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Asma: por que a doença ainda causa tantos óbitos no Brasil?

Entenda o que é asma, quais são os sintomas mais comuns e por que a gravidade da condição ainda causa tantos óbitos no país!

6
minutos de leitura

Em 2022, o Dia Mundial da Asma teve como tema "Os desafios a serem superados no tratamento da asma". Esse evento foi organizado pela Global Initiative for Asthma (GINA) e promovido no Brasil pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

O objetivo foi ampliar a conscientização global sobre essa condição, que atinge cerca de 10% da população brasileira e é responsável por, aproximadamente, duas mil mortes a cada ano.

Pensando na relevância do tema, neste post, vamos trazer um panorama sobre a doença, abordando, entre outros pontos-chave, quando ela surgiu, quais são as suas causas, os sintomas mais comuns etc. Continue a leitura e informe-se!

Quando a asma surgiu?

Ainda que as escrituras da China — desde 2.600 a.C. — e do Antigo Egito façam menção a sintomas de dificuldade respiratória e falta de ar, a asma ainda não tinha essa denominação e características únicas até a descrição por Hipócrates, mais de 2.000 anos depois, na Grécia.

Hipócrates, uma figura que as pessoas rotularam como "avô da Medicina moderna", foi o primeiro indivíduo registrado a vincular os sintomas da asma a profissões específicas e fatores ambientais. No entanto, ele via essa condição somente como um sintoma.

Apenas por volta de 100 AEC (Antes da Era Comum), que um médico grego chamado Aretaeus da Capadócia deu uma definição detalhada à asma que já era semelhante à compreensão da patologia que temos hoje.

O que, de fato, é a asma?

Uma condição de origem genética, a asma acomete as vias respiratórias diretamente nos brônquios, que são "pequenos tubos" que transportam o ar para os pulmões. As estruturas se inflamam, incham e reproduzem secreções ou muco. Portanto, o oxigênio necessário para o adequado funcionamento do sistema não consegue chegar durante uma crise.

Quais são as suas causas?

As causas da asma são multifatoriais, incluindo uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A predisposição genética, como dito, é um elemento significativo, já que pessoas com um histórico familiar de asma ou de outras condições alérgicas, como rinite alérgica e eczema, têm um risco aumentado de desenvolver a doença.

De igual modo, fatores ambientais desempenham um papel expressivo no desencadeamento e no agravamento da asma. A exposição a alérgenos, como ácaros, pólen, pelos de animais e mofo, também pode desencadear crises asmáticas.

Além disso, poluentes ambientais, a exemplo da fumaça de cigarro, da poluição atmosférica e de produtos químicos industriais, são reconhecidos por agravar os sintomas da condição. As infecções respiratórias, particularmente em crianças, também podem levar ao desenvolvimento da asma. Ainda, fatores adicionais, como exercícios físicos intensos, ar gelado, estresse emocional e alguns medicamentos, tendem a provocar os sintomas da patologia.

Finalmente, o estilo de vida e a alimentação também podem afetar a incidência de asma, com a obesidade e uma dieta inadequada sendo reconhecidos, inclusive, como fatores de risco — mas falaremos especificamente desse ponto mais adiante. O fato é que a complexa interação desses elementos influencia a manifestação e a severidade da asma em cada indivíduo.

Quais são os sintomas da asma?

Os sintomas mais comuns da asma incluem: dificuldade para respirar ou falta de ar, desconforto no peito (como uma sensação de aperto), chiado, ansiedade, respiração ofegante e tosse seca. Frequentemente, esses sintomas são acompanhados por uma sensação de fadiga geral.

É possível evitar a asma?

Como visto, a asma é uma condição crônica multifatorial, o que torna a prevenção completa difícil — especialmente em razão dos fatores genéticos envolvidos. Contudo, é possível reduzir o risco de desenvolvimento e de agravamento da doença por meio de algumas medidas preventivas e de gestão dos fatores de risco, englobando:

  • o controle à exposição a alérgenos — minimizar a sua exposição a alérgenos comuns, como ácaros, mofo, pólen e pelos de animais, pode ajudar (e muito!) a prevenir crises asmáticas. Nesse sentido, usar capas antialérgicas em colchões e em travesseiros, manter a casa limpa e bem ventilada e evitar o contato com animais de estimação são iniciativas eficazes;
  • a priorização de ambientes livres de fumaça — evitar a exposição ao fumo de cigarro, tanto ativo quanto passivo, é essencial, pois a fumaça do tabaco é um grande irritante das vias respiratórias;
  • a redução da poluição do ar — limitar a exposição a poluentes ambientais, como a poluição urbana e os produtos químicos industriais, também pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver ou agravar a asma em alguns casos;
  • a vacinação e o tratamento de infecções respiratórias — manter as vacinas em dia, especialmente contra a gripe e contra a pneumonia, também pode prevenir infecções respiratórias que podem desencadear a asma. Além disso, tratar adequadamente resfriados e outras infecções respiratórias é superimportante para a prevenção;
  • a manutenção de um peso saudável — a obesidade é um fator de risco para a asma, portanto, manter um peso saudável por meio da adoção de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios físicos tende a ser altamente benéfico;
  • a boa gestão do estresse — recorrer a técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação e exercícios de relaxamento, pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises asmáticas.

Portanto, embora a asma, de fato, não possa ser completamente evitada, especialmente em indivíduos com predisposição genética, existem, sim, medidas que podem reduzir significativamente o risco de surgimento da condição. Além disso, implementá-las tende a melhorar a qualidade de vida das pessoas propensas à patologia.

Por que a doença ainda causa tantos óbitos no Brasil?

Como vimos, é viável controlar os sintomas da asma para a prevenção e a redução das crises. No entanto, existem inúmeros desafios quando se trata de manter a doença sob controle — entre eles, a dificuldade de que o próprio paciente dê continuidade ao tratamento que foi proposto pelo especialista na área da saúde.

A base do tratamento envolve corticosteroides inalados para controlar a inflamação brônquica, para reduzir os sintomas e para diminuir as crises. A grande questão é que ainda é muito comum escutar que a bombinha para a asma vicia e que, quando as crises melhoram, não é necessário seguir com a medicação.

Os medicamentos, porém, não devem ser abandonados ou retirados do tratamento sem supervisão médica. Afinal, a falta de controle da doença — que tem alto potencial de gravidade — pode resultar em crises graves e até mesmo na morte. A ausência de cautela, aliada a fatores como a desigualdade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento, é uma das razões para o grande número de óbitos no país.

Como vimos, a asma é uma condição crônica que, sem o adequado tratamento, pode levar ao óbito. No entanto, existem meios de prevenir as crises e a piora do quadro a partir de medidas simples a serem adotadas no dia a dia.

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