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Cicatriz perfeita: entenda as fases da cicatrização e os melhores cuidados para cada uma

Quer saber como funcionam todas as etapas do processo de cicatrização? Leia o nosso artigo!

6
minutos de leitura

A cicatrização é um processo natural do corpo humano, responsável por restaurar a integridade da pele após um ferimento. Embora seja um mecanismo essencial para a recuperação, a forma como ocorre pode influenciar diretamente o aspecto estético e funcional da cicatriz.

Entender as fases desse processo e os cuidados necessários em cada uma delas é fundamental para que a pessoa tenha uma cicatriz perfeita e evite complicações desnecessárias. Por isso, é ideal avaliar a cicatrização nas consultas de retorno.

Quer saber mais? Continue a leitura!

O que é uma cicatriz?

A cicatriz nada mais é do que o resultado visível do processo de reparação de tecidos após uma lesão, causada por um acidente ou cirurgia. Ela se forma quando a pele e os tecidos subjacentes são danificados, desencadeando uma série de respostas do organismo para fechar a ferida.

Dependendo do tipo de lesão, da localização e dos cuidados adotados, a cicatriz pode ser mais discreta ou apresentar irregularidades. A maioria dos médicos cuida o máximo para que as cicatrizes fiquem pequenas e com um aspecto mais bonito.

Quais são os diferentes tipos de cicatriz?

Existem muitos tipos de cicatrizes. Elas podem ser classificadas de acordo com as suas características de formação, textura e aparência. Abaixo, separamos os principais. Confira!

Cicatriz normotrófica

A cicatriz normotrófica é o resultado ideal de um processo de cicatrização. Ela se forma de maneira equilibrada, com produção adequada de colágeno, sem elevações ou depressões em relação à pele ao redor.

A coloração é uniforme, similar à pele circundante, e a sua textura é macia e suave ao toque. Os detalhes de seu aspecto são:

  • plana e alinhada ao nível da pele;
  • cor próxima ao tom natural da pele;
  • não apresenta espessamento ou retração;
  • pouco perceptível visualmente.

Esse tipo de cicatriz geralmente resulta de um processo de cicatrização bem conduzido. As feridas não sofreram traumas adicionais durante a recuperação ou passaram por procedimentos cirúrgicos bem-sucedidos, com fechamento adequado da pele e ausência de infecções ou outras complicações ao longo do processo.

Entre os cuidados para uma cicatrização normotrófica, temos os seguintes:

  • higienização diária;
  • proteção solar;
  • hidratação da pele;
  • ausência de traumas;
  • uso de curativos especiais;
  • massagem local.

Além disso, é indicado usar gel de silicone, pois ele auxilia na hidratação e na melhora da aparência. Pode também ser feito o uso de um laser fracionado, para que o tom da pele seja uniformizado.

Quando necessário, o microagulhamento é utilizado para estimular a produção de colágeno em casos de cicatrizes com pequenas irregularidades.

Cicatriz hipertrófica

A cicatriz hipertrófica se forma quando há um excesso de produção de colágeno durante o processo de cicatrização. Entretanto, esse crescimento é limitado ao local original da lesão, diferentemente do queloide, que ultrapassa os limites da pele lesionada.

Ela é geralmente elevada, rígida e apresenta uma coloração avermelhada ou rosada, podendo causar coceira e desconforto. Entre as principais causas, podemos citar:

  • excesso de tensão no local da lesão;
  • infecções durante o processo de cicatrização;
  • reabertura da ferida ou traumas repetidos na área afetada;
  • predisposição genética, em algumas pessoas.

Existem alguns tratamentos disponíveis, como as injeções de corticoides, que são aplicadas diretamente na cicatriz para reduzir a inflamação e o volume do tecido cicatricial.

Ainda, o laser terapêutico estimula a remodelação do colágeno e melhora o aspecto estético da pele. Já a terapia de compressão utiliza malhas compressivas para reduzir gradualmente o volume da cicatriz. Por fim, em casos mais extremos, pode-se recorrer a uma cirurgia corretiva, que também apresenta bons resultados.

3. Cicatriz atrófica

A cicatriz atrófica se forma quando há perda de tecido durante o processo de cicatrização, resultando em uma depressão ou afundamento na pele. Isso ocorre devido à produção insuficiente de colágeno para preencher o espaço deixado pela lesão.

Essas cicatrizes são comuns em casos de acne severa, catapora, acidentes ou cirurgias em que o tecido subcutâneo é danificado. Os principais tipos de cicatrizes atróficas são:

  • ice pick: cicatrizes profundas e estreitas, que parecem pequenos furos de gelo na pele;
  • boxcar: cicatrizes largas e com bordas definidas, que apresentam um afundamento mais raso em relação ao tipo ice pick;
  • rolling: cicatrizes com aspecto ondulado, devido à fibrose que puxa a pele para baixo.

Existem vários tratamentos disponíveis, por exemplo:

  • microagulhamento;
  • preenchimento dérmico;
  • laser fracionado;
  • peelings químicos;
  • radiofrequência microagulhada;
  • subcisão.

4. Queloide

Queloide é um tipo de cicatriz patológica caracterizado pelo crescimento exagerado do tecido cicatricial além dos limites da lesão original.

Esse desenvolvimento ocorre devido à produção excessiva de colágeno durante o processo de cicatrização, resultando em um tecido denso, elevado e frequentemente com coloração avermelhada ou arroxeada.

Ao contrário da cicatriz hipertrófica, o queloide avança sobre áreas de pele saudável e pode continuar crescendo por meses ou até anos.

Entre os principais fatores de risco, destaca-se a predisposição genética. Pessoas com histórico familiar de queloides têm maior probabilidade de desenvolvê-los. A condição é mais comum entre os 10 e 30 anos de idade.

5. Cicatriz contratura

Esse tipo de cicatriz ocorre quando o tecido cicatricial se contrai excessivamente, limitando o movimento da pele e dos tecidos subjacentes. Ele é mais comum em queimaduras extensas, podendo causar enrijecimento das articulações e deformidades.

Os tratamentos podem envolver fisioterapia, massagens, uso de expansores de pele e, em casos mais graves, cirurgia reconstrutiva.

6. Cicatriz pigmentar

Refere-se a uma alteração na coloração da pele na área da cicatriz, que pode se tornar mais escura (hiperpigmentada) ou mais clara (hipopigmentada). O tratamento pode envolver o uso de protetor solar, peelings químicos, laser ou cremes despigmentantes.

Como funcionam as etapas do processo de cicatrização?

Uma boa cicatrização é aquela que restaura a integridade do tecido com o menor grau possível de fibrose e alteração estética. Para isso, é necessário que algumas etapas ocorram de forma adequada, com cuidados específicos em cada uma delas. Observe abaixo como acontece o processo de cicatrização!

Fase inflamatória: de 0 a 5 dias

Na fase inicial, o organismo reage à lesão com um processo inflamatório que ajuda a remover impurezas e prevenir infecções. Há um aumento do fluxo sanguíneo e o recrutamento de células de defesa para o local afetado.

Fase proliferativa: de 5 a 21 dias

Nessa fase, o corpo começa a produzir colágeno e novas células para reconstruir o tecido danificado. A ferida começa a se fechar e a cicatriz se forma.

Fase de maturação: de 21 dias a 2 anos

É o estágio final da cicatrização, em que a pele se reorganiza e se fortalece. A cicatriz tende a ficar mais clara e menos perceptível. Não deve haver exposição ao sol sem proteção e não pode faltar hidratação.

Agora que você já sabe o que pode ser feito para obter a cicatriz perfeita, não deixe de orientar outras pessoas. Caso ache necessário se especialize na área de dermatologia ou cirurgia plástica, faça algum curso do seu interesse.

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