Estágio e carreira

Geração Z: o que a define e quais são suas ambições?

Diversos fatores influenciam as escolhas da Geração Z em relação às suas carreiras e vidas pessoais. Conheça alguns deles neste artigo!

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Em geral, é a partir dos 17/18 anos que se inicia a inserção no mercado de trabalho, de forma direta ou indiretamente, como por meio do ensino superior em vagas de estágio. Os primeiros "GenZ’s" chegaram a essa faixa etária em 2014, ou seja, no primeiro ano da recessão econômica brasileira, que perdurou pelo menos até 2017.

Durante esse período, o Brasil registrou recorde no índice de desemprego, com 13,7% da população apta a trabalhar desocupada. Tamanha incerteza, somada às expectativas naturais da juventude para o futuro e também ao reconhecimento de que outros países não estavam na mesma situação, formam-se três dos vários fatores que influenciaram e influenciam as escolhas da Geração Z em relação às suas carreiras e vidas pessoais.

Além disso, períodos históricos também trazem novas profissões. Até 2008, não existiam cargos para gerência de mídias sociais, desenvolvimento de aplicativos móveis, análise de big data ou criação de conteúdo para YouTube. Inclusive, esse último ainda era tratado como hobby ou amadorismo à época.

Quer saber como os GenZ’s navegaram nesse mar turbulento, sem a menor ideia do que despontaria no horizonte? Então, acompanhe a gente até o fim deste artigo!

Quem é a Geração Z?

Regras sociais, tendências de comportamento, moda, descobertas científicas e tantas outras coisas que diferenciam os períodos históricos são resultado das ações dos seres humanos. Todavia, enquanto alguns participam dessas criações, outros são criados a partir delas.

Nesse sentido, os GenZ’s caíram de paraquedas em um contexto político, econômico e cultural moldado por seus antecessores: os Millenials e, principalmente, a Geração X. Afinal, para registro sociológico, a Geração Z é composta pelos jovens nascidos entre 1995 e 2010.

Alguns dos maiores eventos desse período foram, por exemplo:

  • Início da Era Google em 1998;
  • Ataque às Torres Gêmeas em 2001;
  • Conclusão do Projeto Genoma Humano, em 2003.

Sem falar do nascimento de grandes nomes que perduram até hoje, como o Facebook (2004) e o iPhone (2007). Com a popularização da internet, tais inventos incendiaram o processo da globalização, cuja integração passou a ser instantânea e via canais multilaterais. Ou seja, quem consome mídia também pode produzi-la livremente.

Geração Z empreende com a quebra da unilateralidade promovida pelos meios de comunicação contemporâneos.

Não é à toa que, desde crianças, os GenZ’s reconhecem o poder de suas vozes e que são ecossistemas inteiros em si mesmos, pois são capazes de atingir milhares - senão milhões -, de pessoas ao redor do mundo com 140 caracteres pelo Twitter.

Ou de produzir música de altíssima qualidade, gravar, mixar e disponibilizá-la on-line pelo Spotify para quem quiser ouvir. Isso depois de ter aprendido um instrumento novo com uma série de vídeos do YouTube.

Ainda assim, há quem diga que os GenZ’s têm sido ignorados no mercado. Grande erro de quem faz isso! Com uma janela de atenção de oito segundos, eles são astutos e qualquer coisa sem autenticidade não vai cativá-los ou muito menos convencê-los.

Descubra a seguir quais são as características e ambições pessoais dessa geração, que promete mudar o mundo.

Leia também: O papel dos líderes no combate ao racismo no mercado de trabalho

Características e ambições pessoais dos GenZ’s

Forte senso de identidade, ativismo e pensamento crítico aguçado definem a Geração Z.

GenZ’s são os primeiros indivíduos nativamente digitais do planeta Terra, que nunca precisaram esperar muito tempo para encontrar respostas às suas perguntas de tarefas escolares. Quando precisavam ou sentiam-se meramente curiosos, uma enxurrada de informações aparecia instantaneamente em uma tela diante deles.

Contudo, tanto conhecimento tem seus lados positivos e negativos.

Ao olhar a xícara meio cheia, percebemos que a alta conectividade em escala global fez a Geração Z comportar-se de forma muito mais receptiva e inclusiva do que qualquer outra. Eles sabem escutar, buscam pela diversidade e a defendem quando estão sob os ataques do tradicionalismo.

Dentro da aldeia global da internet, todos têm voz e devem ser respeitados. Essa é a “Lei dos GenZ’s”.

Além disso, os GenZ’s têm um forte senso de suas identidades. Afinal, do minuto em que ingressam em uma nova rede social, eles sabem que estão divulgando suas marcas pessoais. Assim como também reconhecem o potencial que esse simples passatempo possui para tornar-se um negócio de sucesso.

Em contrapartida, o copo pode, sim, estar meio vazio às vezes. A superexposição à notícias ruins e o fácil acesso à informações que podem resultar em más escolhas é, com certeza, um dos maiores problemas. A Geração Z está aterrorizada com relação ao futuro, o que se traduz em elevados níveis de ansiedade, depressão e suicídio.

Nesse cenário, você deve estar se questionando, quais são os valores nutridos pelos GenZ’s?

Valores da Geração Z na vida pessoal

Saúde, privacidade, ativismo social e planejamento familiar. Em resumo, são os principais valores que a Geração Z cultiva em suas vidas pessoais. Mas é claro que isso varia, uma vez que 14 anos separam os primeiros GenZ’s dos últimos.

Enquanto o uso de preservativos e o foco em suas carreiras e paixões já é uma realidade para os mais velhos, tais assuntos aparecem como a tendência predominante para os caçulas. Acha que estamos exagerando?

Então, vamos a alguns números:

  • Pesquisa realizada pelo EIT Food mostrou que, jovens entre 18 e 24 anos preferem alimentos integrais, orgânicos e vegetais, com 79% classificando alimentos processados como "não saudáveis".
  • Estudo da Deloitte revelou que 72% da Geração Z concorda que a diferença entre as pessoas mais ricas e mais pobres do seu país está se ampliando.
  • Relatório do EY divulgou que 85% dos GenZ’s acreditam que o racismo é um grande problema, sendo que para 23% é o principal.
  • Levantamento da Youth Decoded expôs que 82% dos jovens de 13 a 24 anos se preocupam com seus dados coletados on-line. Mas também acreditam que não há problema se as empresas forem transparentes sobre o que estão fazendo com eles.
  • Dados publicados pelo PewResearch e pelo Sinasc destacaram que casos de gravidez na adolescência caíram mais de 50% nos Estados Unidos na última década e 41% no Brasil em 20 anos.

Incrível, não é mesmo? Agora, vem descobrir como a Geração Z lida com suas carreiras e oportunidades de mercado.

Saiba mais: Como ser um profissional aliado da causa LGBTQIAP+

Características e ambições profissionais

Inovadores e pragmáticos: GenZ’s têm melhores habilidades de negociação no ambiente de trabalho.

Em vez de falarmos sobre como os GenZ’s se comportam no ambiente profissional, o que seria muito parecido com o que já apresentamos, nos dedicaremos exclusivamente aos modos como eles se apropriam do trabalho.

Bem diferente de seus antecessores sociais, que sonhavam em estampar a capa da revista Forbes na edição 30 Under 30, a Geração Z é muito mais realista. Afinal, o mundo não é um lugar seguro em nenhum aspecto, político ou econômico.

Esses jovens já cresceram sabendo que, muito provavelmente, não vão se aposentar pelo Governo e não terão uma casa própria.

Por outro lado, a geração anterior foi criada com a ilusão de que construiriam uma vida com as mesmas facilidades que um mundo com menos concorrência devido ao que o analógico ofereceu aos seus pais, boomers ou GenX.

Todo esse pragmatismo se traduz em importantes soft skills: maior diplomacia e habilidade para negociar e fazer concessões quando trabalhando em equipe. Reparem bem: os GenZ’s são estatisticamente mais inclinados a lutarem pelos direitos LGBTQIAP+ e, mesmo assim, se dizem pertencentes a religiões consideradas conservadoras.

Sabe por que eles se sentem confortáveis de interagir com o tradicionalismo? Primeiramente, porque eles sabem que o convívio não os faz menos leais aos seus princípios.

E, em segundo lugar, porque desse modo eles são capazes de extrair somente aquilo que lhes têm serventia. Em resumo, o que para outras gerações pode soar como hipocrisia, para os GenZ’s, é apenas mais um jogo de "ganha-ganha". 

Até porque, ser pragmático não é fechar os olhos para o que está errado, muito antes o contrário. No ambiente de trabalho, o funcionário da Geração Z é aquele que vai a fundo em suas pesquisas para revelar a verdade. E, quando ele descobrir, não haverá nenhum escarcéu, pois os GenZ’s colocam o diálogo acima do confrontamento.

Por fim, a impecável noção de que o mundo não anda lá com as pernas muito boas fez (e ainda faz) desses atores sociais os mais empreendedores de todos os períodos históricos. “Se a falência é um problema tão possível quanto uma demissão, pelo menos estarei no controle!” É assim que a Geração Z pensa.

E, com a infinidade de recursos que a internet colocou à disposição deles, os GenZ’s vão estudar muito para administrar os seus próprios negócios a fim de garantir a estabilidade financeira que almejam.

Embora não sejam idealistas, no sentido de viver com a cabeça nas nuvens, não dá para negar que eles não vendem sua mão de obra sem um bom motivo, que esteja alinhado aos seus valores morais. E, por falar nisso, você está prestes a descobrir o que os GenZ’s valorizam profissionalmente.

Valores da Geração Z no ambiente de trabalho

Equilíbrio entre vida pessoal e carreira, salários justos, senso de propósito e inclusão social. Em resumo, esses são os principais valores que a Geração exige do mercado de trabalho. Nesse ponto, porém, há menos divergências entre os primeiros e os últimos GenZ’s.

Isso porque boa parte que hoje tem entre 12 a 18 anos ainda é estudante em escolas ou em pré-vestibulares. Talvez, quando eles iniciarem sua vida profissional, aconteça uma mudança nesse cenário.

Mas, por enquanto, os números abaixo são um retrato da realidade:

  • Levantamento da Though Exchange mostrou que 71% dos GenZ’s procuram candidatar-se especificamente a empresas que valorizem a diversidade.  
  • Relatório da Lever descobriu que 42% da Geração Z prefere estar em uma empresa que lhes dê sendo de propósito do que em uma que pague mais;
  • Estudo da Workmonitor Randstad revelou que, 56% dos GenZ’s estão dispostos a deixar um emprego, caso interfira em suas vidas pessoais;
  • Pesquisa da ADP Reaseard Institute expôs que 71% das pessoas com 18 a 24 anos considerariam trocar de emprego se fossem obrigados a deixar o home office. 

A dura realidade, contudo, nem sempre permite que esses atores sociais façam tais escolhas com a liberdade da qual todo mundo deveria usufruir. E isso nos leva de volta aos elevados índices de distúrbios mentais que mencionamos antes.

Mas, sem baixo-astral por aqui! Já que mencionamos os problemas anteriores, vamos finalizar este artigo com dicas para você e seus amigos GenZ’s.

Descubra: Como o viés comportamental influencia nossas carreiras

Geração Z em equilíbrio

O que exatamente está por trás da falta de saúde mental da Geração Z?

Grandes partes do nosso sistema nervoso, do cérebro às partículas químicas em nosso sangue, são formadas por genes que estão lá para nos ajudar a fazer conexões e a colaborar uns com os outros. Em contrapartida, o que tem sido passado socialmente há muito tempo é uma cultura de competição, que alimenta inseguranças e que, em vez de criar vínculos, os destrói.

Até mesmo Einstein foi surpreendido com a descoberta de que os elétrons sofrem mudanças simultâneas instantaneamente apesar da distância entre eles supostamente demandar uma velocidade e um tempo mensuráveis para desencadeá-las. A descoberta ficou conhecida como entrelaçamento quântico que, em uma frase, significa: tudo está conectado ao mesmo tempo e em todos os momentos.

Diferentemente de outras coisas e espécies, nós humanos estamos unidos também por uma resposta compassiva. É por isso que, quando ajudamos outras pessoas ou recebemos afeto, o nosso cérebro libera endorfinas que são um reforço evolutivo evidente. Lutar contra isso para crescer profissionalmente, por exemplo, é um dos motivos por trás dos transtornos mentais dos GenZ's.

Essa foi uma das descobertas que o diretor de cinema Tom Shadyac revelou em seu documentário “I Am”, de 2013. E ele conseguiu isso a partir de duas perguntas que representantes famosos da Geração Z, como Greta Thunberg e Joshua Wong, têm feito: “O que há de errado com o mundo?” “E o que podemos fazer a respeito?”.

Procurar ajuda é o único caminho para a Geração Z melhorar sua saúde mental.

Seria impossível lidar com tais questões sozinhos. Felizmente, existem profissionais capacitados a direcionar nossa busca por autoconhecimento e receitar tratamentos capazes de alcançar o reequilíbrio químico cerebral.

São eles os psicólogos e os psiquiatras, respectivamente. E você pode saber tudo sobre seus campos de atuação em nosso artigo: Psicólogo ou Psiquiatra: quando buscar cada profissional?

Confira também nossas dicas de autocuidado para você alcançar seu bem-estar. Não deixe de compartilhar este artigo com seus amigos e familiares.

Em breve, lançaremos um e-book completo sobre bem-estar e carreira voltado à Geração Z. Fique ligado em nossas redes sociais para baixá-lo em primeira mão!