Escolha profissional

Saiba como é a profissão de farmacogeneticista

O farmacogeneticista é aquele que estuda as alterações genéticas que impactam na resposta a medicamentos. Assim, ele consegue individualizar a terapia do paciente a partir dos dados genéticos, garantindo um tratamento efetivo e seguro.

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Conhecer a atuação do farmacogeneticista e sua importância nos dias de hoje pode ser um pontapé inicial para quem deseja novos rumos para a carreira profissional.

O que muitos pesquisadores previam para o futuro está ocorrendo em uma velocidade inimaginável, em virtude das novas tecnologias de diagnóstico, prognóstico e tratamento de doenças crônicas e complexas.

Todavia, apesar do extenso conteúdo sobre a integração da farmacologia e genética, a farmacogenética e a farmacogenômica pode ser desenvolvida por outros profissionais além do farmacêutico farmacogeneticista.

Ficou curioso com o tema? Então, não deixe de ler nosso conteúdo sobre a atuação do farmacogeneticista. Boa leitura!

Afinal, o que faz um farmacogeneticista?

O farmacogeneticista, ou farmacêutico geneticista é o profissional com conhecimentos e experiências na farmacogenética/farmacogenômica, áreas relacionadas com a variabilidade individual em relação a resposta aos medicamentos.

A farmacogenética tem como um dos focos a análise da variabilidade genética em relação a metabolização dos fármacos, classificando os indivíduos em metabolizadores rápidos, lentos ou intermediários.

Sendo assim, ao identificar metabolizadores rápidos ou lentos é importante fazer um ajuste de dose conforme os guias de recomendação da farmacogenética clínica, publicado periodicamente pelas entidades clínicas.

A farmacogenômica engloba qualquer alteração na resposta farmacológica do paciente que possa ser atribuída aos genes.

A grosso modo, apesar das discordâncias ainda vigentes, a farmacogenética faz parte da farmacogenômica, porém alguns especialistas consideram os termos como sinônimos.

Enquanto a farmacogenômica abrange qualquer alteração genética que impacta na resposta ao medicamento, como nos demais estágios farmacocinéticos (absorção e excreção), a farmacogenética estuda as alterações na metabolização d biotransformação dos fármacos administrados.

Quais são os requisitos para se tornar um farmacogeneticista?

A farmacogenética e farmacogenômica não são uma atribuição profissional exclusiva do farmacêutico. No entanto, o curso de graduação em Farmácia fornece uma grande bagagem técnica sobre farmacologia que é muito necessária à atuação do farmacogeneticista.

Destaca-se que conforme a Resolução nº 570 de 22/02/2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), são atribuições do farmacêutico que atua na área da genética humana, desenvolver a farmacogenética entre outras possibilidades.

Mas além dos saberes em farmacologia e genética, o farmacogeneticista deve se aprofundar em técnicas de biologia molecular, conhecer os principais exames farmacogenéticos disponíveis e quando solicitá-los ao paciente.

Ademais, todo farmacogeneticista deve seguir a legislação vigente sobre a divulgação dos resultados farmacogenéticos que cabem ao paciente, encaminhando, sempre que necessário, ao médico solicitante, além das prestações de contas conforme solicitado.

Isso porque não são todos os pacientes que se beneficiarão de um resultado do exame farmacogenético, a não ser que realmente haja alguma alteração genética que interfira na resposta à medicação.

Como é o mercado de trabalho para o farmacêutico geneticista?

Considerando que a farmacogenética é uma especialidade em alta devido a chegada de diversos exames farmacogenéticos e das demandas clínicas ainda latentes sobre inefetividade e refratariedade nos tratamentos, abrindo muitas oportunidades na área.

O farmacogeneticista pode trabalhar em laboratórios de genética humana, hospitais que já oferecem esse serviço, como também na área acadêmica, para desenvolver novos métodos de identificação genética para os fármacos.

Para tanto, precisa se aperfeiçoar para elaborar pareceres técnicos, aconselhamento genético, propor uma dose individualizada para o paciente a partir do resultado genético, bem como pode exercer cargos de chefia nos estabelecimentos de pesquisa ou laboratórios.

Destaca-se que os exames farmacogenéticos não devem ser solicitados sem um motivo claro, pois ainda possuem custo elevado e a maioria ainda não está coberto pela saúde pública e suplementar, além de terem grandes chances de acabar não possuindo grande utilidade clínica. Por esse motivo, deve ser dada prioridade aos testes para fármacos com janela terapêutica estreita, como é o caso do anticoagulante varfarina e o imunossupressor tacrolimo.

Quais são as vantagens de se tornar um farmacêutico geneticista?

Atualmente já se sabe que muitos medicamentos possuem uma elevada evidência na farmacogenética, a partir da caracterização do indivíduo, impactando inclusive outras condições clínicas.

Exemplo disso é o que ocorre quando o paciente é farmacogeneticamente classificado como metabolizador rápido de uma enzima hepática específica, alterando assim o tempo de vida do fármaco no organismo.

Acontece que essa enzima também metaboliza outros fármacos, então, as doses devem ser ajustadas para o efeito farmacológico seja adequado para aquele indivíduo, principalmente no caso de doenças ou tratamentos crônicos como os transtornos depressivos e a imunossupressão no transplante renal.

Considerando que o farmacêutico geneticista está exercendo a parte da farmácia clínica, esse profissional solicitará concomitantemente os exames de monitorização plasmática dos fármacos em questão.

Qual é a importância profissional do farmacogeneticista?

O farmacogeneticista é aquele que individualiza a terapia do paciente a partir dos dados genéticos, trazendo à tona a Medicina de precisão e a Medicina personalizada, garantindo um tratamento efetivo e seguro.

Do ponto de vista profissional essa é a grande contribuição do farmacêutico geneticista, pois a pedido de profissionais clínicos é capaz de desvendar as causas de falha no tratamento de um paciente.

Por outro lado, evidencia-se também redução de custos com tratamentos inefetivos, mais segurança para o indivíduo, menos complicações e internações e ganho na qualidade de vida em longo prazo.

Contudo, é fundamental fazer uma análise farmacoeconômica bem embasada para justificar a solicitação de exames farmacogenéticos, pois, como já apontamos, atualmente os valores ainda são bastantes elevados.

Porque é importante uma boa graduação na farmacogenética?

A graduação em Farmácia é um mundo complexo, com diversas potencialidades de atuação do farmacêutico. Dentre as possibilidades de carreira do farmacêutico está a atuação como farmacogeneticista, que exige conhecimentos prévios de biologia molecular, farmacologia, genética etc.

Entretanto, assim como a farmacogenética não é uma disciplina e atuação exclusiva do farmacêutico, as áreas de vigilância sanitária e controle de pragas urbanas, por exemplo, são estudadas nos conteúdos de Deontologia, presentes não apenas da grade de diversos cursos da saúde, como a Farmácia, Estética e Cosmética, Bioquímica, Biomedicina e outros.

Por isso, além de escolher um excelente curso de graduação, com professores titulados e experientes, é fundamental tentar entender melhor o mercado de trabalho para se conseguir a formação necessária para exercer a profissão com a qual você mais se identifica.

Ademais, o aluno deve conversar constantemente com os professores sobre as novas demandas da profissão, fazer estágios curriculares e extracurriculares, investir em aprender idiomas — em especial o inglês —, entre outras competências.

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