Comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho: entenda os desafios
Descubra agora com este post quais são os principais desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e que ações podem ser feitas para diminuir essa disparidade.
Em busca de novos olhares e ideias no ambiente profissional, o mercado de trabalho tem feito um grande esforço para se tornar mais plural e acolher diversas populações. Esse esforço fica bem explícito quando vemos que existe uma nova profissão para esta finalidade: a de analista de diversidade!
Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda existem inúmeros preconceitos e discriminações que ocorrem com pessoas que fogem do estereótipo profissional. Um grupo de pessoas que ainda sofre com esta situação é a comunidade LGBTQIAPN+.
Neste post, você vai conhecer um pouco mais sobre a comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e alguns dados sobre sua atuação profissional. Além disso, saiba quais são os principais desafios enfrentados e como é possível contorná-los!
Quem é a comunidade LGBTQIAPN+?
Antes de entender como esta população está inserida no mercado de trabalho, é importante esclarecer o termo LGBTQIAPN+. Isso é importante, já que muitas pessoas não costumam discutir este tema, e também porque a sigla que representa esta população ganhou novas letras recentemente.
Em meados dos anos 1980, a sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) começou a ser utilizada para definir pessoas que não se identificavam com a heterossexualidade, isto é, não eram sexualmente atraídas por pessoas do gênero oposto.
As siglas, assim como outras ações, fizeram parte de esforços para combater a invisibilidade dessa população, como nos desafios no acesso ao cuidado paliativo, à saúde de forma geral, ao emprego e demais aspectos da vida.
Com o passar dos anos, a sigla foi se transformando com a intenção de se tornar mais inclusiva e contemplar todas as pessoas que não se identificam com a heterossexualidade. Hoje a sigla mais utilizada é LGBTQIAPN+. Você sabe o que cada termo da sigla significa? Confira agora:
- "L" para lésbicas. Pessoas que se identificam como mulheres e que se sentem atraídas sexualmente por mulheres;
- "G" para gays. Pessoas que se identificam como homens e que se sentem atraídos sexualmente por homens;
- "B" para bissexuais. Pessoas de todos os gêneros e que se sentem sexualmente atraídos por mais de um gênero;
- "T" para transsexuais. Pessoas que não se identificam com o gênero em que foram socializadas;
- "Q" para queer. Termo que também tem raízes políticas e sociais, identifica pessoas que rejeitam a binaridade de gêneros;
- "I" para intersexo. Pessoas que têm, biologicamente, características sexuais tanto masculinas quanto femininas;
- "A" para assexuados. Pessoas que não sentem atração por outras pessoas, romanticamente e/ou sexualmente;
- "P" para pansexuais. Pessoas de todos os gêneros que podem se sentir atraída por qualquer outra pessoa, independentemente do gênero ou orientação sexual;
- "N" para não-binariess. Pessoas que se identificam como homens e nem como mulheres, podendo, inclusive, se reconhecerem nos dois gêneros ao mesmo tempo.
Atuação da comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho
Agora que você já está familiarizado com os termos que definem a comunidade, já é hora de descobrir os principais dados sobre a atuação destas pessoas no mercado de trabalho.
De forma geral, embora a maior parte dos dados demonstrem avanços em relação ao passado recente, eles também mostram que ainda há muito a ser feito politicamente para trazer mais igualdade de oportunidades profissionais.
As dificuldades para a comunidade LGBTQIAPN+ vão desde a procura por emprego até a vivência em alguns cargos e possibilidades de promoção e reconhecimento neste ambiente.
Segundo diversas pesquisas, quase 20% das empresas apresentam restrições na hora de contratar pessoas LGBTQIAPN+. Além disso, mais da metade, isto é, 54% das pessoas LGBTQIAPN+ não sentem segurança no ambiente de trabalho. Isso mostra que as portas do mercado de trabalho e os ambientes profissionais ainda têm requisitos que demonstram o preconceito da população em geral em relação a esta comunidade.
Principais desafios enfrentados por esta população
Como você viu, embora o mercado de trabalho seja um ambiente tecnicamente arrojado e que sempre busque inovações, este ambiente também é considerado excessivamente conservador quando o assunto é pluralidade e diversidade de pessoas.
Por isso, há inúmeros desafios que a comunidade LGBTQIAPN+ precisa enfrentar. A seguir, siga a leitura e conheça em detalhes os principais desafios que as pessoas LGBTQIAPN+ lutam diariamente.
Falta de oportunidade
Ainda que todos os membros da comunidade LGBTQIAPN+ sofram por falta de oportunidades de qualificação e trabalho, a falta de oportunidade afeta sobretudo pessoas transexuais e travestis.
Por não estarem dentro do espectro da binaridade, isto é, não se identificarem como homens ou mulheres cisgênero, é comum que haja dificuldades para que esta população consiga se estabilizar profissionalmente.
Em uma das publicações anuais da ANTRA, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% dessa população utiliza a prostituição como principal fonte de renda.
Além de empobrecer a diversidade no mercado de trabalho, este cenário também tira a oportunidade de independência financeira desta população, essencial para um dos recortes da população que mais sofrem com tensões familiares e expulsões de casa.
Preconceito na contratação
Como os dados demonstram, a primeira barreira para a comunidade LGBTQIAPN+ é conseguir ingressar no mercado. Isso ocorre porque muitas pessoas que não se identificam com o padrão heteronormativo são barradas em entrevistas de emprego.
Por esta razão, não é incomum que muitas pessoas escondam sua sexualidade, deixando de se expressar ou se vestir da maneira que é habitual para conseguirem vagas.
Embora silenciosa, isso também é uma forma de preconceito, já que obriga um grande número de pessoas a se esconderem e trabalharem de forma desconfortável.
LGBTQIAPNfobia no ambiente de trabalho
Não é apenas na hora da contratação que a comunidade LGBTQIAPN+ precisa enfrentar desafios por conta de sua sexualidade. Dentro do ambiente de trabalho, também há um conjunto de atitudes preconceituosas.
Oriunda tanto de colegas quanto de chefes, a LGBTQIAPNfobia no ambiente de trabalho é grave, já que constrange pessoas em seu próprio ambiente profissional, diminuindo a produtividade, a satisfação no trabalho, além de consequências na saúde mental destas pessoas.
Por esta razão, aprender a como ser um profissional aliado da causa LGBTQIAPN+ é essencial, já que essa é uma das formas mais eficientes de ajudar a lutar contra o preconceito e aumentar a satisfação da comunidade no ambiente laboral.
Como estes desafios podem ser superados?
Como você viu ao longo deste post, a comunidade LGBTQIAPN+, que chega a quase 3 milhões de pessoas no Brasil, enfrenta diversos desafios para conseguir qualificação, estabilidade no mercado de trabalho e um ambiente de trabalho livre de discriminação.
Por esta razão, é importante discutir constantemente formas de superar estes desafios. Embora não seja uma tarefa simples, algumas atitudes podem contribuir para transformar este cenário.
Um primeiro passo passa pela conscientização da existência da comunidade LGBTQIAPN+ e dos preconceitos sofridos. Não é incomum essas pessoas serem invalidadas por não se identificarem com a heterossexualidade ou que os preconceitos sofridos sejam minimizados. Assim, campanhas publicitárias, textos e debates podem ser úteis nesse processo.
Além disso, também é importante que novas oportunidades sejam criadas especialmente para a comunidade LGBTQIAPN+, como uma forma de equiparar as vagas e deixar o mercado com uma maior equidade.
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Neste post, você entendeu um pouco mais sobre quem faz parte da comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e quais são as principais dificuldades que esta comunidade enfrenta no ambiente profissional.
Além de conhecer alguns dados, você também viu que existem algumas ações, como a conscientização e criação de vagas para esta população, que podem ajudar a aumentar a empregabilidade e equidade para esta população.
E aí, você sabia de todos estes desafios e possibilidades de lutar contra o preconceito em relação a comunidade LGBTQIAPN+? Compartilhe agora este artigo nas redes sociais e ajude esta causa.