milenar de se concentrar sem distração em uma tarefa cognitivamente exigente, enquanto ensina um regime de treinamento para recuperá-la no contexto social atual. Cal Newport tornou-se referência no campo da produtividade profissional e suas ideias são especialmente relevantes para quem quer se destacar no mercado.

17. Castas: As origens do nosso descontentamento (2020) - Isabel Wilkerson

Este best-seller analisa sistemas de hierarquia social nos EUA por meio de comparações históricas. Sua autora Isabel Wilkerson, vencedora do Pulitzer, conseguiu traçar um paralelo entre a segregação racial estadunidense, o Holocausto judeu e o sistema de castas da Índia. Por trazer um novo olhar sobre questões históricas do século passado e ser referência para movimentos atuais, como Black Lives Matter, o livro já pode ser considerado atemporal.  

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