Especialidades

4 doenças que podem ser tratadas com canabidiol no Brasil e no mundo

Leia este post e conheça as 4 doenças que podem ser tratadas com canabidiol no Brasil e no mundo!

8
minutos de leitura

No Brasil, o canabidiol é utilizado no tratamento de várias condições médicas. Hoje, você vai conhecer as principais doenças tratadas com canabidiol e a relevância dessa nova alternativa terapêutica.

O avanço das pesquisas nesse assunto tem proporcionado melhorias em doenças crônicas, autoimunes e em alguns agravos do neurodesenvolvimento — como o autismo. Em todo o globo, há boas perspectivas quanto à eficácia dessas intervenções.

Quer saber mais sobre o tratamento com canabidiol? Acompanhe a leitura e mantenha-se atualizado sobre essa importante temática!

As 4 principais doenças tratadas com canabidiol

Sem dúvida, o uso medicinal do canabidiol está revolucionando o futuro da Medicina. A substância tem sido empregada no controle das manifestações de doenças crônicas, autoimunes, comportamentais e também na redução dos efeitos do uso de drogas.

Veja alguns destaques da utilização do canabidiol!

1. Epilepsia

A epilepsia é uma doença neurológica crônica, na qual o paciente apresenta episódios recorrentes de convulsões. Tais fenômenos são manifestações súbitas e desordenadas de atividade elétrica no cérebro.

Como uma marca típica desse quadro, os episódios podem variar em intensidade, duração e frequência. Além disso, essa condição clínica pode afetar pessoas de todas as idades.

A epilepsia é geralmente classificada em duas categorias principais. Confira:

  • convulsões de ausência: marcada por breves períodos de perda de consciência;
  • convulsões tônicas-clônicas: rigidez muscular, que caracteriza a fase tônica, seguida de movimentos involuntários, a fase clônica.

Tem-se ainda a epilepsia focal, que surge em uma área específica do cérebro e pode ou não afetar a consciência. Está subdividida em:

  • convulsões focais simples: sem perda de consciência, mas com sintomas como movimentos involuntários em uma ou mais áreas do corpo;
  • convulsões focais complexas: envolvem alteração do estado de consciência, com espasmos e comportamentos automáticos.

Causas de epilepsia

Ainda que não estejam completamente elucidadas, há evidências de que a epilepsia pode ter diversas causas. As principais causas são:

  • genéticas: algumas formas de epilepsia têm um componente hereditário e de herança familiar;
  • lesões cerebrais: as mais comuns, e que causam efeitos mais graves, são traumas, tumores ou infecções.
  • acidente vascular cerebral: pode levar ao desenvolvimento de epilepsia em algumas pessoas;
  • desenvolvimento cerebral anormal: anomalias que ocorrem durante a formação do cérebro.

Principais sintomas da epilepsia

Essa é uma das doenças tratadas com canabidiol que pode ter melhora significativa com o emprego dessa substância. Porém, há diversos fatores que influenciam o nível de manifestação do quadro.

Em linhas gerais, os sintomas da epilepsia variam de acordo com o tipo de convulsão. Esses episódios podem acontecer conforme o grau da doença e se manifestam por:

  • convulsões visíveis (movimentos involuntários);
  • perda parcial ou total de consciência;
  • confusão mental após as convulsões;
  • auras ou sensações prévias a uma convulsão.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da epilepsia pode envolver várias intervenções. Em geral, envolve os seguintes procedimentos:

  • histórico médico: com análise criteriosa dos sintomas e do histórico familiar do paciente;
  • exames neurológicos: objetiva a avaliação das funções motoras e cognitivas;
  • eletroencefalograma: registra a atividade elétrica do cérebro e pode identificar anormalidades antes e imediatamente às crises;
  • exames de imagem: por meio da ressonância magnética (RM), o médico pode visualizar possíveis lesões cerebrais ou na medula óssea.

Além disso, o tratamento da epilepsia também visa o controle mais efetivo das convulsões. Para tanto, os métodos mais empregados são:

  • medicamentos: anticonvulsivantes de uso diário, porém, monitorado pelo médico;
  • cirurgia: indicada para os casos resistentes ao tratamento medicamentoso;
  • tratamentos alternativos: terapias com canabidiol, dietas cetogênicas e estimulação neural.

2. Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é caracterizada por uma doença autoimune crônica. Em geral, esse quadro afeta o sistema nervoso central, causando uma variedade de sintomas neurológicos.

Do ponto de vista fisiológico, a esclerose múltipla está associada à destruição da mielina, cuja função é proteger as fibras nervosas. Por conseguinte, esse comprometimento funcional da bainha de mielina afeta a transmissão dos impulsos elétricos que ocorrem entre o cérebro e os demais sistemas orgânicos.

Apesar de ser incapacitante, muitos indivíduos podem ter uma vida ativa e produtiva, desde que façam o tratamento adequado. A gravidade e a progressão da doença variam bastante entre os indivíduos.

Mesmo assim, a qualidade de vida pode ser mantida com suporte médico adequado e reabilitação. Isso pode ser feito por meio dos diversos recursos da Medicina envolvendo consultas médicas presenciais ou ferramentas de telessaúde.

A esclerose múltipla é classificada com base na progressão da doença. Destacamos os principais tipos a seguir. Confira!

Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR)

Nesse quadro, o paciente apresenta episódios de exacerbações (crises) seguidos de períodos de remissão. Na EMRR, os sintomas podem permanecer iguais, melhorar ou desaparecer.

Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP)

Normalmente, esse tipo de esclerose começa como EMRR, mas eventualmente evolui para uma forma progressiva. Entre as doenças tratadas com canabidiol, essa substância pode melhorar a função neurológica do paciente e retardar as perdas funcionais.

Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP)

Esse quadro é um pouco mais complexo. Em geral, apresenta progressão constante desde o início, com poucas chances de remissão.

Causas da esclerose múltipla

Apesar dos avanços científicos e dos esforços dos médicos e pesquisadores, as causas exatas da esclerose múltipla não são completamente compreendidas. Contudo, a hipótese mais provável é que a doença seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Logo, inserir a EM entre as doenças tratadas com canabidiol eleva as chances de amenizar os efeitos desse problema.

Entre os principais fatores causais, veja a seguir os mais relevantes.

Genética

Herança familiar e genética devem ser considerados na expressão desse quadro. Mesmo que a EM surja por uma multiplicidade de fatores, a predisposição genética pode aumentar o risco.

Fatores ambientais

Exposição a certas infecções e baixa exposição ao sol, que leva à deficiência de vitamina D, são causas prováveis. Além disso, existem outros fatores ambientais que podem estar associados ao desenvolvimento do quadro.

Alterações no sistema imunológico

Alguns pesquisadores defendem que a EM seja uma doença autoimune. Porém, existem controvérsias, já que há outros elementos envolvidos na gênese dessa enfermidade.

Principais sintomas da esclerose múltipla (EM)

Por ser uma condição complexa, essa doença exige um manejo contínuo e individualizado. O avanço na pesquisa tem levado ao desenvolvimento de novos tratamentos e uma melhor compreensão da doença.

Assim, as recentes descobertas têm permitido melhores resultados para aqueles que desenvolveram a EM. Mas, é de suma importância que pacientes com o quadro mantenham um acompanhamento regular. O monitoramento é crucial para otimizar o tratamento e o manejo dos sintomas.

Em geral, os sintomas variam amplamente entre os indivíduos e apresentam muitas particularidades. Contudo, os mais comuns são:

  • fadiga: um dos sintomas mais comuns, que pode ser debilitante e permanente;
  • problemas visuais: doenças nos olhos, como visão dupla ou perda temporária de visão em um olho;
  • alterações motoras: fraqueza, espasmos musculares e dificuldade para caminhar;
  • sintomas sensoriais: dormência, formigamento ou dores generalizadas;
  • problemas de equilíbrio e coordenação: dificuldades em manter o equilíbrio relacionado a problemas de coordenação motora;
  • dificuldades cognitivas: problemas de memória, concentração e processamento de informações.

Diagnóstico e tratamento

Se diagnosticada no início, a esclerose múltipla pode ter os sintomas controlados e, assim, o paciente alcançar mais bem-estar e qualidade de vida.

Geralmente, o diagnóstico envolve uma combinação de métodos. Conheça os mais relevantes:

  • histórico médico: análise completa dos sintomas mais comuns e histórico familiar;
  • exame neurológico: análise das funções motoras, sensoriais e cognitivas;
  • ressonância magnética: possibilita verificar lesões na mielina (placas) no cérebro e na medula espinhal;
  • líquido cefalorraquidiano (LCR): a análise do LCR pode revelar a presença de anticorpos associados à esclerose;
  • potenciais evocados: teste que possibilita medir a atividade elétrica do cérebro, com base nos estímulos sensoriais.

Já o tratamento da esclerose múltipla pode ser dividido em duas categorias principais:

  • tratamento das manifestações: uso de corticoides para reduzir a inflamação durante as exacerbações;
  • tratamento com imunomoduladores: são indicados para reduzir a gravidade e retardar a progressão da doença.

3. Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Essa é uma condição neurobiológica que afeta o desenvolvimento do cérebro e que costuma se manifestar na infância. Muito embora exista a possibilidade de amenizar os sintomas, o autismo não tem cura.

O TEA afeta a comunicação, a interação social e o comportamento, geralmente. Os sintomas e a gravidade do autismo variam amplamente entre os indivíduos, pois depende do nível de comprometimento.

Por ser uma condição que se desdobra em diferentes aspectos comportamentais e emocionais, o autismo é uma condição que requer tratamento, compreensão e apoio.

Com as intervenções adequadas, muitas pessoas com autismo podem levar uma vida plena e satisfatória. Com os avanços das tecnologias médicas, inclusive pelo uso de Inteligência Artificial, o diagnóstico de TEA está sendo cada vez mais precoce.

Isso possibilita também o emprego de tratamentos novos, que incluem a o transtorno entre as doenças tratadas com canabidiol.

Principais características do Autismo

Considerando que essa temática é bastante abordada nas provas do Enem, destacamos algumas características do autismo, que devem ser revisadas em seus estudos.

Veja quais são:

  • geralmente, apresentam problemas com a linguagem, verbal e não verbal;
  • têm dificuldade em manter uma conversa ou entender expressões faciais e gestos;
  • têm falta de interesse em brincadeiras sociais ou em interagir com outras crianças;
  • optam por rotinas rígidas e resistência a mudanças;
  • apresentam comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, girar objetos ou repetir frases;
  • têm foco intenso em tópicos ou atividades específicas;
  • desenvolvem conhecimento profundo em áreas de interesses muito específicos.

Causas do autismo

As causas exatas do autismo não são completamente compreendidas. Porém, as hipóteses mais prováveis é que o quadro esteja relacionado a uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Benefícios do canabidiol no tratamento do Autismo

O emprego de canabidiol no tratamento do autismo tem gerado interesse crescente na comunidade médica. Conforme o avanço das pesquisas nesse assunto, as famílias de indivíduos com o Transtorno do Espectro Autista também viram na substância uma esperança para tratar os sintomas mais comuns do quadro.

O canabidiol é uma das melhores alternativas para gerenciar os sintomas associados ao TEA. Isso porque as suas propriedades são importantes no controle das principais manifestações do autismo, o que inclui o transtorno entre as principais doenças tratadas com canabidiol.

Confira as mais relevantes!

Controle de comportamentos repetitivos

Estudos sugerem que o canabidiol pode ajudar a reduzir comportamentos repetitivos e estereotipados. Tais manifestações são comuns em indivíduos com TEA.

Melhora na comunicação e interação social

Embora os resultados sejam preliminares, alguns estudos e relatos científicos indicam que essa substância pode ajudar a melhorar esses processos. Pessoas com as habilidades de comunicação e interação social comprometidas podem experimentar sensível melhora com essa intervenção terapêutica.

Redução da ansiedade

Muitos indivíduos com autismo enfrentam altos níveis de ansiedade. As propriedades do canabidiol possibilitam a diminuição da ansiedade, além de promover um estado de relaxamento mental e físico.

Melhora na qualidade do sono

Distúrbios de sono também são comuns em pessoas com TEA. O uso de canabidiol demonstrou melhorar a qualidade do sono e auxiliar na regulação dos ciclos de sono e vigília.

4. Câncer

O câncer é uma doença complexa que pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e, principalmente, de estilo de vida.

As causas do câncer variam dependendo do tipo, do gênero e da localização do tumor. Listamos as principais categorias de fatores que mais contribuem para o desenvolvimento da doença. Confira:

  • hereditariedade;
  • exposição a substâncias químicas;
  • radiação;
  • tabagismo;
  • alimentação;
  • consumo de álcool.

Benefícios do canabidiol no tratamento do câncer

Nos últimos anos, o canabidiol tem despertado interesse no tratamento do câncer e na gestão de sintomas associados à doença. Embora muitos estudos centrados nesse assunto ainda estejam em estágios iniciais, os efeitos do canabidiol em células cancerosas têm sido alvo de muitas discussões.

Essa substância apresenta efeitos significativos no alívio de sintomas como dor, náuseas e ansiedade. Por tal motivo, os tumores se enquadram entre as alternativas de controle das doenças tratadas com canabidiol

Destacamos os principais efeitos do canabidiol como terapia antitumoral. Observe:

  • propriedades antitumorais inibindo o crescimento de células cancerosas e promovendo a morte celular (apoptose);
  • propriedades analgésicas e anti-inflamatórias que podem aliviar a dor associada ao câncer e aos efeitos colaterais de quimioterapia;
  • capacidade de controlar náuseas e vômitos, que são efeitos colaterais comuns da quimioterapia.;
  • promoção da melhor qualidade de vida de pacientes com câncer, aliviando sintomas como dor, ansiedade e problemas de sono;
  • propriedades neuroprotetoras para pacientes com câncer cerebral ou tumores que afetam o sistema nervoso.

Como você percebeu, o canabidiol é um dos compostos encontrados na planta Cannabis sativa. Ele apresenta propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas e anticonvulsivantes, que são as principais características das doenças tratadas com canabidiol.

Gostou deste artigo? Então assine agora mesmo a nossa newsletter e fique por dentro de todas as novidades da Afya.