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Hipertensão arterial: quais são as causas e tratamentos

Confira valiosas informações sobre a hipertensão arterial (popularmente conhecida como pressão alta), suas causas, sintomas e tratamentos disponíveis para a doença.

4
minutos de leitura

Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial (HAS) é uma das doenças que mais preocupam a saúde pública. Esse mal está diretamente associado às causas de mortes por doenças cardiovasculares, já que a pressão elevada é o primeiro sinal de que os vasos do coração estão prejudicados.

Além disso, esta é uma doença silenciosa, pois é possível que o paciente esteja com uma pressão muito elevada e não sinta qualquer tipo de alteração.

Pensando nisso, vamos abordar esse tema e trazer informações sobre a sua prevalência na população e os tratamentos disponíveis. Por ser uma doença comum, o estudante de Medicina ou que pretende fazer Medicina deve estar a par do assunto. Boa leitura!

Afinal, o que é a hipertensão arterial?

Há quem diga que a pressão alta é uma doença democrática. Mas qual será a razão desse apelido? Talvez seja porque ela afeta pessoas de todas as idades — crianças, adultos e idosos —, de todos os gêneros — homens e mulheres — e também engloba todas as classes sociais.

Na verdade, a hipertensão está relacionada com a força que o sangue precisa fazer contra as paredes das artérias para chegar em todo o corpo. Resumidamente, o estreitamento das artérias força o coração a bombear sangue com mais força, de modo a manter a dinâmica da irrigação de células e tecidos.

Para exercer o seu trabalho, o coração precisa de impulsionar o sangue e, depois, recebê-lo de volta para a redistribuição pelos vasos. Mas se a pressão nas artérias estiver elevada, o coração vai dilatar e, com o tempo, danificar as artérias. Por conseguinte, esse processo pode levar ao desenvolvimento de complicações e doenças mais graves no aparelho cardiovascular.

Como a pressão arterial é aferida?

A medida da pressão arterial revela dois valores: o mais alto reflete a maior pressão nas artérias, ocorre durante a sístole, quando o coração se contrai. Já o valor mais baixo é referente a diástole, e reflete a menor pressão nas artérias.

Desse modo, a pressão arterial deve ser registrada da seguinte forma: colocar, na sequência, os valores referentes à pressão sistólica e pressão diastólica. Assim, uma pressão cujos valores obtidos são 130/85 mmHg (milímetros de mercúrio) referem-se à pressão sistólica (130 mmHg) e diastólica (85 mmHg).

O que as estatísticas indicam sobre a doença?

O Ministério da Saúde (MS) tem articulado importantes campanhas de conscientização e de educação preventiva sobre hipertensão. O objetivo é divulgar informações sobre a relevância da doença e estimular a adesão à busca do diagnóstico precoce.

Dados de um relatório divulgado pelo MS apontou que o número de adultos com hipertensão aumentou bastante no Brasil: houve um aumento de 3,7% de casos na população nos últimos 15 anos.

Atualmente, as estatísticas apontam o seguinte:

  • os índices saíram de 22,6% em 2006 para 26,3% em 2021;
  • há prevalência do indicador entre os homens: 5,9% de casos há mais que nas mulheres.

Em termos globais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou dados alarmantes. Observe:

  • a hipertensão é a doença com maior risco de mortalidade e de morbidade em todo o globo;
  • o número de adultos entre 30 e 79 anos com hipertensão duplicou de 650 milhões em 1990 para 1,28 bilhão em 2019;
  • entre os indivíduos diagnosticados, 720 milhões não estão recebendo tratamento para controlar a hipertensão.

Quais são as possíveis causas da hipertensão?

A pressão alta é uma doença que evolui silenciosamente e, por isso, há o risco de ser diagnosticada tardiamente. Diante disso, é importante fazer visitas regulares ao médico e realizar exames periódicos.

Entre a causas mais comuns destacam-se:

  • genética;
  • obesidade;
  • dislipidemias;
  • sedentarismo;
  • tabagismo.

Quais os principais fatores de risco?

Entre os fatores de risco destacam-se os seguintes grupos:

  • pessoas com idade acima de 45 anos;
  • pessoas com distúrbios nutricionais;
  • indivíduos com casos de pressão alta em familiares de até 2º grau;
  • indivíduos afrodescendentes.

Quais as complicações ligadas à doença?

Como já descrito, a hipertensão arterial de longa duração pode causar graves prejuízos às funções dos vasos e do coração. Por isso, pessoas com essa condição apresentam o risco aumentado para as seguintes doenças:

  • infarto agudo do miocárdio;
  • disritmia;
  • insuficiência cardíaca;
  • insuficiência renal;
  • acidente vascular cerebral (AVC).

Quando a hipertensão arterial é prolongada e não tratada adequadamente, o coração se expande, aumenta de tamanho e espessa as suas paredes. Tais modificações ocorrem porque o sistema precisa de trabalhar com mais força para garantir a nutrição. Com isso, há o aumento gradativo da carga de trabalho do coração, o que pode piorar ainda mais a saúde.

Quais as formas de prevenção?

Por razões fisiológicas, a tendência é que a pressão arterial varie naturalmente com o passar da idade. Isso acontece devido às mudanças naturais e gradativas que o corpo sofre durante o envelhecimento.

Mesmo assim, existem algumas práticas que são de extrema relevância para diminuir os riscos de desenvolver pressão alta. Listamos algumas delas. Confira:

  • indivíduos obesos e que têm hipertensão arterial são aconselhados a perderem peso;
  • é importante combater o sedentarismo;
  • parar de fumar e reduzir o consumo de álcool também melhora o funcionamento dos vasos do coração;
  • cuidar da alimentação e priorizar produtos com teor reduzido de gordura saturada;
  • reduzir o índice de sal e de açúcar ingeridos;
  • melhorar a adesão aos tratamentos propostos pelo médico.

Como tratar a pressão alta?

Atualmente, a divulgação de informações básicas sobre a hipertensão e o incentivo à adesão às medidas preventivas são estratégias importantíssimas para um controle mais efetivo desse mal. No Brasil e no mundo, os problemas relacionados à doença são bem semelhantes, já que a pressão alta abre a porta para uma multiplicidade de complicações.

Em geral, os remédios utilizados no tratamento de pessoas hipertensas são os anti-hipertensivos. Como a doença acontece em diferentes graus, o ideal é que a terapia medicamentosa para a HAS seja adaptada às necessidades do paciente.

Por fim, vale ressaltar que tão relevante quanto à adoção de medidas de educação preventiva sobre a hipertensão é o cuidado e a atenção com a saúde em geral. Mudanças no estilo de vida, sobretudo nos hábitos alimentares, são essenciais para o bom funcionamento do coração e melhoria da qualidade de vida.


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