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Afinal, o que é o transtorno afetivo bipolar?

Descubra o que é transtorno afetivo bipolar e como a psicoterapia e o tratamento com medicamentos podem ajudar quem possui esse transtorno.

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minutos de leitura

Embora estados de felicidade e euforia sejam normais durante a vida, assim como momentos de tristeza e mal-estar psíquico, em muitos casos, sentimentos exageradamente eufóricos ou negativos podem ser sinais de um transtorno psicológico que exige atenção de um profissional.

Esse é o caso do transtorno afetivo bipolar, que envolve ciclos de euforia e de depressão que dificultam o dia a dia das pessoas diagnosticadas com esse transtorno, que devem ser acompanhadas por um psicólogo ou psiquiatra.

Neste post, você vai entender quais são os principais sintomas que caracterizam o transtorno afetivo bipolar, além de saber como esse transtorno se difere do transtorno borderline e quais são as principais formas de tratamento prescritas por médicos, psicólogos e demais profissionais da saúde. Vamos lá?

O que é o transtorno bipolar?

Antes de entender como esse transtorno se diferencia de outros e quais são as principais formas de tratamento, é importante saber como ele pode ser definido.

Os profissionais da área da saúde dão o nome de transtorno afetivo bipolar à condição que faz com que indivíduos passem por ciclos de humor que se alternam entre a mania ou a hipomania e a depressão.

Dessa forma, existem períodos de extrema euforia, em que indivíduos se engajam em diversos projetos e podem negligenciar necessidades básicas, como o sono saudável, e períodos de depressão, em que não há prazer em realizar tarefas que antes eram prazerosas, além de dificuldades com tarefas importantes, como a higiene pessoal.

Uma das literaturas mais relevantes e usadas por grande parte dos profissionais da saúde mental é o DSM, abreviação inglesa para Manual Diagnóstico Estatístico, que está em sua quinta edição e separa o transtorno bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II.

A seguir, você vai conferir o que significam os episódios de mania e de depressão, além de como diferenciar o transtorno bipolar tipo I do tipo II.

Episódios de mania

O Manual Diagnóstico Estatístico, que reúne e caracteriza as principais doenças mentais, define a mania como um "período distinto de humor anormal e persistentemente elevado".

Para que seja considerado um quadro de mania, esse padrão anormal de comportamento deve persistir por pelo menos uma semana de forma ininterrupta.

Quando falamos em padrões anormais de comportamento, estamos nos referindo a ações exageradas e que se desviam do padrão de ânimo e iniciativa comuns do indivíduo. Exemplos de ações dentro do quadro maníaco envolvem:

  • engajar-se em muitos projetos ao mesmo tempo;
  • negligenciar o sono e passar longos períodos acordado;
  • realizar promessas exageradas;
  • fazer exercícios físicos e movimentações que fogem do padrão pessoal.

Episódios de hipomania

Mesmo que os indivíduos não apresentem mudanças tão severas de humor, como os exemplos citados em episódios de mania, ainda pode ser diagnosticado o transtorno bipolar quando são identificados episódios de hipomania. Ou seja, alterações sutis, mas que podem ser caracterizadas como mudanças incomuns no padrão de comportamento.

Quando esse padrão de agitação ocorre por pelo menos 4 dias, um profissional da saúde mental já pode diagnosticar um quadro de hipomania.

Episódios de depressão maior

Embora sejam diferentes pela intensidade, a mania e a hipomania estão dentro do grupo de sintomas de mania do transtorno bipolar. Para que esse transtorno seja identificado, também é importante que o profissional, a partir de entrevistas com o paciente, encontre pistas de episódios de depressão maior.

Ao contrário da depressão menor, menos conhecida e em que os sintomas comuns da depressão não são tão pronunciados, a depressão maior ocorre quando é possível encontrar sintomas como:

  • anedonia ou incapacidade de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas;
  • sentimentos negativos em relação a si mesmo;
  • dificuldade de realizar tarefas básicas, como trabalho e higiene pessoal.

Transtorno bipolar tipo I e II

O que difere o transtorno bipolar tipo I e tipo II é que, no primeiro, os episódios depressivos são intercalados por episódios de mania mais severos. Já o tipo II é acompanhado por episódios de hipomania, isto é, episódios eufóricos mais sutis, mas que já são suficientes para causar sofrimento aos pacientes.

Qual a diferença entre o transtorno bipolar e o transtorno borderline?

De forma resumida, podemos compreender o transtorno bipolar como um acometimento psicológico em que o indivíduo precisa lidar com variações de humor que transitam entre períodos de mania ou hipomania e depressão.

Não é incomum que esse quadro seja confundido com o transtorno borderline, que também envolve variações de humor e pode gerar confusão em profissionais e demais pessoas curiosas em entender as diferenças.

Enquanto o transtorno borderline envolve mudanças extremamente repentinas de humor, o transtorno bipolar envolve ciclos bem mais demorados de humor.

Assim, uma pessoa com o transtorno bipolar costuma ter pelo menos uma semana, e em geral meses, de humor eufórico, envolvendo-se em projetos e se mostrando como alguém expansivo e sociável. Semanas ou meses depois, torna-se uma pessoa mais reclusa e fechada.

Ao contrário desses ciclos mais longos, alguém com o transtorno borderline costuma ter variações muito mais repentinas. Assim, pode começar o dia de uma forma e terminá-lo no extremo oposto, o que definitivamente não ocorre com pessoas com o transtorno bipolar de tipo I e II.

Quais são as principais formas de tratamento?

Agora que você já conhece bem o que é o transtorno afetivo bipolar e como ele é geralmente subdividido, é hora de descobrir quais são as principais formas de tratamento.

Em casos mais leves de bipolaridade, o tratamento mais comum é a psicoterapia. Aqui, o psicólogo é responsável por diagnosticar o paciente, ajudar na compreensão do diagnóstico pelo próprio indivíduo e ensinar formas de lidar com os sintomas.

Infelizmente, em muitos desses casos menos severos, a psicofobia, isto é, o preconceito com a doença mental e, consequentemente com o tratamento pode impedir que indivíduos busquem por ajuda. Se os sintomas são muito severos, além da psicoterapia, tratamentos com medicamentos podem ser indicados.

Quando esse tratamento medicamentoso é necessário, os principais fármacos são os estabilizadores de humor, que diminuem as flutuações de humor e facilitam a vida dos pacientes. Exemplos de estabilizadores de humor utilizados para o transtorno bipolar são:

  • ácido valpróico;
  • lítio;
  • carbamazepina.

Neste post, você entendeu mais sobre o transtorno afetivo bipolar e como ele é diagnosticado por profissionais da saúde, que buscam por episódios de depressão e de mania ou hipomania. Além disso, conheceu as formas de tratamento, que são muito importantes para estabilizar o humor e trazer mais qualidade de vida ao paciente.


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