Estágio e carreira

Como a crise climática impacta o mercado de trabalho

Informe-se sobre como a sobrecarga do meio ambiente causada pela crise climática impacta o mercado de trabalho. Vamos lá?

5
minutos de leitura

A crise climática é um dos maiores, senão o principal problema para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, firmados por todos os países membros da ONU em 2000. Vinte e dois anos depois, os eventos emergenciais têm levado à migração em massa de pessoas, enquanto os que acontecem de forma gradativa estão sendo negligenciados.

A expectativa é que uma mudança drástica nesse cenário aconteça antes que seja tarde demais. Por hora, contudo, resta a nós informar a você, futuro profissional diplomado, sobre como a sobrecarga do meio ambiente impacta o mercado de trabalho. Vamos lá?

Pior desempenho por problemas de saúde e desemprego

Apenas para início de conversa: desde 1989, há um padrão mundial (NR 7243) que recomenda períodos de descanso regulares quando o calor estiver acima de 26° no contexto de trabalho físico pesado para evitar efeitos clínicos de saúde. Um estudo epidemiológico recente indica perda de aproximadamente um terço da produtividade horária do trabalho quando o calor aumenta de 26º para 31º.                              

Nesse sentido, as estimativas para 2030 mostram que as regiões mais afetadas serão o sul da Ásia e a África Ocidental, entre outras dez regiões, que perderão mais de 2% das horas de trabalho até esta data. Além disso, o calor por si só pode até matar: cerca de mil pessoas morreram na Europa em uma única semana em 2022.

A poluição atmosférica causada pela emissão de gases de efeito estufa, cuja relação com o aquecimento global já foi comprovada, também gera danos à saúde. Tanto a curto quanto a longo prazo, a aspiração de poluentes pode desencadear, por exemplo: infecções respiratórias, doenças cardíacas e câncer de pulmão.

Outro problema é o surgimento de novas zoonoses, devido ao desmatamento para fins de desenvolvimento urbano, que amplia o contato e até a convivência de seres humanos com animais silvestres. Já existe, inclusive, a teoria de que a próxima pandemia de transmissão zoonótica está a caminho.

As secas mais frequentes e intensas têm feito produtores trocarem as vacas por camelo no Norte da África, expondo-os em maior nível ao vírus Mers. Vale lembrar que a pandemia da Covid-19 lançou o mundo em uma recessão econômica recorde. Apesar de a produtividade ter aumentado graças ao home office, milhões de pessoas perderam seus empregos ou declararam falência.

Pode ser do seu interesse: 4 profissões para quem quer trabalhar de casa

Baixa produtividade no campo e insegurança alimentar

As secas mencionadas anteriormente também são uma preocupação para o setor primário da economia. Além de prejudicar o crescimento das culturas de grãos e de frutos, como milho, soja, laranja, café e feijão, os animais também sofrem sem chuvas regulares.

Pesquisadores brasileiros descobriram que, embora as regiões com queda de produtividade sejam impulsionadas em curto prazo devido à concessão de empréstimos, o capital desloca-se às áreas mais estáveis em longo prazo. Isso porque períodos muito longos de estiagem podem causar danos irreversíveis.

Na prática, três parcelas da população sofrem os impactos da baixa produtividade no campo. Primeiramente, o proprietário da terra que perdeu seu valor; os trabalhadores que precisam deslocar-se para encontrar emprego; e, por fim, as pessoas que não podem arcar com a elevação dos preços e sofrem com a insegurança alimentar.

Eventos climáticos extremos são responsáveis por 25% a 35% das oscilações de preços agrícolas, e a falta de alimentação deixa as pessoas mais suscetíveis à enfermidades. Para completar, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) deixou claro que o aumento da temperatura acarretará em uma maior frequência de intoxicações alimentares pelo consumo de peixes e mariscos, o que inevitavelmente afetará o desempenho das pessoas no trabalho.

Leia também: Megatendência: o que é e como planejar sua carreira

Migração em massa

Todas as questões acima são motivos para fazer com que as pessoas busquem migrar de região ou até imigrar para países que estejam sofrendo menos com as mudanças climáticas. No entanto, a seca, a poluição e as doenças não são os únicos problemas advindos das mudanças climáticas.

Vários territórios de zonas costeiras estão sendo ameaçados por outra consequência do aquecimento global: a elevação do nível dos oceanos. Em 2020, a Nature Climate Change afirmou que metade das praias do mundo podem desaparecer até 2100. Para o Brasil, isso significa perder um de seus maiores atrativos turísticos em duas capitais: Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a chamada migração laboral, quando alguém deixa o local de origem para empregar-se fora dali, pode ser benéfica para ambos os lados. Tanto para o país que se encontra com escassez de mão de obra e pode recebê-los quanto para o país de origem que recolhe retornos de seus ganhos por meio de investimentos.

Em suma, novos mercados com a interconexão de empreendedores mais resilientes podem nascer dessa situação. Porém, tal impacto positivo depende que a migração seja feita por escolha e não por necessidade.

Garantindo um futuro real

Como você pôde ver, a crise climática apresenta questões que se retroalimentam em um ciclo não apenas vicioso, mas também catastrófico para toda a humanidade. Hoje, o objetivo das Nações Unidas é, pelo menos, impedir que a temperatura da Terra eleve-se mais do que 1,5ºC até o final do século. Mas este é um esforço que deverá ser feito a muitas mãos e com o conhecimento de diferentes especialistas.

Muitas profissões podem ajudar a salvar o planeta. Duas delas são formadas pelos cursos de Agronomia e Engenharia Elétrica. Como reciclar aço para substituir a mineração? Como tornar a produção no campo mais sustentável? Como baratear o custo dos carros elétricos?

Talvez seja você quem vai encontrar as respostas para cada uma dessas perguntas com potencial para minimizar as mudanças climáticas. Não perca mais tempo, escolha o seu curso de graduação em uma Instituição de Ensino (IES) Afya!

Faça Agronomia:

Faça Engenharia Elétrica: