Estágio e carreira

Liderança feminina: o impacto das mulheres no mercado de trabalho

Muitos estudos já mostraram as vantagens que a liderança feminina traz ao ambiente de trabalho e é com base neles que escrevemos este artigo. Boa leitura!

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No Brasil, as mulheres representam apenas 39,4% dos cargos de gestão. Apesar de elas serem a maior parte da população, a presença do gênero masculino no mercado de trabalho ainda sobressai em 18,2% ao feminino. De acordo com os últimos dados do estudo ‘Estatísticas de Gênero’ do IBGE, isso se deve principalmente às expectativas impostas às mulheres devido à maternidade e aos padrões socioculturais que as sobrecarrega com os afazeres domésticos mesmo quando dividem a casa com um parceiro.

Neste contexto, a Organização das Nações Unidas estabeleceu a igualdade de gênero como um dos 17 objetivos a serem cumpridos pelos países a fim de se desenvolverem de forma sustentável. No âmbito empresarial, estes objetivos fazem parte do Pacto Global e o compromisso público escolhido pela Afya foi a equidade. Até 2022, metade dos cargos de liderança do grupo deverá ser ocupada por mulheres.

Notícias como estas costumam escancarar pensamentos retrógrados na sociedade, pois muitas pessoas aparecem dispostas a argumentar que a escolha por gênero não é meritória. Em contrapartida, já existem muitos estudos elencando todas as vantagens que lideranças femininas trazem ao ambiente de trabalho e é com base neles que escrevemos este artigo. Então, aproveite a leitura!

Consciência socioambiental

Em 1970, o economista Milton Friedman escreveu para todos os leitores da Revista Times que “A responsabilidade social de uma empresa é gerar lucro para os seus acionistas”. À época, tal teoria foi até bem aceita pela sociedade. Mas, atualmente, podemos afirmar com certeza que o debate tem caminhado para bem longe desta premissa.

Não por acaso, foi criado o critério ESG que nada mais é do que um compilado de padrões para direcionar as operações de empresas socioambientalmente conscientes e selecionar potenciais investimentos. E adivinha só quais líderes têm posto isso em prática com mais frequência e intensidade.

Um estudo publicado este ano mostrou que 52% das companhias que têm mulheres à frente dos negócios apresentaram notas ESG elevadas, enquanto entre as lideranças masculinas o percentual foi de 48%. E, com mais pessoas do gênero feminino em níveis de conselho, a diferença disparou para: 72% contra 24%.

Na prática, o ‘E’ representa as ações em prol da natureza; o ‘S’ refere-se à saúde das relações de trabalho estabelecidas com empregados, clientes, fornecedores e a comunidade local; e o ‘G’ trata da governança interna e o resultado de auditorias, por exemplo. Portanto, empresas lideradas por mulheres têm maior consciência socioambiental, qualidade indispensável para o futuro das nações.

Resiliência

No sentido figurado, esta virtude significa: capacidade de adaptar-se às mudanças da vida sejam elas positivas ou não. Se nós pensarmos em como o mundo real foi e ainda é desafiador para as mulheres, fica bem simples entender por que um dos impactos das lideranças femininas nas empresas é agregar resiliência à equipe.

Segundo dados da Harvard Business Review de 2019, a diferença percentual quanto à resiliência era de 5,4% a mais para as mulheres. Além disso, dentre as 19 habilidades analisadas, elas dominam 17, com todas as pontuações acima dos 50%. As duas em que os homens ficaram a frente foram: expertise técnica e profissional e desenvolvimento de perspectiva estratégica.

Mais recentemente, outro acontecimento colocou à prova este fato, literalmente, de forma globalizada. A condução da pandemia em países liderados por mulheres, como a Nova Zelândia, a Alemanha, a Finlândia e a Noruega, foi referência às demais nações que estavam enfrentando a mesma doença e seus efeitos econômicos. Outro estudo feito entre as 50 unidades federativas dos Estados Unidos também chegou a esta mesma conclusão, quando comparando a atuação dos respectivos governadores.

Para que a uma crise seja resolvida com sucesso, porém, é essencial que todas as pessoas envolvidas na operação estejam cientes de seus papéis que, na maior parte das vezes, são definidos pelos respectivos líderes. Portanto, vamos ao próximo item.

Comunicação eficaz e afetiva

Algo que muitas mulheres aprenderam direta ou indiretamente com o avanço da sororidade foi a ouvir reivindicações alheias e a compreender sem julgamentos não apenas outras mulheres, mas os seres humanos como um todo. Nesse sentido, líderes femininas melhoram a comunicação interna de seus setores; têm habilidades aguçadas para descobrir o que os clientes realmente querem; e costumam falar de forma afetiva.

Após uma pesquisa realizada em 2012, o artigo Gender Differences in Leadership elencou algumas características comunicativas que embasam este argumento. Entre os as lideranças femininas, os principais aspectos de sua comunicação foram: apoiador, recompensador e orientador. Por outro lado, a parte masculina da tabela foi preenchida com: resolutivo e delegador.

A partir destes dados, podemos concluir que as mulheres que exercem cargos de liderança apresentam mais facilidade a motivar os membros de sua equipe no ambiente de trabalho. E este é um impacto poderoso para qualquer negócio, dos microempreendimentos às multinacionais.

Via de regra, isso acontece porque os homens são ensinados a não expressarem seus sentimentos e a não demonstrarem vulnerabilidade, enquanto às mulheres estas são características tidas como naturais e positivas. De fato, a desenvoltura para se comunicar e a capacidade de sentir empatia são habilidades muito benéficas. Mas, infelizmente, o sexismo acaba por afastar boa parte da população de desenvolvê-las ao longo da vida.

Estereótipos morrem devagar

Embora os benefícios das lideranças femininas já estejam marcando presença e sendo comprovados por pesquisadores ao redor do mundo, construir uma carreira ainda é um desafio para muitas mulheres. Logo, o mais importante é não perder a esperança, comemorando cada vitória em vez de se concentrar no que ainda precisa ser feito.

E, de uma coisa nós temos certeza: o primeiro degrau para você conquistar o seu lugar no mercado de trabalho, que é no topo desta longa escadinha, é um diploma do Ensino Superior. Então, não perca tempo, inscreva-se no vestibular de uma instituição Afya: