Quais as principais doenças que podem surgir na gravidez e como preveni-las?
O pré-natal é fundamental para prevenir, identificar e, quando possível, solucionar as doenças que podem surgir na gravidez. Veja abaixo 5 complicações comuns nessa fase.

Muitas transformações acontecem no corpo de uma pessoa quando está grávida, tornando-o mais vulnerável a algumas condições de saúde, que podem prejudicar inclusive o feto ou persistir após o parto. O tratamento varia conforme cada caso, podendo incluir o uso de antibióticos, antivirais ou, em situações mais graves, a antecipação do parto.
Por isso, o acompanhamento pré-natal desde as primeiras semanas é fundamental para prevenir, identificar e, quando possível, solucionar esses problemas, garantindo a segurança de quem está gestando e do bebê também. A seguir, listamos cinco complicações comuns nessa fase – suas causas, sintomas e mais. Confira!
1. Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma complicação grave na gravidez, caracterizada por pressão alta após a 20ª semana de gestação. Suas causas exatas ainda são desconhecidas, mas fatores como hipertensão crônica, diabetes, obesidade e gestação de gêmeos aumentam o risco.
É possível que os sintomas sejam silenciosos, no entanto, muitas pessoas sofrem com dor de cabeça intensa, inchaço no rosto e mãos, e alterações visuais. Trata-se de uma doença gestacional que afeta o feto, podendo causar crescimento restrito, parto prematuro ou até colocar a sua vida em risco.
O diagnóstico é realizado por meio da medição da pressão arterial e exames de laboratório, como análise de proteína na urina. Além disso, recomenda-se que as consultas de pré-natal sejam mais frequentes para pessoas com histórico de pressão alta.
Em suma, o tratamento inclui medicamentos para controlar a pressão, redução de sal na dieta e repouso, mas a cura só ocorre após o parto. Logo após o nascimento, a pressão arterial da mãe geralmente normaliza, sendo necessário apenas um acompanhamento posterior por segurança.
2. Vaginose
A vaginose bacteriana é um desequilíbrio da flora vaginal, onde bactérias nocivas se proliferam devido à redução dos lactobacilos protetores. Na gravidez, ela pode surgir por baixa imunidade, estresse ou alterações hormonais, mas não é considerada uma infecção sexualmente transmissível.
Seu principal sintoma é um corrimento fino, acinzentado ou amarelado, com odor forte, especialmente após relações sexuais. Se não tratada, a vaginose pode aumentar o risco de parto prematuro, infecções uterinas e outras complicações para o feto.
Para diagnosticar essa enfermidade, o médico deve coletar o corrimento vaginal durante o exame ginecológico e enviá-lo para análise laboratorial. Só depois, com o resultado em mãos, ele pode verificar a presença de bactérias, como Gardnerella vaginalis, e a redução dos lactobacilos.
É necessário o uso de antibióticos, como cremes vaginais ou comprimidos orais, para restaurar o equilíbrio bacteriano. Recomenda-se também o acompanhamento pós-parto para evitar recorrências ou complicações pós-cirúrgicas.


3. Infecções urinárias
As infecções urinárias são causadas por microrganismos que invadem o sistema urinário, provocando inflamação e desconforto. Em pessoas grávidas, as alterações hormonais e a compressão da bexiga aumentam o risco, sendo mais frequentes no primeiro trimestre.
Os sintomas incluem ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, dor pélvica e urina escura ou com sangue. Se não tratada, a infecção pode evoluir para pielonefrite, aumentando o risco de parto prematuro, entre outras complicações para o feto.
Após anamnese ambulatorial, incluindo exame físico, o diagnóstico final é realizado por meio da exames laboratoriais, como o teste de urina e urocultura. Esse último identifica a bactéria causadora e auxilia na escolha do antibiótico mais eficaz.
Em suma, o tratamento inclui antibióticos seguros para gestantes, hidratação adequada e, em casos graves, hospitalização. O ideal é que, depois do nascimento, a pessoa retorne ao médico para pedir novos exames e garantir a cura completa, além de manter, claro, medidas como higiene adequada e urinar após relações sexuais como prevenção.
4. Anemia
A anemia é uma enfermidade que ocorre, principalmente, devido à deficiência de ferro, que, na gravidez, é essencial para a produção de hemoglobina e o desenvolvimento fetal. Outras causas incluem a hemodiluição fisiológica e a carência de vitamina B12 ou ácido fólico – nutrientes fundamentais para a formação das células sanguíneas.
Os sintomas mais comuns são fadiga excessiva, palidez, fraqueza e tonturas, que podem prejudicar o bem-estar da gestante. Na ausência de tratamento, a anemia aumenta o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e complicações como hemorragias pós-parto.
Basta realizar exames de sangue, como hemograma completo, que avalia os níveis de hemoglobina e hematócrito, para que o diagnóstico seja feito. Isso porque serão analisados testes para dosagem de ferro, ferritina e vitamina B12, a fim de identificar o tipo específico de anemia.
Via de regra, o tratamento inclui suplementação de ferro oral ou intravenoso e ajustes na dieta, com aumento do consumo de carnes e folhas verde-escuras, combinados com a ingestão de alimentos ricos em vitamina C. Após o parto, a suplementação pode continuar até a normalização dos níveis de ferro, e a alimentação balanceada ajuda a prevenir recorrências.
5. Distúrbios na tireoide
Os distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, são comuns na gravidez por causa das alterações hormonais que acontecem durante essa fase. Essas condições são amplificadas em casos de doenças pré-existentes, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves, que podem surgir antes ou durante a gestação.
Os sintomas variam conforme o distúrbio, incluindo fadiga, ganho de peso (hipotireoidismo) ou ansiedade e perda de peso (hipertireoidismo). Se não tratados, esses problemas podem levar a complicações como aborto espontâneo, parto prematuro, pré-eclâmpsia ou comprometimento do desenvolvimento intelectual do feto.
Seu diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue que medem os níveis de TSH, T4 livre e, em alguns casos, anticorpos antitireoidianos. Nesse sentido, o acompanhamento médico regular é essencial para ajustar o tratamento conforme a evolução da gestação e as necessidades hormonais.
O tratamento consiste na reposição hormonal (levotiroxina) para hipotireoidismo e medicamentos como propiltiouracila para hipertireoidismo, sempre em doses ajustadas para minimizar os riscos ao feto. Depois que o bebê nasce, a monitorização continua, pois algumas condições podem persistir ou agravar-se, exigindo reavaliação e ajuste terapêutico.
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