Estágio e carreira

Mestrado e doutorado fazem diferença no mercado de trabalho

Atualmente, a instituição conta com seis programas de pós-graduação stricto sensu. Um deles é o de Humanidades, Culturas e Artes (PPGHCA).

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Fazer mestrado e doutorado pode fazer diferença no mercado de trabalho. Mas, quando se fala de uma pós-graduação stricto sensu, para muitos, parece algo distante e até inalcançável. Embora a quantidade de mestres e doutores venha aumentando significativamente nos últimos anos no Brasil - de acordo com dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2017, foram titulados no país 50.306 mestres, 21.591 doutores e 10.841 no mestrado profissional -, ainda é preciso que este número aumente ainda mais. Segundo o relatório “Education at Glance”, divulgado pela Organização para a cooperação e desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2019, o volume de brasileiros com mestrado e doutorado é um dos piores entre os 35 países pesquisados.

A crise econômica que o Brasil vem enfrentando pode ter contribuído para piorar o cenário. Além disso, nos últimos anos, muitos mestres e doutores brasileiros têm encontrado dificuldades conseguir emprego. Entretanto, um mestrado ou doutorado podem fazer toda diferença no mercado de trabalho. Segundo Ricardo Takahashi, professor titular do Departamento de Matemática da UFMG, “quem fez graduação recebe salários, em média, 170% maiores do que quem só completou o ensino médio. Quem fez mestrado ganha, em média, remuneração 84% superior à de quem tem só graduação. E quem fez doutorado recebe, também em média, 35% a mais do que quem tem mestrado”.

Pensando nisso, a Unigranrio vem investindo em seus programas de pós-graduação. Atualmente, a instituição conta com seis programas de pós-graduação stricto sensu. Um deles é o de Humanidades, Culturas e Artes (PPGHCA).

Mercado de trabalho e pós-graduação: como estão hoje os primeiros alunos das turmas de mestrado e doutorado do PPGHCA

Em 2008, surgia na Unigranrio o programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas. No início, a oferta era só de mestrado. Seis anos depois, a Capes aprovou a implantação do doutorado e, em função de exigências do órgão, o programa passou a se chamar programa de Pós-Graduação em Humanidades, Culturas e Artes.

De lá para cá, muitos alunos defenderam suas dissertações e teses. Como estão hoje alunos das primeiras turmas de mestrado e doutorado e como o PPGHCA fez a diferença em suas carreiras profissionais?

Jorge da Silva Junior concluiu o mestrado em 2011. Atualmente, é diretor de uma escola no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro. Para ele, o curso fez toda diferença: “O mestrado contribuiu para eu ter um crescimento na carreira até ser reconhecido para assumir o cargo de gestão educacional. Devido aos conhecimentos interdisciplinares que adquiri com as leituras, pesquisas e debates, acabei por ter um reconhecimento na área, e o convite foi só uma consequência”, declara.

Jorge aluno mestrado
Jorge da Silva Junior considera que o PPGHCA fez toda a diferença na sua carreira profissional.

Jorge conta que o que mais chamou sua atenção no programa foi o fato de ser interdisciplinar: “Aprendi mais sobre Sociologia, História... Além disso, me surpreendi pela forma como os professores tratam os alunos. Vi no programa uma segunda família”, completa.

Para Dilermando Moraes Costa, não foi diferente. Dilermando fez parte da primeira turma de doutorado do PPGHCA e também foi aluno de mestrado. No momento, é professor efetivo do ensino básico, técnico e tecnológico do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Segundo ele, “o programa de doutorado em Humanidades, Culturas e Artes da Unigranrio foi fundamental para a minha formação profissional, uma vez que tive a oportunidade de discutir textos mais complexos e pude refletir acerca da vida social através de uma perspectiva interdisciplinar. Além disso, foi decisivo durante o processo seletivo para o cargo que ocupo agora: as discussões teóricas foram fundamentais para a prova discursiva e a produção acadêmica construída ao longo do curso também foi importante para a prova de títulos”.

Como Jorge, Dilermando também acredita que a experiência no PPGHCA foi fundamental no seu crescimento humano:

“a formação propiciada pelo doutorado foi fundamental para meu crescimento humano em todos os aspectos de minha vida. Aprendi ainda a importância da investigação científica, pois as situações com as quais nos deparamos precisam ser discutidas e (re)pensadas além da superficialidade que trazem à primeira vista”.

Dilermando aluno doutorado
“No PPGHCA, aprendi a importância da investigação científica”, afirma Dilermando Costa.

Patrícia Jerônimo Sobrinho foi colega de Dilermando tanto no mestrado como na primeira turma de doutorado. Hoje, ela trabalha como professora adjunta em uma instituição particular de Ensino Superior e como regente de turmas de Língua Portuguesa na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Patrícia já atuava em ambas as instituições antes de entrar para o PPGHCA.

Para ela, a motivação para fazer um doutorado deve ser mais que o objetivo de alcançar um grau acadêmico máximo ou aumentar o salário. “O doutorado tem de ser capaz de nos tornar críticos e autônomos. Vejo isso como a sua maior contribuição. Ir percebendo como um tema, ainda pouco conhecido ou considerado uma “questão menor”, começa a se tornar importante na academia e o quanto vamos adquirindo conhecimentos para expressar a nossa própria tese acerca do assunto pesquisado. E depois, levar esse conhecimento para o dia a dia da nossa profissão, defendendo-o e despertando a curiosidade de outros indivíduos, para que eles também ampliem seus saberes”, explica Patrícia.

Patricia aluna doutorado
“O doutorado nos torna críticos e autônomos”, diz Patrícia Jerônimo

Mais do que cursar um programa de pós-graduação, a ex-aluna considera que o doutorado é uma decisão de vida: “Não é algo fácil… São muitos os obstáculos, inclusive pessoais, que se tem de assumir e aprender a superar”. Mas Patrícia não se arrepende, pois o PPGHCA contribuiu bastante para a sua formação e um dos motivos foi o fato de ser interdisciplinar.

A ex-aluna considera que a interdisciplinaridade permite expandir e fortalecer redes de troca científica com outras disciplinas, integrando-as e contribuindo para o avanço do conhecimento: “É um caminho de aprendizado que abre novas perspectivas, plurais, conectando disciplinas em projetos comuns e revisando e aprofundando suas áreas de estudo tradicionais”.

Jorge, Dilermando e Patrícia tiveram que conciliar os estudos com o trabalho. Com certeza, isso exigiu muito esforço pessoal. Na verdade, esta é a realidade de boa parte dos alunos do PPGHCA e da Unigranrio. Mas a escolha sempre vale a pena, pois, apesar das dificuldades econômicas que o Brasil vem enfrentando, de fato, um mestrado e um doutorado podem fazer toda a diferença o mercado de trabalho.

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