ENEM e Vestibular

Enem: 7 clássicos da literatura brasileira que todo estudante precisa ler

Confira a lista aproveite o privilégio de poder ler os clássicos da literatura brasileira em suas versões originais. 

5
minutos de leitura

Quem foi melhor? Machado de Assis ou William Shakespeare? Há quem diga que os dois escritores estão no mesmo nível, como a influenciadora estadunidense Courtney Novak, cujos vídeos elogiando o autor brasileiro viralizaram no TikTok.

Primeiramente, Novak leu “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que foi a obra escolhida para representar o Brasil em seu projeto intitulado “Read Around The World”. A ideia inicial era ler apenas um livro de cada país. Mas a influencer gostou tanto da história e do estilo da escrita de Machado de Assis que ela decidiu incluir em sua lista, como uma “faixa bônus”, o clássico “Dom Casmurro”.

Se até a versão traduzida está colecionando fãs no exterior, você, que tem o privilégio de ler as obras originais, não deveria ficar de fora. Até porque a literatura clássica do nosso país frequentemente é questão de prova, tanto no Enem quanto em outros vestibulares.

Portanto, confira a lista e faça sua escolha. Com qual grande obra você vai debutar?

1. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

É um romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1881. A história é contada pelo próprio Brás Cubas, mesmo após a sua morte, que narra as lembranças do que um dia foi a sua vida de forma detalhada ao leitor.

Seu estilo é irônico e cético, e ele discorre tanto sobre as suas relações familiares e amorosas quanto sobre as questões sociais, os valores e os comportamentos aceitos no Brasil do século 19. Em resumo, trata-se de um livro sobre política, moralidade e a essência da condição humana.

2. Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa

Romance escrito por Guimarães Rosa, publicado em 1956. O enredo é conduzido por Riobaldo de forma poética e complexa, sendo outro livro sobre memórias, embora o ex-jagunço esteja bastante vivo como personagem-narrador.

O cenário que você encontrará pelas páginas é o cerrado do interior de Goiás, de Minas Gerais e da Bahia, onde a cultura sertaneja revela seus hábitos e os conflitos num contexto menos glamouroso do nosso país. Os principais temas tratados ao longo da narrativa são a violência, a honra, a moralidade e uma profunda busca por sentido, muitas vezes, em devaneios fantasiosos.

3. Capitães de Areia – Jorge Amado

Romance de Jorge Amado, publicado em 1937. A história se passa na cidade de Salvador, na década de 1930, e acompanha um grupo de meninos órfãos que vivem à margem da sociedade e são conhecidos como os “Capitães de Areia”.

Liderados por Pedro Bala, esses meninos vivem nas ruas, praticando pequenos furtos para sobreviver. Assim, o enredo aborda de uma forma muito real e humana as aventuras e a amizade construída entre essas crianças enquanto tece reflexões importantes sobre o âmbito da solidariedade e da justiça social.

4. Vidas Secas – Graciliano Ramos

Romance escrito por Graciliano Ramos e publicado em 1938. Esta é outra obra que conta uma história de sua própria época, retratando a miséria de quem pertence às classes mais baixas no contexto do sertão no Brasil.

O livro foca nas experiências e nos sentimentos dos personagens principais: Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos pequenos e a cachorra Baleia – que são retirantes nordestinos vivendo em meio à seca. Da mesma forma é a sua linguagem: direta e árida, o que torna a desesperança da família ainda mais palpável e comovente.

5. As Meninas – Lygia Fagundes Telles

Publicado em 1973, é um romance escrito por Lygia Fagundes Telles. A história se passa na cidade de São Paulo, durante os anos de ditadura militar no Brasil, narrando a vida de três jovens mulheres de classes sociais diferentes que dividem um apartamento na cidade: Lorena, Lia e Ana Clara.

Sua profundidade psicológica é o que dá destaque à escrita da autora, que consegue sensibilizar qualquer leitor em relação aos desafios enfrentados por cada uma delas. Além de suas próprias questões pessoais, marcadas pela descoberta do eu e de seu lugar no mundo, elas precisam enfrentar a repressão política da época.

6. Auto da Compadecida – Ariano Suassuna

É uma peça teatral escrita por Ariano Suassuna, publicada em 1955. Também ambientada no sertão nordestino, a obra é uma sátira regionalista, que mistura elementos da tradição popular brasileira a uma ferrenha crítica social e religiosa, explorando a hipocrisia das pessoas que vivem de aparências e que gostam de ditar regras para os outros.

O enredo conta as aventuras de João Grilo e Chicó, dois amigos pobres que vivem de pequenas trapaças para sobreviver enquanto são julgados pelas classes mais respeitadas da sociedade. São elas os “homens de Deus”, representados por Padre João e o Bispo; os proprietários de terras, representados pelo Major Antônio; e a burguesia – representada pelo dono da padaria e sua esposa.

7. O Quinze – Rachel de Queiroz

Publicado em 1930, é um romance escrito por Rachel de Queiroz. Seu enredo é construído a partir da seca de 1915, narrando a história de Conceição, uma jovem da cidade que vai para o sertão enfrentar os desafios da estiagem ao lado dos parentes, e de Chico Bento, um vaqueiro rude e honesto que também vive por lá.

A resistência diante das adversidades climáticas e sociais que marcam a existência sertaneja é a grande lição do livro. Com uma linguagem simples e direta para retratar exatamente como é a vida na caatinga, a autora consegue lançar luz sobre importantes questões políticas e sociais do nosso país, que persistem em várias regiões até hoje.

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