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4 doenças ou situações onde a transfusão de sangue é necessária

Buscando saber quais são as doenças e situações em que a transfusão de sangue se faz necessária? Leia este nosso artigo!

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A transfusão de sangue nada mais é do que um procedimento realizado em pacientes que necessitam receber a doação do material completo ou de apenas alguns dos seus elementos constituintes. As células são inseridas no organismo dos pacientes com o objetivo de tratar determinadas condições que tenham afetado a sua saúde.

Entre os principais casos estão a anemia profunda e as hemorragias graves, além de outras condições médicas. Já a realização de transfusões dos componentes do sangue, como eritrócitos, plasma e plaquetas é mais comum. Em alguns casos, um único procedimento é suficiente, mas em outros, pode ser necessário fazer várias tentativas até que as necessidades do corpo sejam supridas.

​Quer saber mais sobre a transfusão de sangue? Continue a sua leitura!

Como surgiu a transfusão de sangue?

As primeiras transfusões de sangue tiveram as suas bases em experimentos realizados com animais. Elas foram feitas no século XVII, mais precisamente em meados de 1665, pelo médico britânico, Richard Lower, na cidade de Oxford.

Dr. Jean Baptiste Denis

As primeiras experiências em humanos foram documentadas em 1667, na cidade de Paris, tendo como médico o Dr. Jean Baptiste Denis, que tratava o rei Luís XIV. Ele utilizou um tubo de prata para injetar um copo de sangue de carneiro em Antoine Mauroy, um rapaz que tinha 34 anos de idade.

O paciente era um nobre enlouquecido que andava nu pelas ruas de Paris. Porém, após serem feitas duas transfusões, Mauroy veio a falecer. As transfusões da época são consideradas heterólogas, ou seja, eram realizadas com sangue de animais de espécies diferentes.

Em sua defesa, Denis defendia que o sangue dos animais estaria menos contaminado pelos vícios e paixões. Porém, o procedimento foi considerado uma prática criminosa e, por essa razão, a transfusão heteróloga acabou sendo proibida na Faculdade de Paris. Posteriormente, foi reconhecida como incorreta em Roma (Itália) e na Royal Society, da Inglaterra.

Pontick e Landois

Apesar de terem sido proibidas, essas experiências não foram totalmente abandonadas. Em meados do ano de 1788, no século XVIII, após várias tentativas fracassadas com as transfusões heterólogas, Pontick e Landois obtiveram resultados positivos.

Eles realizaram transfusões homólogas, ou seja, em animais da mesma espécie. Consequentemente, concluíram que o procedimento poderia ser benéfico e que poderia inclusive salvar vidas.

James Blundell

A primeira transfusão feita com sangue humano foi atribuída a James Blundell. Foi no ano de 1818, inseriu sangue humano em mulheres que tiveram hemorragia pós-parto, após fazer experiências com sucesso em animais.

Karl Landsteiner

Um imunologista austríaco chamado Karl Landsteiner conseguiu constatar que o sangue de um paciente passava pelo processo de coagulação ao ser misturado com o de outro indivíduo no final do século XIX.

A sua experiência resultou em uma das mais importantes descobertas, o sistema de grupo sanguíneo ABO. E a partir disso, foram feitos outros testes, os tipos sanguíneos e os grupos que combinam entre si foram descobertos.

Quais são os tipos de transfusão?

Hoje existem dois tipos de transfusão de sangue. Veja abaixo quais são elas e suas peculiaridades!

Transfusão alogênica

Na transfusão alogênica, o profissional de medicina utiliza o sangue doado por outras pessoas, mas geralmente é utilizado um volume mínimo dos componentes necessários.

Transfusão autóloga

Nesse tipo de procedimento, o sangue da própria pessoa é usado para o tratamento. O material é coletado antes da cirurgia e não haverá riscos de reações adversas quando o paciente receber a transfusão.

Em quais doenças e situações a transfusão de sangue é necessária e por quais razões?

A transfusão de sangue se faz necessária em muitas situações médicas nas quais existe perda de sangue significativa ou alguma disfunção no organismo do paciente. Veja a seguir algumas das condições consideradas bastante comuns. Confira!

1. Queimaduras de Terceiro Grau

Pacientes que possuem queimaduras muito graves podem precisar de transfusão de sangue devido à perda de fluidos e ao dano dos tecidos que foi extenso.

2. Anemia Profunda

A diminuição da hemoglobina no sangue pode ser causada devido a uma anemia profunda. Quando os níveis estão muito baixos por causa de condições como deficiência de ferro, doenças crônicas, problemas nos rins ou perda de sangue, uma transfusão pode ser a melhor opção.

3. Hemofilia

Essa é uma condição ligada à genética do paciente e, nestes casos, existe a deficiência de fatores de coagulação no sangue. Pacientes com esse tipo de problema podem precisar de transfusões para prevenir e tratar sangramentos severos.

4. Pacientes Oncológicos

Os tratamentos já disponíveis para todos os pacientes portadores de câncer normalmente geram efeitos colaterais. E, frequentemente, essas pessoas necessitam de transfusões de sangue.

A quimioterapia e a radioterapia, por exemplo, podem suprimir a produção de células sanguíneas ou até mesmo causar danos aos tecidos.

Como é feita a transfusão de sangue?

Antes de realizar a transfusão sanguínea, é preciso retirar uma amostra de sangue do paciente para verificar qual é o seu tipo de sangue. Depois de descobrir se é A+ ou negativo, O+ ou negativo, é necessário avaliar o volume sanguíneo e a quantidade de células circulantes. Com essas informações, será possível definir se o paciente tem ou não condições de iniciar o tratamento de transfusão.

Sem contar que isso permite a avaliação da quantidade de sangue necessária para o procedimento, a qual poderá ser total ou somente de alguns componentes. O procedimento pode demorar até 3 horas, o que vai depender apenas do volume de material utilizado e dos elementos que serão transfundidos.

Um detalhe importante: fazer transfusão não dói. Na maioria dos casos, quando a transferência sanguínea é efetuada, o paciente pode comer, consegue ler, falar ou até mesmo ouvir música enquanto está recebendo o sangue.

Qual a importância da doação de sangue?

A doação de sangue é um ato de solidariedade que ajuda a salvar vidas de pessoas de todas as faixas etárias. É mais do que uma doação, é um gesto de amor ao próximo. Ainda não existe um substituto para esse recurso e contar com a sua disponibilidade no momento certo é um diferencial entre a vida e a morte.

Então agora que você já sabe um pouco mais sobre a transfusão de sangue, não deixe de aprimorar ainda mais os seus conhecimentos sobre esse procedimento. Essa é uma intervenção vital na área da Medicina que pode salvar muitas vidas em diversas situações médicas.

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