Entenda o que é PrEP e PEP e como esses medicamentos são usados para prevenir o HIV
Saiba como os medicamentos PrEP e PEP podem impactar a saúde pública na prevenção do HIV.

O Brasil tem alcançado avanços no combate ao HIV e à AIDS devido ao aumento do acesso ao tratamento antirretroviral. Nos últimos anos, observou-se uma queda significativa na mortalidade de pacientes afetados por essa doença no país. O número de pessoas que aderem aos tratamentos tem aumentado anualmente, juntamente com melhorias consideráveis nas estratégias de prevenção.
Apesar desses progressos, algumas regiões ainda enfrentam desafios. Infelizmente, continuam a ocorrer mortes no Brasil devido à AIDS. O uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) tem se expandido, mas as desigualdades no acesso ao tratamento e na incidência do HIV persistem. A doença afeta de maneira desproporcional as populações vulneráveis, o que torna necessário um esforço contínuo para reduzir essas disparidades.
Quer entender como os medicamentos PrEP e PEP podem prevenir o HIV? Continue a leitura!
Saiba o que são os medicamentos PrEP e PEP
Os medicamentos PrEP e PEP (Profilaxia Pós-Exposição) são abordagens farmacológicas utilizadas para prevenir a infecção pelo HIV. Ambos são recomendados para pessoas em situações de maior vulnerabilidade ao vírus da AIDS, mas são aplicados em contextos diferentes.
A PrEP é uma estratégia preventiva para indivíduos que ainda não foram expostos ao HIV, mas correm alto risco de contrair o vírus. O paciente deve tomar diariamente um comprimido que contém medicamentos antirretrovirais, geralmente uma combinação de tenofovir e emtricitabina.
Já a PEP é uma medida de emergência indicada para pacientes que foram recentemente expostos ao HIV. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, dentro de até 72 horas após a exposição, e consiste na administração dos medicamentos por 28 dias consecutivos.
Compreenda como funcionam os medicamentos PrEP
Os medicamentos utilizados na PrEP formam uma barreira química no organismo, prevenindo a infecção pelo HIV caso a pessoa seja exposta ao vírus. Quando tomada corretamente, seja diariamente ou sob demanda, a medicação mantém níveis elevados no sangue e nos tecidos, bloqueando a entrada do HIV nas células humanas.
Quando usada conforme as orientações médicas, a PrEP pode reduzir o risco de infecção por HIV em até 99% durante relações sexuais e em cerca de 74% para usuários de drogas injetáveis. Após completar o ciclo de 28 dias de uso, é necessário realizar exames de acompanhamento ou testes para garantir a eficácia do tratamento e descartar a possibilidade de infecção.
Embora a PrEP seja eficaz, ela pode causar efeitos colaterais leves, como náuseas, dores de cabeça ou cansaço. Esses sintomas costumam desaparecer com o tempo. Caso os efeitos sejam mais intensos, é essencial buscar orientação médica. Pacientes que utilizam outros medicamentos ou têm condições de saúde específicas devem informar o médico infectologista para evitar possíveis interações medicamentosas.
Confira as diferenças entre os medicamentos PrEP e PEP
As principais diferenças entre os medicamentos PrEP e PEP estão relacionadas aos seus objetivos, cronograma de uso, duração do tratamento e momento de início. A PrEP é indicada para pessoas em risco contínuo de exposição ao HIV, como aqueles com parceiros soropositivos.
Já a PEP é recomendada após uma possível exposição ao vírus, como em casos de contato com objetos cortantes, ou para profissionais de saúde que tiveram contato com sangue ou fluidos corporais contaminados.
A PrEP é um medicamento preventivo de uso contínuo, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para populações em situação de risco elevado de infecção. A PEP, por sua vez, é utilizada de forma emergencial, sendo oferecida no SUS em serviços de saúde 24 horas, como prontos-socorros e centros de testagem. Embora os dois tratamentos tenham finalidades distintas, eles se complementam na prevenção do HIV.


Descubra de que forma os medicamentos PrEP e PEP devem ser utilizados
A PrEP deve ser tomada diariamente, sempre no mesmo horário, para garantir que os níveis do medicamento se mantenham constantes no organismo. A proteção eficaz só começa após 21 dias de uso contínuo.
Para casos de relações sexuais eventuais ou planejadas, existe o uso sob demanda, que deve ser feito sob orientação médica. Nessa modalidade, o paciente toma 2 comprimidos entre 2 e 24 horas antes da relação sexual e, em seguida, 1 comprimido por dia nas 48 horas seguintes. A PrEP deve ser mantida enquanto houver risco de exposição ao HIV e interrompida somente com orientação médica.
Já a PEP precisa ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente até 2 horas após a exposição ao HIV, sendo eficaz até 3 dias após o evento. Após esse período, a eficácia do medicamento diminui significativamente. As doses devem ser tomadas conforme a prescrição médica. Se uma dose for esquecida, deve ser ingerida assim que possível, mas nunca é recomendado dobrar a dose seguinte.
Veja como os medicamentos PrEP e PEP agem e previnem o HIV
Os medicamentos PrEP e PEP atuam diretamente no ciclo de replicação do HIV, prevenindo que o vírus infecte as células do organismo. Embora ambos utilizem componentes antirretrovirais, suas formas de ação variam de acordo com o momento da exposição ao HIV. A seguir, veja mais detalhes sobre cada um!
Mecanismo de ação PrEP
A PrEP é um tratamento preventivo utilizado antes da exposição ao HIV, que cria uma barreira no organismo para impedir a infecção. O paciente utiliza uma combinação de medicamentos antirretrovirais, geralmente emtricitabina e tenofovir disoproxil fumarato.
Esses medicamentos agem inibindo a enzima transcriptase reversa, que é essencial para o HIV converter seu RNA em DNA. Sem essa conversão, o vírus não consegue se replicar, prevenindo assim a infecção.
Mecanismo de ação PEP
Mesmo que o HIV entre no corpo durante uma relação sexual sem preservativo, ele não consegue estabelecer uma infecção duradoura se a PEP for iniciada a tempo. A PEP é um tratamento emergencial que interrompe a replicação viral antes que o vírus consiga se estabelecer no organismo. A terapia consiste em uma combinação de três medicamentos antirretrovirais, que podem incluir tenofovir, emtricitabina e dolutegravir.
Bloqueio da replicação viral
Ambos os tratamentos impedem que o HIV se replique e se integre ao DNA humano, o que é crucial para o desenvolvimento da infecção. Sem a replicação viral, o sistema imunológico consegue eliminar o vírus que não conseguiu se estabelecer. A PrEP é altamente eficaz, oferecendo proteção para aqueles que fazem uso consistente dos medicamentos.
Acompanhamento médico
PrEP e PEP não substituem o uso de preservativos, que continuam sendo fundamentais na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Ambas as estratégias exigem acompanhamento médico, com a realização de testes regulares de HIV e avaliações para outras condições. A adesão correta ao tratamento é essencial para garantir a eficácia de ambos os métodos.
Agora que você entende o que são a PrEP e a PEP e como esses medicamentos ajudam na prevenção do HIV, lembre-se de que eles são complementares às práticas de sexo seguro e ao uso de preservativos. Portanto, devem ser parte de uma abordagem de prevenção combinada para minimizar os riscos de infecção pelo HIV.
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