Como abrir a própria empresa ainda na faculdade

Empreender para não ter chefe, para ser o manda-chuva, o que dita todas as regras - embora também precise arcar com todos os riscos. Ser livre para colocar suas ideias mais mirabolantes na prática e deixar a sua marca no mundo de um jeito só seu. Tudo isso pode ser o seu objetivo ao querer abrir a própria empresa.

Mas, como se faz isso? Existe uma fórmula ou, pelo menos, um esquema básico para não meter os pés pelas mãos? Você está prestes a descobrir as respostas para estas e outras perguntas sobre o universo do empreendedorismo no Brasil.

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Por que é interessante abrir sua própria empresa o quanto antes

A gente não vai iludir você aqui. O principal motivo pelo qual acreditamos ser interessante abrir um negócio ainda na faculdade é adiantar ao máximo os seus primeiros erros. Sim, é isso mesmo que você leu.

Abrir a própria empresa é buscar oferecer uma solução em forma de produto ou de serviço para um determinado público. Essa solução pode ou não ser o que as pessoas estão procurando. Talvez a sua tese seja excelente, mas você só saberá quando colocá-la em prática.

A verdade é que nenhum negócio nasce pronto. São necessárias muitas tentativas que, necessariamente, se guiam a partir de erros e acertos até que tudo entre nos trilhos de verdade. Portanto, o principal conselho é perder o medo.

O fato de você ainda ser estudante é um ponto muito positivo por alguns motivos. Primeiramente, porque você está em contato direto com profissionais da sua área que podem ajudá-lo e muito a desenvolver o seu negócio.

Em segundo lugar - o que não vale para todos, mas é importante dizer -, como estudante, você não precisa se preocupar tanto com fluxo de caixa e conseguir lucro de cara. Aproveite esse período com menos responsabilidades para investir o dinheiro do estágio ou do seu emprego na sua ideia.

Além disso, abrir a própria empresa coloca você no controle de todas as decisões, e isso será um catalisador no seu amadurecimento tanto profissional quanto pessoal. Caso não dê certo, a experiência contará muito no seu currículo por desenvolver soft skills cobiçadas pelo mercado de trabalho.

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CNPJ e o mercado de trabalho

Já faz algum tempo que muitas empresas pararam de contratar funcionários assinando sua carteira de trabalho, a famosa CLT. Em vez disso, o formato de contratação mais frequente hoje é por prestação de serviço ou “como PJ”.

Isso não significa que você seja um freelancer. Muitas empresas fazem contratos com previsão de férias, benefícios e plano de carreira mesmo sem ser via CLT. Assim, as exigências para exercício da função também podem variar, incluindo a presença do trabalhador na empresa em horário comercial.***

Caso você se interesse por uma vaga com essas características, o CNPJ da sua empresa lhe dará uma vantagem entre os concorrentes. Por exemplo, caso a necessidade da empresa seja para início imediato, você estará apto.

Outro lado bom desse tipo de contratação é a permissão para exercer vários cargos em várias empresas. Isto é, caso abrir a própria empresa não dê certo, você ainda terá a opção de tornar-se o Julius do seriado Todo Mundo Odeia o Chris.

Passo a passo burocrático: escolhendo entre MEI e ME

Não poderíamos deixar de falar da parte “chata”. Mas, no fim das contas, embora existam muitas regras, o processo de abertura de empresas no Brasil pode ser mais simples do que se imagina.

A seguir, você vai descobrir se pode ou não optar por abrir a sua própria empresa como Microempreendedor Individual (MEI), que é a categoria fiscal mais vantajosa hoje. Entenda por que:

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Quem pode ser MEI

Seu regime tributário simplificado foi uma solução e tanto quando foi criado, sendo até hoje buscado por milhões de profissionais no Brasil. No entanto, há certos pré-requisitos e limites para o seu CNPJ ser enquadrado como MEI.

Para abrir um MEI, é necessário:

• Ser maior de 18 anos ou emancipado;
• Ter CPF válido;
• Não ser titular, sócio ou administrador de outra empresa;
• Ter faturamento anual de até R$ 81 mil;
• Exercer uma das atividades econômicas permitidas para o MEI.

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Como saber se a minha atividade tem permissão? Você deve checar no Portal do Empreendedor. Todas as atividades autorizadas estão listadas lá em 50 grupos distintos, como comércio, indústria, construção, entre outros.

Quanto tempo leva para abrir um MEI? Cerca de 10 minutos em um processo 100% on-line. Assim que o processo for finalizado, você terá um CNPJ com o qual poderá emitir notas fiscais pelo site nfse.gov ou pelo sistema municipal da cidade de sua escolha.

Em 2023, o custo mensal para manter o MEI ativo é de R$ 71,50, que inclui o INSS, o ICMS e/ou o ISS. Um valor muito menor do que é pago por outros modelos de CNPJ, como o ME, que você vai conhecer no próximo tópico.

É por meio do pagamento da mensalidade que são garantidos ao microempreendedor o direito à aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e auxílio-reclusão.

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Quem não pode ser MEI?

• Funcionários públicos federais;
• Funcionários públicos municipais ou estaduais, de acordo com seu estatuto;
• Pensionistas inválidos;
• Profissionais que exercem atividades intelectuais.

Algumas das atividades consideradas intelectuais são: advogados, médicos, dentistas, engenheiros, desenvolvedores de software, etc. Veja a lista completa de profissões e atividades econômicas incluídas aqui.

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Quem pode ser ME

ME é a sigla para Microempreendedor, que é uma categoria dentro do sistema Simples Nacional para abertura e tributação de negócios de pequeno porte do Brasil. Será uma boa opção abrir a sua própria empresa como ME caso você queira ter mais do que um funcionário, que é o máximo permitido para MEI hoje.

Como ME, você poderá contratar até 19 pessoas e o seu faturamento poderá ser de até R$ 360 mil ao ano. No entanto, seu monitoramento fiscal será diferente.

O valor percentual dos impostos cobrados a cada nota fiscal emitida variam de acordo com o tipo de atividade exercida. Também pode haver diferença pela cidade onde o CNPJ da sua empresa está registrado.

Aqui estão alguns exemplos de negócios que podem ser enquadrados na categoria de ME:

• Comércio varejista de roupas;
• Agência de viagens;
• Escritório de contabilidade;
• Empresa de construção civil;
• Consultoria de publicidade e marketing.

É importante consultar um contador para obter orientação sobre as obrigações específicas da sua futura empresa. “Ah, mas eu tenho um contador”. Bom, aí vai um spoiler então: um dos pré-requisitos para o funcionamento como ME é este.

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O que mais é preciso para abrir a própria empresa

Coragem, boas ideias [e ruins também], documentos, orientação contábil. Mais alguma coisa? Sim, mas somente se você deseja ser bem-sucedido, é claro.

Nada será tão valioso antes de você abrir a própria empresa do que um planejamento que abarque uma pesquisa de mercado profunda. Avaliar o momento do mercado, suas tendências e o comportamento de consumo do seu público-alvo é essencial para seu produto ou serviço ser estratégico.

E ainda, se é vendável. Afinal, se você está pensando em vender uma coisa para a qual não existe demanda, já podemos prever qual será no fim dessa história, certo?

Um programa interessante para se inspirar é o Shark Tank Brasil. O que as pessoas têm criado? Como elas tentam vender suas ideias? Pegue o que for útil das experiências dos participantes e jogue fora o que não fizer sentido para a sua realidade.

Converse com pessoas que já empreenderam ou são empresários dentro e fora do seu ramo. Seus professores são boas opções, como dissemos anteriormente.

Mas há centenas de pessoas com quem se conectar pelas redes sociais, como o LinkedIn, por exemplo. No mais, estude bastante e boa sorte!

Gostou deste conteúdo? Navegue pelo nosso Blog para encontrar mais dicas sobre como empreender ainda na faculdade.

*** Mesmo que isso seja uma prática comum, ela não é permitida. Logo, empresas que contratam funcionários dessa forma estão se expondo e correndo o risco de sofrerem processos trabalhistas, mesmo com contrato assinado.