Enem: 7 clássicos da literatura brasileira que todo estudante precisa ler
Confira a lista aproveite o privilégio de poder ler os clássicos da literatura brasileira em suas versões originais.
Quem foi melhor? Machado de Assis ou William Shakespeare? Há quem diga que os dois escritores estão no mesmo nível, como a influenciadora estadunidense Courtney Novak, cujos vídeos elogiando o autor brasileiro viralizaram no TikTok.
Primeiramente, Novak leu “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que foi a obra escolhida para representar o Brasil em seu projeto intitulado “Read Around The World”. A ideia inicial era ler apenas um livro de cada país. Mas a influencer gostou tanto da história e do estilo da escrita de Machado de Assis que ela decidiu incluir em sua lista, como uma “faixa bônus”, o clássico “Dom Casmurro”.
Se até a versão traduzida está colecionando fãs no exterior, você, que tem o privilégio de ler as obras originais, não deveria ficar de fora. Até porque a literatura clássica do nosso país frequentemente é questão de prova, tanto no Enem quanto em outros vestibulares.
Portanto, confira a lista e faça sua escolha. Com qual grande obra você vai debutar?
1. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
É um romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1881. A história é contada pelo próprio Brás Cubas, mesmo após a sua morte, que narra as lembranças do que um dia foi a sua vida de forma detalhada ao leitor.
Seu estilo é irônico e cético, e ele discorre tanto sobre as suas relações familiares e amorosas quanto sobre as questões sociais, os valores e os comportamentos aceitos no Brasil do século 19. Em resumo, trata-se de um livro sobre política, moralidade e a essência da condição humana.
2. Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
Romance escrito por Guimarães Rosa, publicado em 1956. O enredo é conduzido por Riobaldo de forma poética e complexa, sendo outro livro sobre memórias, embora o ex-jagunço esteja bastante vivo como personagem-narrador.
O cenário que você encontrará pelas páginas é o cerrado do interior de Goiás, de Minas Gerais e da Bahia, onde a cultura sertaneja revela seus hábitos e os conflitos num contexto menos glamouroso do nosso país. Os principais temas tratados ao longo da narrativa são a violência, a honra, a moralidade e uma profunda busca por sentido, muitas vezes, em devaneios fantasiosos.
3. Capitães de Areia – Jorge Amado
Romance de Jorge Amado, publicado em 1937. A história se passa na cidade de Salvador, na década de 1930, e acompanha um grupo de meninos órfãos que vivem à margem da sociedade e são conhecidos como os “Capitães de Areia”.
Liderados por Pedro Bala, esses meninos vivem nas ruas, praticando pequenos furtos para sobreviver. Assim, o enredo aborda de uma forma muito real e humana as aventuras e a amizade construída entre essas crianças enquanto tece reflexões importantes sobre o âmbito da solidariedade e da justiça social.
4. Vidas Secas – Graciliano Ramos
Romance escrito por Graciliano Ramos e publicado em 1938. Esta é outra obra que conta uma história de sua própria época, retratando a miséria de quem pertence às classes mais baixas no contexto do sertão no Brasil.
O livro foca nas experiências e nos sentimentos dos personagens principais: Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos pequenos e a cachorra Baleia – que são retirantes nordestinos vivendo em meio à seca. Da mesma forma é a sua linguagem: direta e árida, o que torna a desesperança da família ainda mais palpável e comovente.
5. As Meninas – Lygia Fagundes Telles
Publicado em 1973, é um romance escrito por Lygia Fagundes Telles. A história se passa na cidade de São Paulo, durante os anos de ditadura militar no Brasil, narrando a vida de três jovens mulheres de classes sociais diferentes que dividem um apartamento na cidade: Lorena, Lia e Ana Clara.
Sua profundidade psicológica é o que dá destaque à escrita da autora, que consegue sensibilizar qualquer leitor em relação aos desafios enfrentados por cada uma delas. Além de suas próprias questões pessoais, marcadas pela descoberta do eu e de seu lugar no mundo, elas precisam enfrentar a repressão política da época.
6. Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
É uma peça teatral escrita por Ariano Suassuna, publicada em 1955. Também ambientada no sertão nordestino, a obra é uma sátira regionalista, que mistura elementos da tradição popular brasileira a uma ferrenha crítica social e religiosa, explorando a hipocrisia das pessoas que vivem de aparências e que gostam de ditar regras para os outros.
O enredo conta as aventuras de João Grilo e Chicó, dois amigos pobres que vivem de pequenas trapaças para sobreviver enquanto são julgados pelas classes mais respeitadas da sociedade. São elas os “homens de Deus”, representados por Padre João e o Bispo; os proprietários de terras, representados pelo Major Antônio; e a burguesia – representada pelo dono da padaria e sua esposa.
7. O Quinze – Rachel de Queiroz
Publicado em 1930, é um romance escrito por Rachel de Queiroz. Seu enredo é construído a partir da seca de 1915, narrando a história de Conceição, uma jovem da cidade que vai para o sertão enfrentar os desafios da estiagem ao lado dos parentes, e de Chico Bento, um vaqueiro rude e honesto que também vive por lá.
A resistência diante das adversidades climáticas e sociais que marcam a existência sertaneja é a grande lição do livro. Com uma linguagem simples e direta para retratar exatamente como é a vida na caatinga, a autora consegue lançar luz sobre importantes questões políticas e sociais do nosso país, que persistem em várias regiões até hoje.
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