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Farmácia clínica e farmácia hospitalar: conheça as diferenças

Quer entender as diferenças entre uma farmácia clínica e uma farmácia hospitalar? Veja em nosso post o propósito de cada uma delas bem como os pontos em comum!

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Entender sobre farmácia clínica e as principais diferenças em relação à farmácia hospitalar é fundamental para que o futuro médico saiba a qual profissional recorrer diante de suas demandas.

Embora diferentes, o alicerce da farmácia clínica e da farmácia hospitalar é o medicamento, porém enquanto uma parte vertente se relaciona ao acesso e estoque, a outra se preocupa com o uso efetivo e seguro.

Isso significa que as atividades da farmácia clínica e hospitalar são interdependentes, porém complementares e quando executadas adequadamente, otimizam os processos da equipe multidisciplinar atuante nas instituições de saúde.

Ficou curioso sobre esse assunto ? Então, entenda mais sobre as diferenças entre farmácia clínica e hospitalar!

Afinal, o que é farmácia clínica?

Apesar de ter sido idealizada nos Estados Unidos em 1960, no Brasil esse movimento ocorreu a partir dos anos 2000 em virtude das grandes demandas da sociedade e da reformulação do currículo do curso de Farmácia.

A farmácia clínica tem como objetivo essencial propiciar o uso indicado, efetivo, seguro e conveniente dos medicamentos que compõem o esquema terapêutico, analisando também as incompatibilidades físico-químicas e microbiológicas de uma formulação hospitalar.

As atividades são diversas e vão desde a análise das prescrições médicas quanto às interações medicamentosas potencialmente preocupantes até no processo de conciliação de medicamentos hospitalares com os de uso domiciliar.

Quais são os processos de trabalho da farmácia clínica?

Como uma atividade essencialmente clínica, o farmacêutico deve acompanhar e discutir no âmbito de sua atuação, as principais metas terapêuticas do paciente com a equipe multidisciplinar.

Normalmente, após uma corrida de leito, os profissionais de saúde traçam objetivos terapêuticos e em seguidas elaboram os planos e intervenções a fim de monitorar a evolução clínica do paciente.

A partir de uma anamnese médica e farmacêutica é possível modificar o esquema de antibioticoterapia, reduzir a sedação para extubar o paciente, propor administração de medicamentos por sonda nasoenteral, alterar a acidez/ alcalinidade da urina para ajudar na excreção de fármacos, entre outras possibilidades.

Quais são os profissionais envolvidos na farmácia clínica?

A farmácia clínica é exercida majoritariamente pelo farmacêutico com especialização e experiência nessa temática. Para tanto, ele deve conhecer também a rotina do hospital, e fazer análise das prescrições médicas, contribuir na elaboração da prescrição de nutrição parenteral e na prevenção de eventos adversos.

No entanto, para alcançar o objetivo terapêutico para o paciente é fundamental a participação do médico no estabelecimento do diagnóstico, do nutricionista para prescrição da dieta e da equipe de enfermagem para dar assistência especializada ao paciente.

Conforme o quadro clínico do paciente e das demandas observadas ao longo do processo é possível contar com a participação de fisioterapeuta, geriatra, pediatra, anestesista, neurologista, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, entre outros.

E o que é a farmácia hospitalar?

Pode-se dizer que a farmácia clínica não se desenvolve sem as atividades da farmácia hospitalar. Essa por sua vez tem como propósito garantir o medicamento certo, na quantidade adequada e no tempo oportuno para atender as necessidades de um hospital.

O gerenciamento de estoque de medicamentos e materiais médicos é a atividade principal da farmácia hospitalar, por isso qualquer erro nessa etapa prejudica substancialmente a assistência ao paciente.

Isso significa dizer que as atividades da farmácia hospitalar são mais gerenciais e administrativas, prezando por um sistema de distribuição de medicamentos eficiente e com rotinas compartilhadas com a equipe médica e de enfermagem para o adequado funcionamento.

A farmácia hospitalar é responsável por manter estoque de medicamentos, materiais médicos, fios cirúrgicos, saneantes, órteses, próteses e materiais especiais (OPME) além de outros produtos acordados com a gerência do hospital.

Quais são os processos de trabalho da farmácia hospitalar?

Basicamente, a farmácia hospitalar trabalha em algumas etapas, quais sejam: seleção dos medicamentos conforme o a prescrição médica, programação da quantidade de medicamentos a ser adquirida e o processo de compras por cotação ou licitação.

Após a compra é preciso garantir as boas práticas de armazenamento e em seguida prezar por um sistema de distribuição de medicamentos e materiais médicos eficaz para todos os setores do hospital.

Em todas essas etapas existem pontos nevrálgicos, profissionais de diversas áreas que ajudam nesse processo, indicadores a serem avaliados, levantamento de custos com desperdícios e perda por validade, entre outras questões.

Quais são os profissionais envolvidos na farmácia hospitalar?

As atividades da farmácia hospitalar devem ser executadas preferencialmente por um farmacêutico, porém algumas delas podem ser assumidas por outros profissionais como o almoxarife ou gestor de compras hospitalares.

Além disso, é fundamental contar com a participação da equipe administrativa responsável pela elaboração de contratos com os fornecedores para entrega dos medicamentos, profissionais do setor financeiro e da recepção de produtos.

Outros profissionais que colaboram para as atividades da farmácia hospitalar são os técnicos de enfermagem, enfermeiros, que buscam e conferem as medicações enviadas aos setores, além do médico que elabora a prescrição médica válida e aceitável.

Quais são os objetivos comuns da farmácia clínica e hospitalar?

Considerando as atividades já descritas, entende-se que o propósito comum entre as duas vertentes é garantir o uso adequado, seguro e conveniente para o paciente de medicamentos durante sua internação.

Nesse contexto, a farmácia clínica e a farmácia hospitalar buscam o uso racional de medicamentos, assegurando a quantidade necessária e o uso efetivo para o paciente e consequentemente para a comunidade.

As duas vertentes também se propõem a fazer estudos farmacoeconômicos, por meio da análise da efetividade dos medicamentos e o custo associado, comparado com as pesquisas clínicas já existentes. Nessa área, a participação dos médicos e enfermeiros com experiência em saúde baseada em evidências é essencial.

A farmácia clínica é uma disciplina relativamente nova no Brasil, porém vem ganhando notoriedade pelos benefícios a ela associados. Mediante a contribuição de uma equipe multidisciplinar em saúde, é possível que, além de assegurar o estoque de medicamentos, também se consiga promover o tratamento mais indicado, efetivo, seguro e conveniente para o paciente a custo favorável para a instituição e o sistema de saúde.

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