Afinal, o transplante de órgãos é seguro?
Quer saber se o transplante de órgãos é seguro ou não? Veja o nosso artigo agora mesmo!

O transplante de órgãos é um procedimento médico complexo que salva muitas vidas. Ele permite que pacientes com falência de órgãos tenham uma segunda chance. Apesar de evoluído bastante ao longo dos últimos anos, questões sobre a segurança das cirurgias ainda são motivo de debate.
Alguns dos fatores mais debatidos são a fila de espera, a compatibilidade dos órgãos e a prevenção de complicações. Se você tem dúvidas referentes a este tema, saiba que neste post abordaremos vários assuntos relevantes sobre os transplantes. Confira!
Qual é o panorama sobre o transplante de órgãos no Brasil e no mundo?
No Brasil, o transplante de órgãos é regido pelo sistema público de saúde, com a maioria dos procedimentos sendo realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O país tem uma das maiores taxas de doação de órgãos da América Latina, mas ainda enfrenta desafios em relação à falta de doadores e à longa fila de espera.
No mundo, os transplantes também têm evoluído e o uso de órgãos de doadores com HIV está sendo discutido. Os Estados Unidos, por exemplo, realiza um número elevado de procedimentos. No entanto, a escassez de órgãos para transplante é uma preocupação global, pois a demanda supera a oferta.


Como funciona um transplante de órgãos no Brasil passo a passo?
O processo de transplante de órgãos no Brasil envolve várias etapas, que vão desde a entrada do paciente na fila de espera até a recuperação pós-cirúrgica. Separamos abaixo um passo a passo de como funciona. Confira!
1. Entrada na fila de espera
Após ser constatada a necessidade de fazer o transplante, o paciente que precisa do procedimento é avaliado por uma equipe médica e entra na fila de espera nacional.
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é quem organiza essa fila e classifica os pacientes com base em critérios médicos. A organização ocorre conforme o tipo sanguíneo, compatibilidade entre o doador e o receptor e urgência clínica.
Os pacientes que estão mais gravemente doentes e que necessitam de um transplante com maior urgência são priorizados.
2. Cadastro do doador
Para que um transplante aconteça, é necessário que um doador compatível esteja disponível. A maioria dos transplantes é feita com órgãos de doadores que acabaram de falecer. Porém, também existe a possibilidade de transplante de órgãos de doador vivo, geralmente dos rins e de parte do fígado.
Quando ocorre a morte cerebral de um possível doador e o coração da pessoa continua batendo, é realizada uma série de exames para confirmar a morte encefálica. Caso o paciente seja considerado apto a doar órgãos, a família é consultada e decide se deseja autorizar a doação.
3. Identificação do doador compatível
Em seguida, o SNT realiza a busca por um receptor compatível. Para isso, são levados em consideração fatores como:
- grupo sanguíneo;
- peso;
- idade;
- exames médicos que garantam a compatibilidade do órgão com o receptor.
Essa busca por compatibilidade é essencial para aumentar as chances de sucesso do transplante e reduzir o risco de rejeição.
4. Convocação do paciente
Quando um órgão compatível é encontrado, o paciente na fila de espera é chamado para o transplante. Isso pode acontecer a qualquer momento, e o paciente precisa estar disponível e preparado para ser atendido rapidamente.
A cirurgia de transplante é agendada conforme a disponibilidade do hospital e da equipe médica.
5. Cirurgia de transplante
A cirurgia é realizada em um hospital especializado, geralmente em um centro de transplante com infraestrutura adequada para atender a emergências. O procedimento envolve a remoção do órgão do doador em vida ou após a morte, a sua preservação e o transporte para o hospital do receptor.
A equipe médica realiza a implantação do órgão no receptor, substituindo aquele que estava com problema por um novo, com todos os cuidados necessários para evitar complicações. Durante o procedimento, o paciente recebe anestesia geral e cuidados intensivos, sendo monitorado continuamente.
6. Pós-cirurgia e recuperação
Após a cirurgia, o paciente é encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permanece sob vigilância intensa nas primeiras 24 a 48 horas. A administração de medicamentos imunossupressores é realizada para diminuir as chances de rejeição do órgão transplantado.
Esses medicamentos têm o efeito de enfraquecer o sistema imunológico, mas também aumentam a vulnerabilidade do paciente a infecções. O paciente começa a recuperação gradativa, que pode durar semanas ou meses, dependendo do órgão transplantado e da resposta do organismo ao novo órgão.
Cada paciente pode reagir de maneira diferente. É feito um acompanhamento médico de forma contínua, com exames regulares para monitorar a função do órgão transplantado e detectar possíveis complicações.
7. Acompanhamento a longo prazo
Depois da recuperação inicial, o paciente continua a ser monitorado para avaliar a função do órgão transplantado. Esse acompanhamento inclui:
- exames periódicos;
- consultas regulares com especialistas;
- ajustes nos medicamentos imunossupressores.
O sucesso do transplante depende de vários fatores, inclusive da adesão do paciente ao tratamento medicamentoso, o seu estado geral de saúde e a ausência de complicações, como infecções ou rejeição do órgão.
Sendo assim, o transplante de órgãos no Brasil é um processo rigoroso e bem estruturado, que envolve a integração de médicos, hospitais e centros especializados.
O procedimento é ou não seguro?
Os avanços tecnológicos, os novos protocolos de transplante e a ampliação de critérios para a doação de órgãos oferecem novas possibilidades e esperanças para pacientes que precisam desse tratamento.
O transplante de órgãos é, de maneira geral, um procedimento seguro se for realizado em centros especializados. No entanto, não é isento de riscos.
Doadores HIV positivos
Recentemente, o uso de órgãos de doadores HIV positivo para transplantes em pacientes soropositivos tem sido autorizado em alguns países. No Brasil, um caso assim foi registrado em 2024, onde pacientes com HIV receberam rins e fígado de doadores HIV positivo.
Esses transplantes, foram realizados sob protocolos rígidos e com acompanhamento cuidadoso. Eles têm mostrado bons resultados em estudos iniciais, oferecendo uma nova esperança para pacientes com HIV que aguardam um transplante.
Este tipo de transplante, conhecido como "transplante de órgão de HIV", ainda é objeto de estudo e de discussão. Ainda serão realizadas pesquisas sobre as implicações de longo prazo e a necessidade de um monitoramento contínuo da saúde do paciente receptor.
Efeitos colaterais
Complicações como falência do enxerto e efeitos colaterais dos medicamentos imunossupressores podem ocorrer. Às vezes, o órgão transplantado pode não funcionar como o esperado, seja devido a complicações durante a cirurgia ou a condições do órgão do doador.
Possibilidade de rejeição
A rejeição do órgão é um dos principais desafios. O uso dos imunossupressores também podem aumentar o risco de infecções. Embora o transplante de órgãos seja uma das maiores conquistas da medicina moderna, ele ainda apresenta desafios em termos de segurança, riscos e escassez de doadores.
O futuro do transplante de órgãos, portanto, parece promissor, com maiores chances de salvar vidas. Mas os profissionais da Medicina devem estar sempre com atenção voltada às questões de segurança e ética médica. Por essa razão, continue se aprimorando e adquirindo conhecimentos sobre o assunto na Afya. Matricule-se já!

