Escolha profissional

Psicologia ou psiquiatria: qual a diferença entre essas áreas?

É difícil escolher entre Psicologia ou Psiquiatria, pois ambas têm basicamente o mesmo objetivo. Saiba que é necessário para trabalhar em cada área e como os profissionais atuam.

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Imaginando que você queira ajudar as pessoas a tratarem de problemas psicológicos, você estudaria Psicologia ou Psiquiatria? Acha difícil escolher? Realmente não é fácil. Afinal de contas, apesar de terem basicamente o mesmo objetivo, essas áreas têm formas diferentes de atuar.

Pensando justamente nessa dúvida, decidimos explicar aqui quais são as maiores diferenças entre Psicologia e Psiquiatria, revelando o que é necessário para trabalhar em cada área, como os profissionais atuam e como anda o mercado de trabalho, além de trazer outras informações interessantes que certamente o ajudarão a tomar uma decisão. Confira!

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O que diferencia a Psicologia da Psiquiatria?

Segundo o dicionário Aurélio, a Psicologia é uma parte da Filosofia que trata da alma e das suas manifestações, além do estudo dos fenômenos psíquicos. Já a Psiquiatria aparece por lá como a doutrina das doenças mentais e do respectivo tratamento.

A partir daí, podemos entender que a Psicologia é a ciência da alma, que cuida do aspecto social e comportamental das pessoas. Enquanto isso, a Psiquiatria é a Medicina da mente, que cuida da parte fisiológica e química envolvendo o cérebro humano.

Podemos notar as principais diferenças entre essas 2 áreas nos estudos e no foco de atuação. Confira mais detalhes a seguir!

Foco de atuação

A Psicologia avalia e trata problemas relacionados a processos mentais, emoções e comportamento das pessoas. Ela se preocupa em descobrir as causas dos problemas, usando como principal ferramenta o conhecimento social, filosófico e comportamental. Aqui, o indivíduo é analisado no contexto em que vive.

O psicólogo se propõe a identificar e tratar as alterações psicológicas por meio de técnicas conversacionais, além de ajudar a preveni-las. Tudo isso sem qualquer intervenção medicamentosa. As técnicas podem variar, dependendo da abordagem escolhida pelo profissional.

Em contrapartida, a Psiquiatria avalia e trata problemas psicológicos focando na parte orgânica, por meio da avaliação fisiológica e química do cérebro. O psiquiatra realiza seu trabalho com base na Medicina e na Farmacologia, objetivando restabelecer o equilíbrio hormonal do cérebro e seu perfeito funcionamento.

A meta do psiquiatra é, assim, identificar as alterações psicológicas por uma perspectiva médica, tratando-as por meio de medicamentos. Na prática, a Psiquiatria se preocupa primeiramente em reduzir os sintomas. Por isso, não investiga o lado social e filosófico, como a Psicologia.

Locais de trabalho

A profissão de psicólogo é regulamentada pelos Conselhos Federal e Regional de Psicologia (CFP e CRP, respectivamente). Já a profissão de psiquiatra é regulamentada pelos Conselhos Federal e Regional de Medicina (CFM e CRM, respectivamente). Ambas as áreas exigem credenciamento para o exercício da profissão.

Os psicólogos são profissionais formados em Psicologia e tratam problemas psicológicos por meio de terapias. Desse modo, eles costumam atuar em consultórios particulares, hospitais, associações esportivas, Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e diversas outras empresas. Por isso, eles podem ajudar as pessoas em casos de:

  • luto, acidentes e perdas;
  • dificuldades no trabalho;
  • problemas de relacionamento;
  • ansiedade, estresse e depressão;
  • orientação educacional;
  • busca de melhor performance, no caso de atletas;
  • análise do comportamento do consumidor.

Por outro lado, os psiquiatras têm formação em Medicina e fazem residência médica em Psiquiatria, tratando de problemas psicológicos por meio de medicamentos. Com isso, eles costumam atuar em hospitais, consultórios particulares, ambulatórios e na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Atenção: por mais que a maioria dos lugares seja semelhante, os psiquiatras não costumam atuar em empresas, como instituições esportivas ou em processos de recrutamento. Em geral, eles podem ajudar as pessoas a resolverem problemas como:

  • dependência química;
  • Esquizofrenia;
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC);
  • transtornos alimentares;
  • depressão, ansiedade e estresse.

Como anda o mercado de trabalho?

De acordo com o CFP, existem mais de 300 mil profissionais de Psicologia em atividade no Brasil. Nos últimos anos, as empresas têm contratado cada vez mais psicólogos para ajudar em processos de recrutamento, no desenvolvimento dos colaboradores, no treinamento de atletas, na orientação vocacional dos alunos, entre outras atividades.

Nesse cenário, dependendo da empresa, das atividades exercidas e da qualificação profissional, os psicólogos podem receber de mil a 10 mil reais. Um psicólogo clínico sem mestrado, doutorado ou MBA, por exemplo, recebe aproximadamente 2.500 reais. Com esses títulos, no entanto, podem alcançar salários acima de 10 mil.

Por outro lado, segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil 2018, existem pouco mais de 10 mil médicos especialistas em Psiquiatra no país. A boa notícia para a profissão é que a demanda por psiquiatras tem crescido. De acordo com a OMS, o Brasil tem o maior índice de transtornos de ansiedade entre as nações mundiais. Isso mostra o quão importante é o trabalho do psiquiatra.

Com isso, a remuneração para psiquiatras é bem atraente, mas bastante variável. Alguns portais sobre empregos, como a Catho, revelam que um psiquiatra recebe, em média, 6 mil reais mensais. Já outros, como a Love Mondays, apontam que psiquiatras ganham aproximadamente 10 mil por mês.

É importante lembrar que a Lei 3.999, de 1961, determina um piso salarial de 3 salários mínimos nacionais para os médicos. Contudo, desde 2011, há um projeto de lei em trâmite no Congresso Nacional que pretende fixar o piso nacional dos médicos em 9 mil reais. Enquanto isso, a Federação Nacional dos Médicos (FENAM) recomenda um salário mensal de aproximadamente 11 mil.

Quais cursos são necessários?

Para trabalhar na área de Psicologia, você precisa se formar, claro, em Psicologia! Esse curso tem duração de 5 anos na modalidade bacharel e de 4 anos para licenciatura. O psicólogo não é obrigado a se especializar para começar a atuar. Porém, se o fizer, dominará melhor as técnicas da profissão, certamente conseguindo prestar um serviço melhor.

Em contrapartida, para trabalhar como psiquiatra, é preciso cursar 6 anos de Medicina e depois fazer residência em Psiquiatria, o que acrescenta mais 2 ou 3 anos nesse caminho. A Psiquiatria já é, portanto, uma especialização dentro da Medicina. Enquanto isso, como você já viu, a Psicologia é uma área mais ampla, que permite que os profissionais se especializem em diferentes abordagens e técnicas.

Para quem essas áreas são recomendadas?

Considerando todas essas informações que você acabou de aprender, fica fácil entender que a área de Psicologia é recomendada para pessoas que pretendem trabalhar não apenas no tratamento de problemas psicológicos, mas também em outras atividades envolvendo a psique humana. Pode ser ajudando atletas a alcançarem uma melhor performance ou alunos a otimizarem os estudos, por exemplo.

A Psiquiatria, por outro lado, é mais recomendada para profissionais que gostam da área médica e que querem atuar especificamente no tratamento de transtornos mentais, como em casos de dependência química e depressão.

A essa altura, você já consegue perceber que, apesar das semelhanças, a Psicologia e a Psiquiatria são profissões bem distintas, certo? A Psicologia costuma olhar para os problemas psicológicos pela perspectiva filosófica, social e comportamental do indivíduo, buscando compreender as causas. A Psiquiatria atua pela visão médica, identificando os transtornos e prescrevendo os medicamentos adequados.

São, portanto, profissões complementares, uma vez que ambas se propõem a promover a saúde mental das pessoas. E então, relacionando essas ideias a seus objetivos, você consegue descobrir em que área gostaria de atuar?

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