Estágio e carreira

Comunicação não violenta: entenda a importância para qualquer profissão

Quais são os pilares da comunicação não violenta? Como colocá-la em prática? Leia o nosso post para entender!

5
minutos de leitura

Saber se comunicar é uma habilidade que é valorizada em qualquer aspecto da vida. Afinal, é importante se relacionar bem com os colegas de trabalho, para que os objetivos comuns sejam atendidos. Do mesmo modo, ter um bom convívio com amigos e familiares é essencial para uma boa saúde mental.

Um dos meios de evitar conflitos desnecessários e conquistar a confiança e a admiração de outras pessoas é por meio da comunicação não violenta, um conceito que tem ganhado espaço não só na vida pessoal, mas também nos âmbitos profissionais e educacionais.

Neste artigo, falaremos sobre o conceito de comunicação não violenta, seus pilares e formas de praticá-la no dia a dia. Boa leitura!

O que é a comunicação não violenta?

Também conhecida como CNV, é um modo de se expressar que prioriza o relacionamento contínuo e o fortalecimento de laços entre as pessoas. A comunicação não violenta é construída a partir de habilidades de linguagem e comunicação e busca a humanização mesmo diante de conflitos ou situações adversas.

Ela foi desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, ainda na década de 1960. Basta lembrar que esse período marcou diversos movimentos a favor dos direitos civis e contra a segregação racial então vigente nos Estados Unidos. Assim, o profissional passou a ensinar técnicas de comunicação para evitar conflitos.

A CNV fortalece as habilidades de falar e ouvir inteiramente, realmente prestando atenção no que a outra pessoa está dizendo e se colocando no lugar dela. Nesse sentido, em vez de reações superficiais e automáticas, teremos respostas conscientes e baseadas em respeito mútuo.

A comunicação não violenta pode ser utilizada no meio corporativo, como na comunicação interna da organização, no contato com os clientes, nas redes sociais e em qualquer outra interação. Ela proporciona às instituições reforçar valores como honestidade, transparência e satisfação dos consumidores.

Um exemplo de situação na qual a CNV é exercida: um cliente busca a empresa para expor a sua insatisfação com um produto. Em vez de oferecer respostas automáticas, o colaborador que o atende escuta inteiramente o que ele tem a dizer e expressa a sua posição de maneira transparente e respeitosa.

Do mesmo modo, a escuta ativa e o feedback respeitoso e objetivo podem (e devem) ser utilizados dentro do ambiente interno da empresa, o que é uma ótima medida para melhorar o clima organizacional como um todo.

Quais são os pilares da CNV?

Os pilares da CNV foram estabelecidos por Rosenberg em sua principal obra: "Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”. São eles:

  • consciência: em relação à capacidade de trabalhar autoconhecimento, identificar suas forças e fraquezas e entender os seus desejos e anseios;
  • linguagem: está relacionada às palavras que você escolhe e ao modo como você transmite suas mensagens;
  • comunicação: ligada à capacidade de prestar atenção no que a outra pessoa quer transmitir;
  • influência: na CNV, esse pilar é mútuo. Ou seja, ambas as partes terão que ceder para chegar à resolução de um conflito. Assim, ambas serão influenciadas.

Como utilizar a comunicação não violenta no dia a dia?

Agora, vamos mostrar algumas formas efetivas de colocar a comunicação não violenta em prática em qualquer âmbito, seja no profissional ou no pessoal.

Ouça mais e fale menos

Uma das principais maneiras de exercer a comunicação não violenta é permitir que seu interlocutor tenha liberdade para transmitir sua mensagem, sem interrupções bruscas. Trata-se, em suma, de ser um bom ouvinte.

Na comunicação escrita, o conselho também vale: caso um colega de trabalhe envie um e-mail de desabafo, por exemplo, leia toda a mensagem e assimile o objetivo do contato antes de tomar decisões precipitadas.

Por isso, é preciso ter atenção ao que a outra pessoa está dizendo. Só assim ela ficará confortável em sua presença e não se sentirá intimidada. Além disso, você se mostrará empático — e a empatia é, inclusive, uma das habilidades profissionais mais valorizadas no mercado de trabalho atual.

Observe a pessoa e o contexto

Além de se propor a ouvir mais, é preciso observar as reações do interlocutor e escutá-lo sem julgamentos. Desse modo, você compreenderá as diferentes mensagens que a pessoa quer transmitir — e aí, será mais fácil se fazer entender.

Também é uma boa ideia prestar atenção ao contexto: qual foi o horário do dia que essa pessoa escolheu para transmitir o recado? Foi em um momento em que outras pessoas não estariam presentes? Essas são algumas questões que ajudarão a nortear a sua resposta.

Dê atenção aos sentimentos

Os sentimentos das pessoas que estão se comunicando podem mudar o rumo da conversa ou até mesmo encerrá-la abruptamente. Nesse sentido, preste atenção no que você está sentindo e relacione essas emoções às da outra pessoa.

Lembre-se de que o objetivo é se comunicar de maneira não violenta. Por isso, duas pessoas enfurecidas terão dificuldade de encontrar uma solução comum e podem tomar decisões das quais se arrependerão. Nesses momentos, o melhor é buscar um lugar tranquilo para se acalmar, antes de qualquer coisa.

Compreenda as necessidades

Após identificar os sentimentos envolvidos na conversa, é o momento de compreender as necessidades. Procure caminhos para que as duas partes possam encontrar uma solução que agrade a ambas — e para que a demanda apresentada tenha uma resolução efetiva.

Contudo, isso só será possível se você for um bom ouvinte. Deixe a pessoa se expressar primeiro e só depois faça observações e, caso seja necessário, objeções. Sempre de maneira respeitosa.

Argumente, com educação

Depois de ouvir e levar o contexto em conta, exponha os seus próprios argumentos. Lembre-se de que eles nem sempre estarão alinhados aos do interlocutor, mas o fato de ter demonstrado respeito já é um passo relevante em prol de uma solução razoável para ambos.

Dentro das empresas, isso vale tanto para os colegas quanto para os clientes. Quando você ouve tudo com atenção, é mais fácil fazer uma abordagem personalizada.

Não julgue

Opiniões e conceitos diferentes sempre farão parte da nossa sociedade. Em um ambiente corporativo, esse choque de ideias pode ser até benéfico, com o encontro de diversos pontos de vista para que a empresa desenvolva soluções inovadoras. No entanto, é preciso respeitar o pensamento diferente.

Quem se mostra respeitoso em relação às opiniões divergentes ganha confiança e admiração, uma vez que evita a prática tóxica de ridicularizar conceitos diferentes. Por isso, não faça julgamentos maldosos ou pouco-caso da outra parte na conversa. A CNV tem como objetivo a boa comunicação, e não o estabelecimento de um ambiente hostil.

Como você viu no artigo, a comunicação não violenta é uma habilidade interpessoal indispensável para quem quer manter uma relação respeitosa com seus colegas, amigos e familiares. Ela é importante em diversos âmbitos da vida: para crescer na carreira e para quem quer ajudar a estabelecer um clima de respeito mútuo por onde quer que passe.

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