Carreira e Mercado

A importância da boa oratória na carreira médica

Falar com clareza na Medicina significa, literalmente, salvar vidas. Ainda não está convencido? Então, leia o nosso artigo de hoje.

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5Quase todo mundo já assistiu a uma palestra da TED. Se você faz parte do grupo minoritário daqueles que não o fizeram, procure  o canal no YouTube e aprecie a oportunidade de aprender algo novo em poucos minutos graças à boa oratória de alguém famoso - ou até mesmo desconhecido.

Mas o que é oratória de fato? Bom, a oratória nada mais é do que a soft skill de falar em público com desenvoltura e ser bem compreendido. E o que faz essa habilidade ser melhor ou pior é o seu potencial de capturar a atenção e o interesse das pessoas não para você, mas para o objeto do seu discurso.

Imagine a seguinte situação: se um palestrante sem boa oratória sobe em um palco vestindo uma fantasia colorida, ele vai atrair atenção para si, mas ninguém estará minimamente interessado no que está sendo dito, apenas em sua aparência. Logo, isso não é um exemplo de boa oratória.

Ter uma boa oratória é poder abrir mão de quaisquer artifícios externos capazes de atrair o olhar das pessoas pela confiança de que o seu discurso será o suficiente. Agora, você deve estar se questionando: então, basta ter uma boa ideia? E a resposta é, definitivamente, NÃO. Na verdade, o exato contrário costuma acontecer bastante, infelizmente.

Lembra que o público precisa compreender o que está sendo explicado? Pois é. Nesse sentido, a forma como se diz, incluindo não apenas a escolha das palavras, do ritmo e da ênfase do seu discurso, mas também a linguagem corporal que o acompanha é uma técnica que caracteriza uma boa oratória.

Desde que foi criada, a TED mantém o slogan “Ideias que valem a pena espalhar”, porque a missão da comunidade continua sendo mudar o mundo para melhor. Adaptar esta frase à sua realidade profissional como médico seria equivalente a dizer: “Ideias que preciso comunicar bem, pois quero ser reconhecido no mercado e, assim, construir uma carreira de sucesso”.

Isso sem contar que falar com clareza na Medicina significa, literalmente, salvar vidas. Ainda não está convencido? Veja abaixo nossa lista de importância da boa oratória no meio médico, com uma dica bônus sobre como desenvolvê-la.

Para participar de congressos

Candidatar-se para palestrar em eventos médicos sem desenvolver uma boa oratória antes é condenar a audiência a sofrer um “slidecídio”. Você já deve ter visto algum apresentador cometer este erro, que se caracteriza pela leitura cansativa de informações que estão sendo projetadas para que todos vejam sem acrescentar nada.

A apresentação em formato de slides é uma boa ferramenta para auxiliar o palestrante na hora de lembrar-se dos principais pontos de seu discurso, e não para conduzi-lo feito uma muleta. Outras duas funções interessantes são utilizá-la para entreter a plateia, com pequenas doses de humor, ou comovê-la, com vídeos e imagens fortes.

Por fim, há painéis em congressos que são planejados com a missão de fazer os participantes refletirem e, depois, mudarem de comportamento. Neste caso, a boa oratória cumpre seu papel de convencer por meio da persuasão, o que somente acontece quando o orador é capaz de transparecer confiança e autoridade no assunto.

Para conseguir cargos de liderança e de docência

Ensinar é uma arte que depende da ciência da boa oratória e é essencial tanto para quem almeja cargos de liderança quanto de docência. Não importa se você vai dar aulas em frente a uma turma de jovens recém-saídos do ensino médio, comandar uma equipe de residentes ou atuar com gestão hospitalar.

Um bom líder ou professor consegue por meio da articulação e da comunicação não-violenta mediar conflitos no ambiente de trabalho e na sala de aula, criando um espaço de cooperação entre os envolvidos. Em programas de residência médica, por exemplo, o preceptor não serve apenas para dar suporte técnico, mas também emocional, pois os seus tutorados sofrem enorme pressão no início da carreira.

Já no caso do mundo acadêmico, deve-se levar em consideração que as aulas são ministradas para leigos. Ou seja, ao mesmo tempo em que ensina os termos corretos, o professor deve ter a capacidade de mastigar o conteúdo, exemplificando sempre e simplificando a sua linguagem.

E a realidade dos gestores hospitalares? A importância de que desenvolvam uma boa oratória reside principalmente na administração de atividades em cadeia, na delegação de tarefas e na negociação de orçamentos com conselhos e diretores, entre outras muitas funções.

Para ser cuidadoso quando precisar conversar com acompanhantes

Não deve ser novidade para você que parte do trabalho na Medicina envolve dar más notícias. Infelizmente, nem sempre os procedimentos, as cirurgias e os tratamentos são bem-sucedidos e, quando os pacientes falecem, cabe ao médico responsável ou de plantão comunicar a família sobre o ocorrido.

Saber transmitir a informação sem rodeios, mas com tranquilidade e empatia é fundamental, e desenvolver uma boa oratória pode ajudá-lo. O cuidado com a linguagem pode ser peça-chave, inclusive, para se proteger dos possíveis ataques que acontecem quando parentes e amigos entram em choque e precisam descarregar a raiva culpando alguém.

Para instruir pacientes de diferentes realidades

No Brasil, comunicar-se com clareza de linguagem é uma forma de ser democrático. Em hospitais e maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), você terá contato com um público que, em sua maioria, não teve muitas oportunidades de instrução.

Ou seja, para garantir que um paciente de origem mais simples compreenda suas instruções e conduza o próprio tratamento da forma correta, ser acessível é primordial. Isso significa abandonar jargões médicos, esmiuçar informações e, depois de questioná-lo sobre suas mínimas dúvidas, articular uma explicação que faça sentido dentro do contexto social dele.

Bônus: Como desenvolver uma boa oratória

Apesar de ser uma habilidade muito importante e valorizada, não é tão difícil desenvolver uma boa oratória. Muitos dos métodos e exercícios podem ser empregados em casa mesmo. Basta que você tenha à sua disposição:

  • O cronômetro para testar o seu tempo;
  • Um espelho para conferir a postura durante o treino da apresentação;
  • Acesso à internet para pesquisar exercícios de dicção;
  • Espaço para praticar meditação para controlar a ansiedade e a própria respiração;
  • Livros e artigos sobre linguagem corporal;
  • Parentes e amigos para serem feitos de “cobaias”.

Além disso, nessas condições aplica-se bem a frase “a palavra ensina, mas o exemplo arrasta”. Sua conexão de internet também será sua maior aliada para pesquisar sobre palestras de bons oradores no YouTube e, assim, aprender a desenvolver estratégias que combinem mais com a sua personalidade. Afinal, a boa oratória requer autenticidade para marcar a memória das pessoas.

Já pode ir se arriscando desde a faculdade, pois a prática leva à perfeição. Durante sua graduação na Afya, você terá muitas oportunidades para aplicar sua oratória em atividades extracurriculares, como as ligas acadêmicas, os seminários e muito mais.

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