Carreira e Mercado

Como o trabalho voluntário pode impactar a sua carreira médica

Se você também acha que solidariedade tem tudo a ver com Medicina, veja a lista de benefícios que o trabalho voluntário pode trazer à sua carreira médica.

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Uma das maiores e mais admiradas organizações mundiais que trabalham em prol da Saúde é a Médicos Sem Fronteiras (MSF) não por acaso. O estopim para a sua fundação foi a Guerra Civil da Nigéria que assolou o país entre 1967 e 1970. Ciente do que estava acontecendo por lá, um grupo de médicos e jornalistas se juntou no ano seguinte na França, para criar a organização que existe até hoje, oferecendo ajuda humanitária de emergência de forma rápida, eficaz e imparcial em regiões onde falta o mínimo à sobrevivência humana.

Se você também acha que solidariedade tem tudo a ver com Medicina, como os 300 primeiros voluntários que deram início aos trabalhos da MSF, confira a lista que nós fizemos com os cinco benefícios que o trabalho voluntário pode trazer à sua carreira médica. Boa leitura!

Networking

Logo de cara, ser voluntário em um hospital antes mesmo de começar a faculdade é uma boa forma também de começar a criar suas primeiras conexões e vínculos com profissionais da Saúde mais experientes. Também conhecido pelo termo inglês networking, conhecer novas pessoas dentro da sua área de trabalho é uma ferramenta capaz de abrir muitas portas.

Em um hospital, por exemplo, você prestará auxílio aos pacientes de muitos enfermeiros, médicas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, etc. Isso significa que haverá tanto uma plateia quanto um júri que, depois, falarão sobre as suas soft skills e do por que você se tornará um bom médico quando concluir a graduação.

Além disso, você muito provavelmente não será o único estudante de Medicina voluntariando-se naquele local. Portanto, há também a possibilidade de conhecer futuros colegas de profissão, que poderão se tornar sócios à abertura de clínicas e/ou parceiros em outras empreitadas.

Soft skills

Nós as citamos no item anterior e se lá atrás você achou que por não saber do que se tratam essas tais “soft skills” ou acredita que por não tê-las você não serve para ser um voluntário, aqui estão algumas verdades. Primeiramente, este termo estrangeiro é utilizado para rotular habilidades que não são técnicas, mas essencialmente humanas.

Alguns exemplos são:

  • Empatia e desenvoltura para comunicação;
  • Proatividade e automotivação;
  • Integridade e ética;
  • Adaptabilidade e resiliência;
  • Mindfulness e criatividade;
  • Organização e pensamento crítico.

Em segundo lugar, trabalhos voluntários oferecem ambientes ideais para o desenvolvimento dessas habilidades. Isso porque, visto que você ainda não está capacitado para exercer a Medicina, as funções que lhe serão delegadas pertencem às áreas de assistência a pacientes e seus respectivos familiares. Ou seja, você exercitará a sua empatia e aprenderá que o aspecto social dos seres humanos se sobrepõe ao biológico.

Conhecimento técnico

Por mais que você não esteja lá dentro como médico, mas como um braço voluntário para qualquer demanda interna, a observação é um ótimo método de aprendizado. Em um ambiente hospitalar, ambulatorial ou mesmo em um instituto de tratamento cuja rotina seja menos intensa, há sempre situações que se repetem e que precisam ser resolvidas por meio de abordagens específicas.

 

Uma vez contratado, faça suas atividades com carinho e atenção para que mesmo os mínimos detalhes do que estiver acontecendo ao seu redor não passem despercebidos. Além disso, pode surgir a oportunidade de conversar com os profissionais em cargo, que poderão oferecer conselhos determinantes à sua carreira.

Imersão no sistema

Como você pôde perceber até aqui, os benefícios de ser voluntário formam uma colcha de retalhos, sendo outro de seus pedaços: a imersão no sistema de saúde brasileiro. Embora o tenhamos deixado para o final, este ponto é tão importante quanto os demais.

Além de poder se atentar às condutas que trazem bons ou maus resultados no lugar em que for voluntário, essa pode ser a sua primeira chance de estar em contato com as burocracias do sistema e com o que significa ser médico de verdade. O que talvez lhe dê a prova definitiva de que esta é a profissão ideal para você e como pretende incrementar sua humanização.

Por fim, a possibilidade de auxiliar diferentes setores dentro de um hospital, por exemplo, poderá lhe ensinar muito sobre a valorização dos demais profissionais envolvidos na atenção à Saúde. Afinal, médicos não salvam vidas sozinhos, e muitas coisas acontecem nos bastidores.

Movimento Patch Adams: o amor é contagioso

Após muitas décadas de violências sendo passadas como procedimento padrão em clínicas e hospitais, o processo de humanização da prática médica foi iniciado e, felizmente, tornou-se um requisito básico à profissão. Na prática, se pensarmos bem sobre o assunto, ser um médico humanizado é ter soft skills muito bem desenvolvidas e utilizá-las em prol da saúde e do bem-estar de seus pacientes.

Independentemente do caminho que decida seguir após a sua graduação, ser um profissional humanizado lhe trará reconhecimento tanto dentro da comunidade atendida, visto que hoje é muito fácil expor eventos traumáticos na internet; quanto no meio médico, o que aproximará você de quem também tem interesse em fazer do seu trabalho uma ferramenta social.

Outra boa notícia é: mesmo que você não seja mais pré-vestibulando e já tenha ingressado no curso, ainda há tempo de ser voluntário. No início da graduação em Medicina é mais difícil conseguir estágios e antes de entrar para Ligas Acadêmicas e/ou Iniciações Científicas, vale a pena reservar um semestre para esta oportunidade.

Além dos hospitais e clínicas, os benefícios do trabalho voluntário também podem ser adquiridos em qualquer instituição de caridade, organizações sem fins lucrativos, escolas, centros comunitários e muitos mais. AH! E dá para conciliar com os estudos, nem que seja uma vez na semana, aos sábados ou domingos.

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