Afinal, infecções sexualmente transmissíveis podem causar infertilidade?
Quer saber quais são as ISTs mais comuns? Confira o nosso artigo agora mesmo e descubra!
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As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) representam um grande desafio para a saúde pública mundial, e o Brasil não é exceção.
O termo "IST" substituiu "DST" porque nem todas as infecções resultam em doenças visíveis, e muitas pessoas podem ser portadoras assintomáticas. Algumas ISTs, se não forem tratadas corretamente, podem levar a complicações graves.
A seguir, exploraremos o panorama das ISTs no Brasil, as infecções mais comuns, suas formas de transmissão e os impactos na fertilidade. Quer saber mais? Continue a leitura.
Qual é o panorama sobre a ISTs e DSTs no Brasil?
O Brasil registra uma alta taxa de incidência de ISTs, destacando-se HIV/AIDS, sífilis, gonorreia e hepatites virais. Embora o país possua um sistema de saúde público que oferece atendimento para essas infecções, ainda enfrenta desigualdades no acesso à prevenção e tratamento, especialmente em áreas rurais e regiões mais carentes.
Campanhas de conscientização e programas de prevenção, como a distribuição de preservativos e o incentivo ao teste regular, são fundamentais. No entanto, essas iniciativas ainda não foram suficientes para reduzir drasticamente as taxas de infecção.
Os números estimados de pessoas infectadas ao longo dos últimos anos são:
- HIV/AIDS - cerca de 40 mil novos casos registrados anualmente;
- Sífilis - em 2023, o Brasil registrou mais de 150.000 casos;
- Clamídia e Gonorreia - o número exato desses casos no Brasil é difícil de ser determinado devido à falta de notificação adequada, mas estima-se que essas infecções estejam em ascensão;
- Hepatites Virais - no Brasil são registrados números preocupantes, especialmente em relação às hepatites B e C;
- HPV e Herpes Genital – o Papilomavírus Humano (HPV) é uma das ISTs mais prevalentes no Brasil e no mundo.
Nos últimos anos, a principal tendência tem sido o aumento da incidência de sífilis, clamídia e gonorreia. Esse crescimento está relacionado à redução do uso de preservativos e à maior frequência de relações sexuais sem proteção, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.
Além disso, a falta de conhecimento sobre os riscos das ISTs e a demora no diagnóstico contribuem significativamente para a disseminação dessas infecções.
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Quais são as ISTs mais comuns?
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais comuns no Brasil e no mundo incluem uma variedade de doenças causadas por vírus, bactérias e outros agentes patogênicos. Abaixo separamos as que estão mais prevalentes. Confira:
HIV/AIDS
Nos estágios iniciais, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode ser assintomático ou causar sintomas leves, semelhantes aos de uma gripe. Se não tratado, pode evoluir para a AIDS, comprometendo o sistema imunológico e aumentando a vulnerabilidade a infecções oportunistas graves.
A transmissão ocorre pelo contato com fluidos corporais, como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno. O contágio pode acontecer durante relações sexuais sem proteção, compartilhamento de agulhas ou de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Sífilis
A bactéria Treponema pallidum é a causa da doença. A sífilis tem várias fases. No início, pode causar uma úlcera indolor (cancro) no local da infecção. Se não tratada, pode evoluir para erupções cutâneas, lesões em órgãos internos e danos ao sistema nervoso, cardiovascular e outros órgãos.
Gonorreia
A causadora da enfermidade é a bactéria Neisseria gonorrhoeae. Ela causa secreção purulenta da uretra, dor ao urinar, dor abdominal e, em mulheres, secreções vaginais anormais. Em casos mais graves, pode levar à infertilidade se não for adequadamente tratada.
Clamídia
A bactéria Chlamydia trachomatis é a causadora dessa enfermidade. Algumas pessoas com clamídia não apresentam sintomas, mas têm secreções anormais, dor ao urinar e dor abdominal. Sem tratamento médico, pode causar doença inflamatória pélvica (DIP) e resultar em infertilidade.
Herpes genital
O vírus herpes simplex (HSV), o HSV-2 e o HSV-1 também são a causa da herpes genital. Essa doença causa feridas ou bolhas dolorosas nas genitais, as quais se rompem e deixam úlceras. Após o primeiro episódio, o vírus permanece no corpo e pode causar surtos recorrentes.
Papilomavírus Humano (HPV)
O vírus HPV possui várias cepas, algumas com maior predisposição para causar tumores, como câncer cervical, anal, peniano e de garganta.
Enquanto algumas variantes provocam verrugas genitais — que se manifestam como pequenas protuberâncias ou lesões na região íntima — outras são classificadas como de alto risco, pois podem levar ao desenvolvimento de câncer maligno.
Hepatites Virais (Hepatite B e C)
A hepatite B e a hepatite C são causadas por vírus.
A hepatite B pode causar sintomas como cansaço, dor abdominal e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos). A hepatite C é muitas vezes assintomática, entretanto, pode gerar doenças hepáticas crônicas, como cirrose e câncer de fígado.
Tricomoníase
O protozoário Trichomonas vaginalis é o causador dessa doença. Nos homens, causa irritação uretral, dor ao urinar e secreção. Nas mulheres, os sintomas incluem secreção vaginal espumosa e odor forte, além de coceira.
Sarna e pediculose pubiana
A sarna é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, enquanto a pediculose pubiana é provocada pelo piolho Pthirus pubis. A sarna leva a coceira intensa e erupções cutâneas, enquanto a pediculose pubiana pode causar lesões, inflamações e irritação na região genital.
Quais são os fatores de risco e formas de tratamentos?
Os fatores de risco são condições ou comportamentos que aumentam a probabilidade de uma pessoa ser infectada ou transmitir uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Entre os fatores podemos citar:
- falta de uso de preservativos;
- múltiplos parceiros sexuais;
- relações sexuais desprotegidas;
- histórico de ISTs;
- uso de substâncias psicoativas;
- imunossupressão;
- idade jovem;
- sexo sem proteção durante a gravidez;
- condições de vulnerabilidade social;
- falta de informação e educação sobre sexualidade.
O tratamento das ISTs varia dependendo do tipo de infecção, se ela é bacteriana, viral ou parasitária e da gravidade da doença. Entre os tratamentos, podemos citar:
- HIV - uso de antirretrovirais (ARVs), medicamentos que ajudam a controlar a carga viral, prevenindo a progressão para o HIV;
- Sífilis - administração de antibióticos;
- Gonorreia - ingestão de antibióticos;
- Clamídia - tratamento com antibióticos, geralmente azitromicina ou doxiciclina;
- Herpes Genital - indicação de antivirais, como aciclovir ou valaciclovir, que ajudam a reduzir os sintomas e a frequência de surtos;
- Papilomavírus Humano (HPV) – se houver verrugas genitais, elas podem ser tratadas com medicamentos tópicos, como podofilina ou com procedimentos como remoção de tecidos anormais no colo do útero;
- Hepatites Virais (Hepatite B e C) - utilização de antivirais, como o tenofovir, que ajudam a controlar a infecção;
- Tricomoníase - uso de antibióticos como metronidazol ou tinidazol;
- Sarna e pediculose pubiana - ambos podem ser tratados com medicamentos tópicos, como cremes ou loções à base de permethrin ou lindano.
Existe algum tipo de IST que é capaz de causar infertilidade?
Sim, várias Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem causar infertilidade se não forem tratadas adequadamente. A infertilidade pode ser tanto masculina quanto feminina e ocorre devido ao impacto das infecções nos órgãos reprodutivos em função das seguintes doenças:
- Gonorreia;
- Sífilis;
- Herpes Genital;
- Papilomavírus Humano (HPV);
- Hepatite B e C;
- Tricomoníase;
- Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
Agora que você já conhece as principais infecções sexualmente transmissíveis, aprofunde-se no tema para se manter bem-informado e consciente sobre a importância da prevenção.
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