Graduação

Ligas acadêmicas de Medicina: o que são e como participar?

Buscando informações sobre como funciona uma liga acadêmica? Confira o nosso artigo!

6
minutos de leitura

As ligas acadêmicas de Medicina são organizações estudantis, sem fins lucrativos, formadas por estudantes de Medicina que buscam aprofundar seus conhecimentos em áreas específicas da saúde. Esses grupos promovem atividades como aulas teóricas, práticas clínicas, projetos de extensão, pesquisas científicas e campanhas de conscientização.

A criação de uma liga acadêmica visa complementar o aprendizado adquirido em sala de aula e permite que os estudantes tenham contato direto com práticas médicas em hospitais, clínicas e comunidades. Dessa forma, os acadêmicos conseguem desenvolver habilidades clínicas, científicas e sociais, além de fortalecer o networking com profissionais da saúde.

Quer saber mais sobre o assunto? Continue a sua leitura!

O que é uma liga acadêmica?

Uma liga acadêmica nada mais é do que uma organização estudantil. Ela é sem fins lucrativos e é formada por alunos, geralmente graduandos da área da saúde, com o objetivo de aprofundar conhecimentos em um campo específico de estudo.

Essas organizações focam em temas como Cardiologia, Neurologia, Ginecologia, Pediatria, entre outras especialidades médicas. As ligas acadêmicas de Medicina são estruturadas e supervisionadas por professores e profissionais da área, e proporcionam aos estudantes atividades teóricas e práticas, tais como:

  • aulas teóricas e seminários sobre temas avançados e específicos da Medicina;
  • práticas clínicas supervisionadas em hospitais, ambulatórios e unidades de saúde;
  • projetos de extensão voltados para a comunidade, como campanhas de saúde, mutirões de atendimento e ações educativas;
  • iniciação científica e desenvolvimento de pesquisas acadêmicas.

A principal proposta das ligas acadêmicas é complementar o aprendizado teórico com experiências práticas. A organização promove o desenvolvimento técnico e social dos acadêmicos, além de incentivar a troca de conhecimentos entre alunos, professores e profissionais de saúde.

Como funciona uma liga acadêmica?

Uma liga acadêmica funciona como uma entidade estudantil organizada, composta por alunos de graduação, professores orientadores e, em alguns casos, profissionais externos.

Seu funcionamento envolve uma estrutura bem definida e regras internas que garantem o cumprimento dos objetivos propostos. Abaixo, separamos a organização por etapas. Veja!

Estrutura organizacional

A liga acadêmica geralmente conta com uma presidência, responsável pela coordenação geral das atividades e pela representação da liga em eventos e reuniões. A vice-presidência auxilia o presidente e assume suas funções em sua ausência.

A diretoria científica organiza os eventos acadêmicos, como palestras, seminários e grupos de estudo. Já a diretoria de extensão planeja e executa os projetos comunitários e campanhas de saúde.

Por sua vez, a diretoria financeira cuida da gestão das finanças e da captação de recursos, enquanto a diretoria de comunicação é responsável por divulgar eventos, atividades e informações relevantes sobre a liga.

Atividades realizadas

As ligas acadêmicas executam uma série de atividades para complementar o aprendizado dos alunos, tais como:

  • aulas teóricas e seminários - encontros regulares com profissionais da área para aprofundar temas específicos;
  • práticas clínicas supervisionadas - visitas a hospitais, ambulatórios e clínicas para vivência prática;
  • projetos de extensão - campanhas de conscientização, ações sociais e atendimento comunitário;
  • iniciação científica - desenvolvimento de pesquisas sob orientação de professores e especialistas;
  • workshops e cursos - capacitações técnicas sobre procedimentos médicos e protocolos clínicos.

Essas são algumas das atividades realizadas. Vale salientar, que isso pode mudar de acordo com as necessidades da turma.

Critérios de participação

Para participar de uma liga acadêmica, o estudante geralmente precisa estar matriculado no curso de graduação correspondente, como:

  • Medicina;
  • Enfermagem;
  • Fisioterapia.

Também é necessário participar de um processo seletivo, que pode incluir provas teóricas, análise curricular e entrevistas. Além disso, o estudante deve cumprir a carga horária exigida nas atividades propostas pela liga e seguir o regimento interno, respeitando as regras de frequência, participação e comportamento ético.

Supervisão e credenciamento

As ligas são supervisionadas por um professor orientador, que é responsável por guiar os projetos, assegurar a qualidade das atividades realizadas e atuar como vínculo entre a liga e a instituição de ensino. Algumas ligas também são reconhecidas por órgãos acadêmicos e instituições de saúde, o que aumenta sua relevância e credibilidade.

Como surgiram as ligas acadêmicas?

As ligas acadêmicas surgiram como uma forma de complementar a formação dos estudantes de Medicina e de outras áreas da saúde, proporcionando um aprofundamento prático e teórico além do currículo tradicional das universidades.

A primeira liga acadêmica da qual se tem registro no Brasil foi a Liga de Combate à Sífilis, fundada em 1920, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Esse movimento foi inspirado em iniciativas internacionais, nas quais estudantes se organizavam em grupos para estudar e combater doenças específicas, como tuberculose e malária.

Essas ligas foram criadas com o propósito de integrar o estudante ao contexto real da prática médica, proporcionando experiências práticas em hospitais e unidades de saúde, sob a supervisão de professores e profissionais da área. Inicialmente, o foco era em doenças infectocontagiosas, que representavam grandes desafios para a saúde pública da época.

Com o passar dos anos, as ligas acadêmicas se expandiram para outras especialidades da Medicina, como Cardiologia, Neurologia, Pediatria, Ginecologia, entre outras. Além disso, a estrutura se diversificou para áreas multiprofissionais, abrangendo Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Biomedicina.

Na década de 1990, elas começaram a ganhar maior relevância e organização nas universidades, com a criação de estatutos próprios, reconhecimento pelas instituições de ensino e integração em atividades de extensão comunitária.

Em 2013, o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Saúde reconheceram as ligas acadêmicas como instrumentos importantes para a formação médica e a extensão universitária, incentivando a criação e o desenvolvimento dessas organizações dentro das universidades.

Atualmente, as ligas acadêmicas são consideradas uma estratégia fundamental para desenvolver competências clínicas, habilidades de liderança, trabalho em equipe e responsabilidade social nos estudantes.

Quem pode fazer parte de uma liga acadêmica?

A participação em uma liga acadêmica é aberta principalmente a grupos de estudantes de graduação, professores orientadores, profissionais convidados e, em alguns casos, ex-alunos e pós-graduandos.

Dependendo do regimento interno da liga, ex-alunos ou pós-graduandos podem ser convidados para participar como colaboradores ou palestrantes, especialmente se mantiverem vínculo com a instituição e possuírem experiência relevante na área.

Quais são os principais benefícios de uma liga acadêmica?

Ingressar em uma liga acadêmica oferece uma série de benefícios para a formação profissional e pessoal do estudante, ampliando o aprendizado teórico e prático em relação ao que é visto nas disciplinas regulares da graduação. Entre os principais benefícios, podemos citar:

  • aprimoramento teórico e prático;
  • desenvolvimento de habilidades sociais e profissionais;
  • estímulo de desenvolvimento de habilidades;
  • iniciação científica e pesquisa;
  • extensão comunitária e responsabilidade social;
  • networking e contato com especialistas.

Esses são apenas alguns dos muitos benefícios encontrados por aqueles que participam de uma liga.

Como abrir uma liga acadêmica?

A primeira coisa que deve ser feita é a de se certificar se existe interesse entre os alunos e apoio da coordenação curso para a criação de uma liga em determinada área médica.

Depois, é preciso definir qual será o foco da liga. Em seguida, elaborar o estatuto. Logo após, o estatuto deve ser submetido para aprovação junto à coordenação do curso e, se necessário, aos conselhos acadêmicos da faculdade.

Também é necessário escolher um professor orientador para supervisionar as atividades da liga e auxiliar no desenvolvimento dos projetos. Não se esqueça de organizar um processo seletivo para atrair novos membros, divulgando nas redes sociais, murais e e-mails institucionais. Após a seleção dos membros, a liga pode iniciar suas atividades.

Então, agora que você já sabe como as ligas acadêmicas funcionam e que elas representam uma oportunidade valiosa para estudantes aprofundarem seus conhecimentos e adquirirem experiência prática em áreas específicas da Medicina e da Saúde, não deixe de participar de uma dessas organizações.

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