Juramento de Hipócrates na Medicina: saiba como funciona

O juramento de Hipócrates surgiu como parte de um movimento que buscava consolidar a ciência médica como um saber técnico e científico guiado por valores éticos. A sua origem está vinculada à transição histórica da Medicina como arte empírica para uma profissão estruturada em responsabilidade, compromisso social, integridade e princípios que continuam relevantes até os dias atuais.

A cerimônia é realizada tradicionalmente no momento da graduação em Medicina, como um ato institucional de entrada na profissão. Ele representa um compromisso público com os valores fundamentais da dessa área, como ética, respeito à vida e atuação técnica com integridade ao longo de toda a carreira profissional. Neste conteúdo, vamos fornecer detalhes sobre o juramento de Hipócrates na Medicina.

Gostaria entender a importância dessa ação para os futuros médicos? Acompanhe a leitura!

O que é o juramento de Hipócrates?

Esse juramento é uma declaração ética clássica, tradicionalmente atribuída a Hipócrates, um médico grego do século V a.C. Na área da saúde, ele é reconhecido como um dos marcos fundadores da ética médica ocidental, sendo que estabeleceu princípios que orientam a conduta profissional dos médicos.

Embora o texto original reflita o contexto cultural e filosófico da Grécia Antiga, versões modernizadas do juramento continuam sendo utilizadas. Na atualidade, foram introduzidas adaptações que incorporam os valores atuais da Medicina, como autonomia do paciente, direitos humanos e compromisso com a ciência baseada em evidências. O juramento inclui diversos princípios, tais como:

• primum non nocere: o médico deve evitar condutas que possam gerar dano deliberado ao paciente, seja por ação ou omissão;
• sigilo profissional: o profissional precisa manter a confidencialidade sobre todas as informações obtidas no exercício da prática médica;
• respeito à tradição e à profissão: o estudante tem o dever de valorizar os mestres e antecessores;
• prioridade à saúde do paciente: a tomada de decisão clínica deve ser orientada pelo melhor interesse do paciente;
• combate ao uso indevido da Medicina: os alunos repudiam o uso da profissão para fins de abuso, dominação, tortura, discriminação ou qualquer forma de violação de direitos;
• compromisso com a ética, a ciência e a humanidade: a prática médica deve ser guiada por princípios como integridade, prudência, responsabilidade social e atualização científica contínua.

Em suas versões clássica e moderna, esse juramento representa mais do que uma formalidade simbólica. Sendo assim, trata-se de um compromisso ético-profissional com a vida, com o conhecimento e com o ser humano. É um alicerce da Medicina que orienta o exercício responsável da profissão em diferentes tempos e contextos.

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Como surgiu o juramento de Hipócrates?

Entre 460–370 a.C., Hipócrates fundou uma das primeiras escolas sistematizadas de Medicina, localizada na ilha de Cós. Ele e seus discípulos produziram uma coletânea de textos conhecida como Corpus Hipocrático, que reúne escritos sobre anatomia, fisiologia, clínica, ética e educação médica. O Juramento de Hipócrates integra essa coletânea e foi provavelmente redigido por um dos alunos.

Portanto, o juramento de Hipócrates surgiu durante um período de transição na forma como a Medicina era compreendida. Esse ato representou uma ruptura com práticas baseadas em crenças místicas e religiosas, inaugurou uma abordagem mais racional, ética e profissional do cuidado à saúde. Antes disso, as doenças eram comumente atribuídas a causas sobrenaturais.

Os tratamentos realizados antes de surgir esse juramento estavam associados a ritos religiosos conduzidos em templos dedicados a Asclépio, deus grego da Medicina. A partir do século V a.C., os pensadores gregos passaram a compreender os fenômenos de saúde e doença com base na observação clínica, lógica e relações de causa e efeito.

Como é feito o juramento de Hipócrates?

O juramento de Hipócrates é realizado por estudantes de Medicina no momento da formatura, como um ato simbólico de compromisso ético com os princípios da prática médica. Ele não tem força legal na maioria dos países, mas representa um rito de passagem e reforça valores essenciais como dignidade humana, sigilo, não maleficência e dedicação integral ao cuidado do paciente.

Momento da realização

Esse juramento é geralmente feito durante a cerimônia de colação de grau em Medicina. Em algumas instituições, também pode ocorrer na chamada cerimônia do jaleco branco, que marca o início do ciclo clínico. Ele requer a recitação coletiva pelos formandos e costuma ser feita em pé.

Formato e ritual

A cerimônia pode incluir a leitura formal do juramento, sendo conduzida por docentes ou representantes institucionais. Em alguns casos, a turma redige uma versão própria, adaptada à realidade ética e social atual. A recitação pode incluir gestos simbólicos como erguer a mão direita ou colocar a mão sobre o coração, conforme o protocolo da instituição.

Versão utilizada

A versão clássica traduzida do grego antigo é raramente utilizada na íntegra, devido aos seus elementos históricos ultrapassados, referência a deuses gregos ou proibição de cirurgias. A maioria das escolas utiliza versões contemporâneas, como que foi criada em 1948, ou a declaração de Genebra da Associação Médica Mundial.

Finalidade simbólica

O juramento de Hipócrates marca a transição do aluno da faculdade de Medicina para o profissional médico. Com a cerimônia, são reforçados os compromissos éticos fundamentais de respeito à vida e à dignidade humana. Os estudantes se comprometem com a confidencialidade, prática com compaixão e competência, integridade científica e serviço à sociedade acima de interesses pessoais.

Qual é a importância do juramento de Hipócrates?

A cerimônia permite aos profissionais iniciantes das carreiras médicas façam um compromisso moral com os futuros pacientes e a sociedade. Nesse momento, os médicos recém-formados reafirmam que a Medicina vai além da técnica, pois é uma vocação humanística e eticamente orientada. Veja a seguir mais detalhes sobre a relevância deste juramento:

• estrutura princípios que norteiam a conduta profissional;
• estimula a agir no melhor interesse do paciente;
• influencia diretamente os códigos de ética médica, a bioética contemporânea e os marcos regulatórios da saúde;
• reforça que ser médico exige mais do que competência técnica, requer caráter, integridade, empatia e responsabilidade moral;
• contribui para a formação da identidade profissional desde o início da carreira;
• assegura o sucesso do cuidado, a adesão ao tratamento e os desfechos clínicos a longo prazo;
• envolve proteção dos vulneráveis e tomada de decisões éticas em situações complexas;
• conecta a medicina moderna às suas raízes históricas e filosóficas, reforçando um sentimento de legado, propósito e profissionalismo.

Entendeu como funciona o juramento de Hipócrates na Medicina! Embora a versão original não seja mais recitada integralmente, as adaptações contemporâneas mantêm sua essência ética viva. Esse rito de passagem marca as cerimônias de colação de grau e as entregas do jaleco branco, marcando a entrada formal na comunidade médica.

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