O que estudantes de medicina podem ou não postar nas redes sociais

O avanço das redes sociais nos últimos anos foi tanto que hoje elas são como uma extensão da vida pessoal e profissional de todos. Postagens de vários aspectos diferentes de nós mesmos são feitas e dão uma ideia geral de como agimos, do que gostamos, pensamos e com quem convivemos. 

Para estudantes e profissionais de algumas profissões, no entanto, o cuidado no uso das redes tem que ser redobrado. No caso de médicos e estudantes de Medicina, o zelo e respeito com as informações dos pacientes, em especial, precisam ser colocados  em primeiro lugar. É o que orienta a última resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o assunto. 

Publicada no final de 2015, a resolução traz critérios mais rígidos que os anteriores com o intuito de evitar a autopromoção de médicos em canais de publicidade e redes sociais.  

A partir das normas, os médicos estão proibidos de divulgar autorretratos, imagens ou arquivos de áudio que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal. O item específico foi consequência de queixas ao Conselho. Há casos de médicos que já postaram em seus perfis fotos de procedimentos cirúrgicos que expunham os próprios pacientes.

As regras também foram estabelecidas para protegê-los de certa forma de processos movidos por pacientes em busca de indenizações por danos materiais ou morais por abusos na publicidade.  

Segundo o 3º vice-presidente do CFM à época da publicação, Emmanuel Fortes Cavalcante, as diretrizes oferecem parâmetros seguros em relação à postura ética na relação dos profissionais com os pacientes, cuja inviolabilidade da vida privada e o respeito à honra e à imagem pessoal precisam ser preservados. 

‍

Leia também: Marketing médico: por que você deveria pensar nele?

‍

Saber as regras do jogo é a melhor maneira de garantir o cumprimento do código de ética do estudante de Medicina e também de evitar equívocos que podem prejudicar ou acabar com sua carreira, como aconteceu recentemente com uma estudante de medicina em Alagoas.  

Isso porque tanto postagens em redes sociais pessoais, como propaganda ou autopromoção feitas na internet – ou em qualquer outro ambiente – devem obedecer aos termos estabelecidos pelo CFM sob o risco de penalização, multa e cassação da licença. 

Listamos, a seguir, o que pode ou não ser postado nas redes por estudantes de Medicina no Brasil, segundo as diretrizes do CFM e do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o Conar:

‍

LIBERADO

• Usar plataformas de mensagens instantâneas para comunicação entre médicos e estudantes de Medicina, em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas sobre pacientes, com a ressalva de que todas as informações passadas tenham absoluto caráter confidencial;
• As mensagens em grupos podem ser feitas apenas naquele limite, ou seja, não podem ser enviadas a outros grupos, nem circular em grupos recreativos, mesmo que compostos apenas por médicos e estudantes;
• O estudante ou já profissional pode falar que é médico, compartilhar imagens e dar informações que estiverem nas redes oficiais de hospitais e clínicas onde trabalha e/ou estuda;
• Pesquisas, reportagens e dicas para prevenir doenças podem ser publicados, com o cuidado de sempre citar a fonte de informação e checar sua veracidade.

‍

Pode interessar você: 5 conselhos para o estudante de Medicina iniciante

PROIBIDO

‍

• Distribuir e publicar em sites e canais de relacionamento fotos tiradas com pacientes no momento de atendimento, como consultas ou cirurgias;
• Divulgar imagens e informações de pacientes, mesmo com autorização;
• divulgar fotos, imagens ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal. Exemplo: as imagens de “antes” e “depois” de pacientes atendidos;
• Usar a internet para anunciar métodos ou técnicas não consideradas válidas cientificamente e não reconhecidas pelo CFM;
• Anunciar especialidade/área de atuação não reconhecida, bem como especialidade/área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado junto aos Conselhos de Medicina;
• Divulgar que tenha títulos científicos que não possam ser comprovados;
•  Induzir o paciente a acreditar que o profissional está habilitado a tratar de um determinado sistema orgânico, órgão ou doença específica;
•  Usar superlativos, como "o mais eficiente" ou "o único capacitado" está vedado, assim como selfies com pacientes em material promocional.

‍

Agora que você já sabe o que pode e o que não pode postar nas redes sociais, confira nosso Manual de como estruturar um plano de carreira na Medicina.

‍

Se você tem o sonho de estudar Medicina, aproveite para conferir tudo o que você precisa saber sobre o curso de Medicina da Afya.

‍

Gostou deste conteúdo? Compartilhe e continue navegando no nosso blog para ler outros semelhantes.