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Action learning: o que é e como incorporá-lo na sua rotina

O que é o action learning e como ele pode me ajudar? Confira mais sobre esse método de aprendizado para adotá-lo na sua rotina!

5
minutos de leitura

Teoria e prática caminham juntas, tanto nas universidades como nas empresas. No entanto, o que ocorre se o aprendizado for excessivamente teórico e pouco aplicado em desafios reais? Ele deixa de ser útil por não ser usado na prática. Para garantir que o conhecimento seja realmente utilizado para solucionar problemas, surge o action learning.

Desenvolvido por um importante professor britânico que estudou o comportamento das empresas por décadas, o action learning é uma metodologia versátil para otimizar o trabalho coletivo e até mesmo o aprendizado individual.

Neste post, mostraremos o que é o método de aprendizado action learning, como surgiu e quais são os seus diversos benefícios para estudantes e profissionais. Boa leitura!

O que é o action learning?

O action learning é, basicamente, a arte de aprender fazendo. Nesse método, cada pessoa adquire o seu aprendizado por meio de ações práticas. Essa abordagem, que serve tanto para o treinamento individual como para o trabalho em grupo, envolve agir e refletir sobre os resultados. Assim, os participantes acumulam conhecimento para ser aplicado em desafios reais.

Quando o action learning é aplicado a um trabalho coletivo, em sua forma mais comum, esses pequenos grupos de pessoas são conhecidos como sets (algo como "conjuntos"), no nome original. Aí, os participantes enfrentarão alguns desafios relacionados ao campo profissional na qual elas querem se especializar.

O mais interessante é que essa iniciativa funciona tanto em universidades como em empresas. Um professor ou líder pode propor um problema, abordando seus aspectos principais, e convidar os alunos (ou colaboradores) a solucioná-lo.

Reginald Revans, o criador dessa abordagem, acreditava que os problemas e desafios realmente difíceis não eram necessariamente resolvidos por especialistas, mas pelas pessoas que realmente precisam encarar esses desafios em sua rotina.

Nesse sentido, o "aprender fazendo" funciona melhor em grupo, já que o trabalho colaborativo resulta no encontro de diferentes ideias, abordagens e soluções para problemas reais. Mas também é possível adaptá-lo para o estudo individual, ao aplicar o conhecimento em projetos — na dúvida, peça algumas dicas de desafios para seus professores e colegas.

É importante entender que o action learning não consiste em exigir que um estudante do primeiro período de Engenharia de Computação crie o novo Facebook ou que um calouro de Medicina faça cirurgias complexas: há uma base de conhecimento prévio que eles receberão. O importante é não gastar todo o tempo de aprendizado na teoria, mas sim realizando ações práticas, como idealizou Revans.

Como funciona o action learning?

A forma mais prática de aplicar esse método é por meio da inclusão de um líder (coach), que se torna o responsável por promover e facilitar o aprendizado. Também faz parte do seu papel encorajar a autonomia entre os participantes.

A partir daí, o processo de action learning inclui:

  • a apresentação de um problema;
  • a formação de uma equipe diversificada para promover o problema;
  • um ambiente que promova a investigação e a autonomia;
  • uma exigência de que todas as conversas entre os participantes sejam convertidas em ações práticas;
  • um compromisso de aprendizagem mútua.

Como surgiu o action learning?

Reginald Revans, um professor universitário britânico, começou a pensar seriamente no action learning no fim da década de 1960. Ele acreditava que focar muito a teoria não era o caminho — ele queria que as pessoas resolvessem problemas na prática.

É como andar de bicicleta: você só aprende fazendo, com algumas dicas de amigos e familiares. Mas, no fim das contas você tem que agir por conta própria.

Após deixar o seu trabalho na universidade, ele passou a focar no action learning. Ele acreditava que o método se adequaria a diferentes empresas, ramos de atuação e também nas faculdades. Aos poucos, a metodologia passou a ser utilizada em grande escala para formar colaboradores mais eficientes.

Uma das abordagens era reunir pequenos grupos e passar funções diferentes para cada uma delas, para que o trabalho coletivo proporcionasse que todos contribuíssem para um bom resultado. Assim, a produção não caía e todos entendiam claramente seus papéis.

Quais são os benefícios do action learning?

Agora, vamos conhecer alguns benefícios de colocar essa abordagem em prática.

Resolução mais rápida de problemas

O action learning foi desenvolvido de modo que as pessoas adquiram habilidades mais rapidamente, ao focar menos na teoria. A consequência é que os participantes serão mais ágeis na resolução de problemas, uma vez que eles já terão um bom conhecimento do que vão enfrentar no mercado de trabalho.

Desenvolvimento de talentos prontos para o mercado de trabalho

As empresas desejam atrair — e reter — colaboradores que se adaptem rapidamente aos seus processos, de modo que possam contribuir imediatamente para o crescimento do negócio. Nesse contexto, quem está familiarizado com o action learning leva vantagem.

Afinal, o estudante aprendeu fazendo. Caso ele tenha frequentado uma universidade que valoriza o action learning, ele terá uma capacidade de ir além da teoria e resolver problemas profissionais de maneira ágil. Enquanto outros colaboradores precisarão de mais tempo de treinamento, os familiarizados com o action learning terão uma mentalidade mais desenvolvida para lidar com os desafios.

Aqui na Afya adotamos vários pontos dessa metodologia no método de ensino da graduação em Medicina – a que damos o nome de "MBPE + APG". Os alunos enfrentam problemas clínicos complexos, aplicam conhecimentos prévios, buscam informações, discutem em grupos e encontram soluções baseadas em evidências. Essa abordagem ativa promove aprendizagem significativa e desenvolve habilidades críticas de pensamento, resolução de problemas e trabalho em equipe.

Integração das equipes

Como mencionamos anteriormente, o action learning funciona melhor em grupos. Isso já prepara os estudantes para o cotidiano das empresas em que trabalharão, no qual todos atuam em conjunto para chegar a bons resultados.

Inovação e criatividade

Um grupo que aprende por meio do action learning precisará pensar em diversas soluções para que um problema complexo seja resolvido. Isso estimula e desenvolve a criatividade e a capacidade de inovação, já que serão vários cérebros trabalhando em conjunto e trocando ideias.

Implementação de uma cultura de aprendizado

Muitas vezes, as aulas puramente teóricas são entediantes para os estudantes. Alguns deles pensam "Ok, mas quando eu finalmente colocarei isso em prática?". Com o "aprender fazendo", eles terão mais oportunidades para aplicar seu conhecimento prévio e encarar situações estimulantes.

Aí, aprender se torna bem mais divertido — e se torna um hábito para o estudante, que vai se engajar no aprendizado contínuo (lifelong learning), uma das exigências do mercado de trabalho atual.

Desenvolvimento de lideranças

Outro benefício relevante de aplicar o action learning é a capacidade de gerar novos líderes e inspirar estudantes que queiram alcançar cargos de liderança no futuro. Isso porque o método encoraja a autonomia, para que cada participante resolva a sua parte do trabalho de acordo com uma abordagem individual — baseada, claro, em conhecimento prévio.

Criar lideranças com experiência em resolver problemas é essencial para fortalecer o mercado de trabalho brasileiro. Além disso, a autonomia enfatizada pelo action learning também formará funcionários capazes de resolver problemas por conta própria.

O action learning é um método de aprendizado que gera bons frutos há décadas

Ele pode ser adaptado tanto para o meio acadêmico como para o contexto profissional. Ele gera uma boa capacidade de trabalhar em equipe, autonomia, forma lideranças e contribui para a resolução de problemas complexos, acumulando vivências e conhecimentos para se tornar um lifewide learner.

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