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Mastologia: saiba tudo sobre a especialidade que cuida das mamas

Mastologia: tem interesse em atuar nesta área? Então saiba tudo sobre a especialidade que cuida das mamas!

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Você sabia que a assistência e o cuidado em Mastologia não se restringem apenas ao público feminino? Embora essa especialidade seja mais frequentemente associada às mulheres, o trabalho do mastologista também inclui o atendimento a homens, especialmente em casos de desequilíbrio hormonal.

Neste material, você conhecerá a Mastologia, uma especialidade médica que vem ganhando cada vez mais notoriedade no mercado. Descubra as principais vantagens da profissão, as oportunidades de crescimento profissional e as diversas áreas de atuação. Acompanhe!

Afinal, o que faz um mastologista?

O mastologista é o profissional dedicado ao estudo, prevenção e tratamento de doenças relacionadas às mamas. Devido a influências hormonais ou outras comorbidades, as glândulas mamárias podem sofrer alterações significativas, comprometendo a saúde da mulher.

Por isso, o mastologista atua no diagnóstico e tratamento de problemas que afetam as mamas tanto em homens quanto em mulheres. Além disso, esse médico trabalha em equipe multidisciplinar, em colaboração com áreas como a Oncologia.

Nesse contexto, o especialista atende pacientes encaminhados por alterações detectadas em exames de rastreamento. Ele avalia as queixas clínicas e analisa se a paciente está em risco de desenvolver câncer de mama.

Rotina profissional

Ainda que o mastologista atue mais focado nos casos de câncer de mama, existe também uma demanda considerável de outras enfermidades benignas sob a sua responsabilidade. Muitas delas exigem acompanhamento regular para orientações, alternativas de terapias ou mesmo avaliação da necessidade de cirurgias.

Além de dominar o conhecimento sobre as principais patologias mamárias, o mastologista precisa desenvolver diferentes habilidades terapêuticas. Esse especialista também deve estimular a participação em campanhas como o Outubro Rosa e em outras medidas que promovam mais qualidade de vida para os seus pacientes.

Quais as principais doenças tratadas pelo mastologista?

Listamos as doenças mais comuns que exigem o acompanhamento de um médico especialista em Mastologista. Veja quais são!

Mastite

Caracterizada por uma inflamação dolorosa das mamas, esse quadro pode ser acompanhado ou não de infecção bacteriana. Em geral, a mastite costuma se desenvolver em mulheres na fase de amamentação. Contudo, a doença pode surgir fora desse período e até mesmo nos homens.

Fibroadenoma

O fibroadenoma é classificado como um tumor benigno de mama, mas que exige tratamento e cuidados especiais. É uma condição muito comum em mulheres jovens, geralmente entre 15 e 35 anos. Diferentemente do tumor maligno de mama, o fibroadenoma é menos frequente em mulheres pós-menopausa.

Ainda não há uma explicação definitiva para a origem dos fibroadenomas. No entanto, estudos sugerem que fatores hormonais e genéticos estejam envolvidos na etiologia da doença. É provável que um desajuste hormonal afete as células estromais e epiteliais da glândula mamária, especialmente nos receptores de estrogênio e progesterona.

Câncer de mama

Considerado como um tumor de grande complexidade e alta mortalidade, o câncer de mama é classificado como uma doença multifatorial. Nesse sentido, o rastreio precoce por meio dos exames de mamografia e ecografia mamária são essenciais para o tratamento nos estágios iniciais da doença.

Fatores de risco

Elencamos os principais fatores de risco que merecem atenção quanto a esse quadro. Confira:

  • idade avançada devido às próprias alterações biológicas do envelhecimento;
  • acúmulo de exposições ambientais ao longo da vida;
  • questões endócrinas associadas à história reprodutiva;
  • fatores genéticos e hereditários, como menarca precoce, menopausa tardia, primeira gravidez após os 30 anos e nuliparidade.

Estatísticas

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertam para os dados do câncer de mama entre as mulheres brasileiras. Segundo pesquisas, esse tumor é a principal causa mortis por câncer em mulheres brasileiras: em 2021, a taxa de mortalidade por câncer de mama no país foi 11,71 óbitos/100.000 mulheres.

Mastologia e Oncologia: qual a relação?

Ambas as áreas são essenciais para o manejo de situações que envolvem a saúde das mamas. Por isso, é fundamental que o mastologista tenha um conhecimento aprofundado em mecanismos relacionados à Oncologia.

Essa habilidade é crucial, especialmente ao considerar que o câncer de mama requer uma abordagem multiprofissional. Além disso, é importante ressaltar que a demanda é alta, e nem sempre há disponibilidade de oncologistas para atender todas as pacientes que enfrentam essa condição.

Portanto, o mastologista deve estar preparado para oferecer um atendimento especializado, voltado às necessidades de seus pacientes, sejam eles mulheres ou homens. No Brasil, os casos de tumores de mama em homens representam 1% do total. Apenas em 2020, 207 homens morreram em decorrência do câncer de mama, segundo dados do INCA.

Como é o mercado de trabalho em Mastologia?

Tomando como referência os dados do relatório publicado pelo estudo Demografia Médica no Brasil, de 2023, existem 2.912 mastologistas credenciados ao Conselho Federal de Medicina (CFM). Destes, a maioria está alocada no Centro-Sul do país.

Enquanto as estatísticas de câncer de mama aumentam, o mercado de trabalho nessa área enfrenta concorrência com o setor de Radiologia. Embora os radiologistas realizem o diagnóstico de doenças mamárias, eles não tratam os tumores.

Diante disso, o trabalho multiprofissional se destaca como um dos pilares fundamentais para a promoção de qualidade no tratamento e na reabilitação dos pacientes. Assim, a colaboração entre essas especialidades reforça o potencial de crescimento da Mastologia como uma área com grandes oportunidades de ascensão.

Remuneração

Com base no site Salario.com.br, o mastologista que trabalha por 30 horas semanais recebe, em média, R$ 5.477,23. Porém, o teto salarial da classe, em 2023, chegava ao valor de R$ 12.443,21.

Como se tornar um mastologista?

Após a graduação em Medicina, o segundo passo é fazer Residência Médica em Mastologia. O curso dura dois anos, mas é preciso obter o pré-requisito para a formação: as áreas exigidas são Ginecologia e Obstetrícia ou Cirurgia Geral.

Ao longo do programa de pós-graduação médica em Mastologia, o médico residente pode optar pela área de seu interesse. Há bastante oportunidades, por exemplo, em nichos como pesquisa médica em neoplasia mamária e oncoplástica.

Por fim, vale destacar que é importante conhecer as vantagens de atuar na área de Mastologia. Além disso, considerando a interdisciplinaridade das provas do ENEM, essa temática também deve ser incluída no cronograma de estudos de quem está se preparando para o vestibular de Medicina.

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