Estágio e carreira

Lifelong learning: saiba por que este é o futuro da educação

A adesão ao lifelong learning já está acontecendo e a transformação social decorrente disso é apenas uma questão de tempo, como você verá neste artigo. Confira!

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A civilização moderna se gaba por viver no século 21 pelo fato de poder experimentar tanto de seus avanços tecnológicos e medicinais no presente quanto de seus progressos socioculturais, que abrem infinitas oportunidades para o futuro. Em contrapartida, quando o assunto é readaptação, ainda existe uma resistência à mudança.

É como se apenas os atores sociais mais jovens, porta-vozes da Geração Z e da Alpha ainda precisassem fazer o item mais básico à sobrevivência: aprender. Pode parecer exagero, mas muita gente acredita que a educação vai do jardim de infância ao doutorado, se limitando a este padrão institucionalizado.

Segundo Peter Kronstrøm, diretor do Copenhagen for Future Studies (CIFS) na América Latina, tal pensamento é fruto de um ensino comprimido em um bloco que precisa ser vivenciado num período específico da vida. Sua opinião para o futuro, porém, é de que isso vai mudar à medida que o lifelong learning ganhar força.

Apesar de parecer somente uma promessa, não há um grande “se” nessa questão. A adesão ao lifelong learning, na verdade, já está acontecendo e a transformação social é apenas uma questão de “quando”.

O que é lifelong learning?

“Aprendizado ao longo da vida” ou educação continuada, tanto faz. Independentemente da tradução em português que você encontrar para lifelong learning, ambos remetem à mesma coisa: buscar a atualização constante de seus conhecimentos para manter-se relevante no mercado.

Quer dizer, não somente para tal fim, mas também para se aperfeiçoar, praticar o autocuidado intelectual e ficar satisfeito com seu próprio desempenho cognitivo. Muitas vezes, isso está atrelado ao reconhecimento de seu crescimento profissional. Porém, nem sempre, pois há empresas que deixam seus talentos escaparem.

Hobbies também são fonte de conhecimento e fazem parte do lifelong learning. Foto: Freepik

Logo, quem adere ao lifelong learning normalmente busca adquirir conhecimentos estratégicos que lhe serão úteis para conseguir uma promoção ou uma mudança de carreira. Outras pessoas, entretanto, seguem por caminhos diferentes.

Isso porque envelhecer aprendendo não requer um propósito monetário para ser considerado um processo de educação. Não à toa, o lifelong learning pode ser incentivado por meio do direcionamento para hobbies que ajudam as pessoas a descansar a mente e a sentir prazer enquanto aprendem algo novo sem perceber. 

Ou seja, estudar música, praticar esportes ou dança, entre outras atividades menos convencionais, também podem ser consideradas formas de educação continuada. Elas são formas de investir em seu desenvolvimento pessoal que, por sua vez, agregam soft skills muito demandadas pelas empresas.

Agora, por que esta prática é interessante para o seu futuro? Descubra a seguir!

Saiba mais: O que é ócio criativo e como praticá-lo durante as férias

Por que o lifelong learning é o futuro da educação

De acordo com Kronstrøm, existe a previsão de que o setor passará por mudanças no que tange à forma de fazer a educação. Um exemplo é a automatização, que está tornando o ensino mais digital e, consequentemente, mais dinâmico também.

Visto que a tecnologia está presente em quase todos os âmbitos da vida, o lifelong learning aparece como uma solução para nos manter em dia com os novos padrões de sociedade, que se alteram rapidamente. Ou seja, ajudará no quesito de empregabilidade, mas também nos afazeres comuns do dia a dia.

O lifelong learning aparece como uma solução para nos mantermos em dia com os avanços tecnológicos. Foto: Freepik

Quem aqui nunca passou por algum perrengue com algum site ou bancos digitais por falta de conhecimento? Às vezes, acontece. Estar preparado é a melhor opção.

Em 2019, Kronstrøm afirmou que cursos intensivos e de prazo mais curto serão uma realidade. No entanto, não deixou dúvidas de que “a universidade seguirá relevante, especialmente se conseguir desenvolver nos alunos as habilidades sociais, comportamentais e intelectuais para que eles aprendam ao longo da vida”.

É por isso que estamos falando sobre o assunto com você. E também a razão pela qual vamos aprofundar ainda mais no próximo tópico. Vem com a gente!

Pilares do lifelong learning e suas vantagens

Uma das grandes mágicas da educação, combinada com os diferentes tipos de inteligência, é sua contribuição para que trocas produtivas aconteçam em sociedade. Na faculdade, você verá como seu curso formará profissionais com objetivos, perfis e qualidades diversas entre si.

Imagine, então, aplicar isso para o curso de vida inteiro de toda a humanidade. Com certeza, o mundo seria outro, não é mesmo?

Bom, é por isso que o lifelong learning tem 4 pilares: para ser possível discernir os conhecimentos que podem ser adquiridos pelos vários formatos de aprendizado e campos de estudo existentes. Eles foram definidos pelo Lifelong Learning Council Queensland (LLQC), na Austrália.

Abaixo, você encontrará uma breve descrição de cada um deles e algumas de suas respectivas vantagens.

1. Aprender a conhecer

Este tópico também poderia ter sido denominado como "aprender a questionar". Lembra-se daquela propaganda do Canal Futura que dizia “não são as respostas que movem o mundo, mas as perguntas”?

Pois bem! Para que o lifelong learning prospere, as pessoas precisam sentir satisfação enquanto buscam novos conhecimentos, sendo curiosas e inquietas!

Sua vantagem principal é agir como catalisador na carreira. Quando elas encontram uma veia na qual se destacam e descobrem em si habilidades de que seu setor precisa para evoluir, a inovação acontece.

Leia também: O que são as soft skills e como desenvolvê-las?

2. Aprender a fazer

Colocar a mão na massa ou sair da teoria para a prática também são maneiras eficientes de definir o segundo pilar. As aulas de educação física na escola talvez tenham sido seu primeiro contato com a ideia, pois sempre havia uma parte em sala ou na quadra onde eram explicadas as regras, e o jogo começava depois.

Em outras disciplinas, tal intersecção por vezes é mais difícil de reproduzir. Mas, como dissemos antes, a educação continuada não se trata somente do ensino tradicional.

O benefício de aprender dessa forma vale muito para quem é mais competitivo ou tem pensamento direcionado para metas e resultados. Quando há um objetivo claro do que fazer com o conhecimento teórico, existe mais empenho para alcançá-lo.

Além disso, caso o projeto seja feito em grupo, a prática estimula a interação social, o trabalho em equipe e a criatividade. Tudo isso dá abertura para melhorias em comunicação, negociação e inteligência emocional.

3. Aprender a conviver

Lifelong learning promove o desenvolvimento de soft skills importantes para a vida em sociedade. Foto: Freepik

Para além da atividade em si, conviver com mais pessoas e precisar delas para um fim útil favorece o terceiro pilar: aprender a conviver. Este é um processo muito importante que o lifelong learning provê para a construção de uma sociedade mais tolerante e igualitária.

Mas, o que isso significa? Bom, podemos citar, por exemplo, que o saber conviver se manifesta por meio da capacidade de dar e oferecer feedbacks sinceros e gentis, o que é fundamental para o desenvolvimento dos futuros líderes.

4. Aprender a ser

Por fim, o último pilar é sobre “saber buscar conhecimento por conta própria”. Apesar de parecer estar relacionado ao autoconhecimento, aprender a ser não é algo tão profundo e filosófico assim.

Na verdade, relaciona-se à proatividade e independência das pessoas, como estudantes da vida. Seja pesquisando on-line, procurando cursos e palestras de profissionais especializados no assunto ou recorrendo aos livros.

Sem dúvidas, a vantagem de saber fazer isso é a lapidação do seu senso crítico, que proporciona maior resistência à fake news. Afinal, você não vai acreditar em qualquer informação que chegar até você quando sabe que pode encontrar a verdade sozinho.  

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