Anestesia: quais são os tipos e como funcionam
Leia agora este post e descubra quais são os principais tipos de anestesia utilizados atualmente, além de entender quais são seus principais usos.
Embora a dor física seja quase sempre sinônimo de incômodo para o corpo humano, ela é responsável por avisar nosso corpo que um tecido ou parte importante para o organismo está sofrendo algum tipo de lesão.
Quando falamos de procedimentos médicos como cirurgias ou exames mais invasivos, é comum que dores sejam provocadas e, por isso, devem ser evitadas para que os pacientes não sofram incômodos desnecessários. A principal forma de evitar esta dor é por meio da anestesia, uma substância que bloqueia os sinais nervosos que conhecemos como dor.
Neste post, você vai entender melhor o que é e como funcionam os mecanismos por trás da anestesia, além de conhecer quais são os principais tipos e quais são mais indicados para cada caso.
Como era a vida antes da invenção da anestesia?
A história da Medicina está sempre repleta de invenções e novas técnicas que visam melhorar a vida dos pacientes e o conforto durante os procedimentos médicos. Embora a área já tenha conseguido inúmeros avanços e esteja em um estágio bem moderno, nem sempre os procedimentos foram feitos com todas as tecnologias que possuímos hoje.
Desde a antiguidade até o começo da era moderna, diversos métodos foram testados para combater a dor e facilitar o trabalho de investigação e tratamento dos médicos. As principais formas de anestesiar os pacientes envolviam a ingestão de plantas medicinais como a hortelã, bebidas alcóolicas e até mesmo recursos como a hipnose.
Embora ajudassem com a tarefa, os pacientes ainda sofriam bastante com a falta de anestesia, assim como as condições precárias de higiene e o pouco conhecimento da ciência na época.
Tudo isso mudou por volta do século XIX, quando novas técnicas mais modernas de analgesia surgiram. Primeiro com o uso do clorofórmio no Reino Unido, e depois com o uso do éter nos Estados Unidos, possibilitando a primeira cirurgia feita com anestesia feita por Crawford Long, um dos grandes médicos que revolucionaram a Medicina.
Hoje, com o avanço dos estudos, as substâncias analgésicas são mais seguras e eficientes, advindas de substâncias laboratoriais testadas. Embora existam inúmeros prós e contras de trabalhar no hospital, cada vez mais as tecnologias e melhores técnicas têm se tornado um ponto positivo.
Continue a leitura e entenda mais profundamente o que é e como as anestesias modernas funcionam.
O que é anestesia?
Como você viu até aqui, a dor é um mecanismo essencial do nosso corpo que serve como aviso para que o organismo entenda que há algo de errado acontecendo. Em procedimentos, quando este aviso não é necessário, usa-se a anestesia para inibir a dor.
Assim, as anestesias são compostas de substâncias que bloqueiam os receptores responsáveis pela sensação de dor. Podemos dividi-las em em três tipos de anestesias: local, regional e geral.
A anestesia local é a mais utilizada e simples, pois envolve a anestesia de locais relativamente pequenos e que vão receber o procedimento. Em geral, o paciente fica consciente durante o processo, não sentindo apenas o local anestesiado.
Na anestesia regional, uma parte inteira do corpo é a anestesiada, geralmente a parte dos membros inferiores. Por isso, é considerada uma anestesia adequada para procedimentos de maior complexidade, como partos e cirurgias ortopédicas. Os principais tipos de anestesia regional são a raquianestesia e a peridural, que você vai conhecer logo em seguida.
Por fim, a anestesia geral é utilizada para sedar completamente o paciente, que não fica consciente durante o procedimento. Aplicada em procedimentos mais complexos e que mexem com múltiplos tecidos e órgãos ao mesmo tempo, a anestesia geral inibe a consciência e reflexos para evitar a movimentação do paciente.
Principais tipos de anestesia atualmente
Como você viu, é possível separar a anestesia em três grandes grupos, que se diferem pelo efeito que causam em nosso organismo, desde uma anestesia mais localizada até a perda momentânea e controlada da consciência.
Entretanto, ainda existem alguns tipos de anestesia que valem a pena conhecer, principalmente se você se interessa pela área ou pensa em fazer uma Pós-graduação médica em anestesia. Siga a leitura para conhecer em mais detalhes os principais tipos de anestesia e suas principais utilizações.
Anestesia geral
Como você leu brevemente, a anestesia geral é a mais indicada para procedimentos mais complexos. Ao contrário de cirurgias simples, que costumam envolver apenas um tecido do corpo, cirurgias complicadas que envolvem órgãos vitais precisam de uma sedação mais completa.
É aí que entra em cena a anestesia geral, que pode ser aplicada de diferentes formas. As mais comuns são a inalatória, administrada pelas vias respiratórias, a endovenosa, administrada pela corrente sanguínea, e a balanceada, administrada tanto pelo sistema respiratório quanto pela corrente sanguínea.
Vale lembrar que, embora muitos pacientes tenham receio deste tipo de anestesia, os métodos utilizados hoje são extremamente seguros, além de contar sempre com o anestesiologista, um profissional especialista na administração destas substâncias.
Anestesia local
Diferentemente da anterior, que é usada para procedimentos complexos, a anestesia local é a mais usada para procedimentos mais rápidos, como retirada de cistos, extração de dentes e alguns tipos de cirurgia plástica.
Por se tratar de uma anestesia que bloqueia apenas os nervos ao redor da área do procedimento, não é necessário que ela seja aplicada pelo anestesiologista, especialista da área.
Dessa forma, a anestesia local pode ser aplicada por praticamente todos os profissionais da área da saúde, facilitando seu uso e também exigindo menos cuidados no pós-operatório, já que seu efeito costuma sumir logo após a conclusão da cirurgia ou do exame realizado.
Anestesia peridural
No grupo das anestesias regionais, que bloqueiam receptores de uma área inteira do corpo, a anestesia peridural é uma das mais conhecidas por conta de sua principal aplicação: o parto.
A utilização da anestesia peridural na obstetrícia pode ser considerada uma das grandes evoluções da Medicina porque bloqueia os membros inferiores, geralmente da região do umbigo para baixo, mas deixa a paciente consciente, o que é importante para que ela possa dar continuidade ao trabalho do parto.
A peridural funciona injetando o líquido anestésico ao redor do canal espinhal, o que causa a dessensibilização dos membros inferiores. Por ser administrada com um cateter, a substância pode ser liberada continuamente, ao contrário da anestesia raquidiana, próximo item da lista.
Anestesia raquidiana
Também pertencente ao grupo das anestesias regionais, ela funciona bloqueando os receptores dos membros inferiores e impedindo que a sensação de dor seja enviada para o sistema nervoso central.
Para fazer isso, uma agulha fina injeta o líquido anestésico na coluna espinhal. Diferentemente da peridural, que é injetada no entorno deste espaço, o líquido da anestesia raquidiana se mistura na coluna espinhal, produzindo a dessensibilização de maneira menos superficial que a peridural. Por ser mais eficiente, ela é aplicada apenas uma vez, enquanto a peridural é continuamente administrada por um cateter.
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Neste post, você conheceu um pouco mais sobre a história da anestesia e como ela evoluiu para substâncias mais modernas e seguras. Também ficou por dentro dos principais tipos de substâncias anestésicas, que se diferenciam por seu local de atuação.
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