Estágio e carreira

5 profissões para quem sonha em trabalhar com Direitos Humanos

Conheça 5 profissões para quem quer trabalhar com direitos humanos. Leia com atenção, pois a rota certa para o seu futuro pode estar aqui!

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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.” Esta é a frase que consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). Assim, a função de quem quer trabalhar nesta área é fazer com que o ideal seja cumprido.

Como país-membro da ONU, o Brasil se comprometeu a defender o princípio desde 1948, quando o documento foi levado a pleito e assinado. Mas a História e os noticiários mostram que nem todas as camadas da população têm seus direitos respeitados.

Por esse motivo, a existência de profissões especializadas no assunto é tão importante. Se você quer fazer da sua carreira um veículo pelo respeito às pessoas, está no lugar certo.

A seguir, você conhecerá 5 profissões para quem quer trabalhar com direitos humanos. Leia com atenção, pois a rota certa para o seu futuro pode estar aqui!

Como é trabalhar pelos Direitos Humanos

A palavra que melhor resume o que representa trabalhar pelos direitos humanos é: luta.

Nada que é de fato socialmente relevante é fácil de resolver. Logo, a palavra que melhor resume o que representa trabalhar pelos direitos humanos é: luta. Vamos a alguns exemplos para ficar mais claro.

No Artigo 22 da Declaração está previsto que todo membro da sociedade tem direito à segurança social, e o Artigo 17 prevê o direito à propriedade. No entanto, mais de 180 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil atualmente, sendo privadas de ambos.

Mais adiante no documento, o Artigo 26 estabelece a universalidade do direito à instrução. Hoje, porém, 11% das crianças e dos adolescentes brasileiros estão fora da escola, segundo pesquisa da Unicef.

Além disso, a mesma remuneração por igual trabalho e sem qualquer distinção, que consta no Artigo 23, também não é respeitada por todas as empresas em nosso país. Em geral, as mulheres recebem 19% menos do que homens, e cerca de 30% quando considerados apenas cargos melhor remunerados.

Deu para entender o tamanho do desafio? Portanto, não é exagero dizer que trabalhar pelos direitos humanos é difícil. Em contrapartida, poucas áreas de atuação são tão recompensadoras do que conquistar, mesmo que pontualmente, vitórias capazes de transformar o mundo – nosso ou de alguém.

Então, se você quer embarcar nesse desafio, mas ainda não sabe qual curso escolher para exercer sua profissão, continue com a gente no próximo tópico.

Leia também: Qual o papel do Direito no combate ao racismo?

Profissões para trabalhar com Direitos Humanos

Advogado especialista

Como advogado especializado em direitos humanos, você poderá trabalhar em ONGs de causas variadas. Há, por exemplo, projetos de combate à exploração infantil, em defesa da pessoa idosa, pela proteção a refugiados e povos originários, entre outros.

Seja qual for a intenção social da área de atuação, seu esforço diário será no setor jurídico, prestando suporte aos indivíduos participantes e à entidade como um todo, para que suas diretrizes estejam de acordo com a legislação vigente.

Outra opção é abrir o próprio escritório para oferecer serviços de advocacia ou consultoria para empresas. Nesse caso, você estará buscando garantir que os empregados tenham condições ideais de trabalho – e que seus direitos sejam respeitados enquanto estiverem no exercício de suas atividades laborais.

Se a cultura organizacional da companhia que o contratou for mais aberta, há uma grande oportunidade de transformação. Isso porque o advogado pode orientar a implementação de uma política de responsabilidade social internamente, como a doação de parte dos lucros para entidades do terceiro setor, por exemplo.

Com uma especialização dupla em direitos humanos e em direito internacional, sua atuação poderá ser ainda mais ampla, representando clientes de outras nacionalidades. Eles poderão ser refugiados, vítimas de perseguição religiosa, exilados políticos, entre outras condições.

Graduação necessária: Direito.

Defensor público

É o nome que se dá aos advogados que representam indivíduos que não podem pagar pelo serviço, buscando garantir uma sentença justa e não arbitrária a seus clientes. Eles são contratados da Defensoria Pública, presente em todos os Estados da União.

Nesse âmbito, o direito humano em cheque é o que consta no Artigo 1 da Declaração: o direito à liberdade. Assim, caberá a você analisar bem o caso recebido, a fim de encontrar as possíveis oportunidades legais para redução da pena.

Para tornar-se um defensor público, porém, os concursos normalmente exigem certa experiência com advocacia privada. Além da área criminal mais conhecida, as Defensorias também prestam outros serviços. Um exemplo é a representação em direito do consumidor para situações que ultrapassam o valor máximo para serem solucionadas no atendimento às pequenas causas do Procon.

Graduação necessária: Direito.

Juiz

Profissional responsável por julgar as ações de pessoas que, por algum motivo, encontram-se na posição de réus. Visto que o Brasil é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos, cujo Artigo 8 preceitua que todos têm direito de serem ouvidos por um juiz imparcial, nenhuma condenação indevida deveria acontecer.

Mas nem sempre é isso que acontece. De qualquer forma, para trabalhar pelos direitos humanos como membro do magistrado basta pautar suas decisões no princípio do juiz natural, presente na Constituição Federal de 1988.

Tal ideal foi estabelecido com o propósito de impedir a sobreposição do Judiciário aos dois outros poderes do Estado. Ou seja, cabe aos juízes interpretar as leis e determinar condenações justas, e não criá-las ou executá-las.  

Também é graças ao referido princípio que crimes e delitos são julgados apenas com base na legislação atual. Assim, fica vedada a instituição de juízo posterior ao fato que já está sob investigação.  

Graduação necessária: Direito. 

Saiba mais: Carreira pública versus carreira privada no Direito

Diplomata

Diplomatas são os profissionais que representam sua nação de origem perante outros países. Seu trabalho faz parte da política externa e inclui o incentivo ao estabelecimento de intercâmbios econômicos e culturais entre os povos, buscando benefícios mútuos.

Os acordos internacionais frequentemente acontecem com base em negociações, que podem incluir a exigência de melhorias no que tange à garantia de direitos humanos à população local por um ou mais membros. Ou seja, sua atuação partirá do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, com reflexos no mundo inteiro.

Caso não tenha ficado claro, essa é uma profissão cuja carreira se estabelece no setor público. Fora do país, os diplomatas podem trabalhar em embaixadas, consulados ou em missões internacionais.

Com o tempo, mais portas se abrem ao profissional. Por exemplo, passa a existir também a possibilidade de se tornar um funcionário da ONU e até de chegar ao posto de Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Graduação mais indicada: Relações Internacionais.

Assistente Social

Seu trabalho pode ser bem menos glamouroso do que o que citamos anteriormente, mas é um dos mais bonitos e impactantes no dia a dia do país. Assistentes sociais são os profissionais encarregados de promover o bem-estar coletivo e integrar os indivíduos à sociedade.

Defender os direitos humanos será parte central do seu trabalho, no qual precisará lidar com muitas situações difíceis. Por exemplo, com o realocamento de crianças e adolescentes vítimas de maus tratos por parentes e familiares para abrigos públicos ou privados.

Viabilizar o acesso da população à políticas sociais, como educação, saúde e moradia também farão parte do seu escopo de atuação, a depender do cargo e órgão ocupados. Isso porque as instituições de serviço social geralmente são divididas por áreas, para que cada assunto receba atenção específica.

Graduação necessária: Serviço Social.

[BÔNUS] Soft skills essenciais para quem quer trabalhar pelos direitos humanos

Inteligência emocional é uma importante soft skill para quem quer trabalhar com direitos humanos.

Não dá para falar em trabalhar pelos direitos humanos sem citar as habilidades básicas necessárias para o exercício das profissões que listamos neste artigo. Afinal, o que fará um advogado sem oratória ou um diplomata sem empatia? Um bom trabalho é que não é.

Entre as soft skills mais importantes que você deve procurar desenvolver estão:

  • Negociação;
  • Desenvoltura para falar em público;
  • Articulação verbal e escrita;
  • Diplomacia;
  • Empatia;
  • Inteligência emocional;
  • Resiliência.

Leia nosso artigo completo sobre o que são soft skills e como desenvolvê-las!