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Dermatologia: saiba tudo sobre esta especialidade médica

Embora muitos acreditem que a dermatologia está totalmente relacionada à estética, esta especialidade é repleta de desafios. Descubra quais são eles!

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Dermatologistas são os médicos capacitados a diagnosticar, tratar e/ou manter o controle de todas as enfermidades que podem acometer ao maior órgão do corpo humano. Baita responsabilidade! Após um ano de clínica médica e outros dois totalmente direcionados a tecidos subcutâneos, pele, cabelos e unhas, o residente em dermatologia está pronto para atuar na área.

Mas, embora muitas pessoas acreditem que esta especialidade médica está totalmente relacionada à estética, a rotina desses profissionais pode ser repleta de desafios. Quer saber quais são eles? Então, continue a leitura até o fim!

Importância da Dermatologia

Entre as condições mais graves está o câncer de pele melanoma. Pessoas que têm histórico da doença na família precisam estar alerta e em constante contato com seus dermatologistas para avaliação de pintas e manchas que podem surgir com o tempo.

Outros tipos de câncer de pele, como o basocelular e o espinocelular, também carecem de acompanhamento médico, mas são menos agressivos do que o melanoma. Toda esta atenção redobrada deve-se a importância do diagnóstico precoce a fim de se obter as melhores chances de cura à enfermidade.

Médicos especializados em dermatologia aprendem sobre alergias, o sistema imunológico, infectologia, entre outros assuntos muito importantes à manutenção do bem-estar. Inclusive, uma das subespecializações da profissão é direcionada à enfermidade mais antiga da humanidade: a hanseníase.

De evolução crônica, a hanseníase se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos, como falta de sensibilidade ao toque e diminuição da força nas mãos e nos pés. Apesar de todas as pessoas estarem expostas à sua transmissão, que acontece pela respiração e pelo contato com doentes não tratados, a maioria já possui resistência natural ao bacilo. Isso não significa, porém, que a doença não deve ser levada com seriedade, pois certos danos são irreversíveis.

Além disso, o trabalho do dermatologista também pode auxiliar a saúde mental das pessoas, pois, uma vez que aprendem sobre cosmiatria, os dermatologistas são habilitados a tratar da beleza e de alterações estéticas da pele. Condições estas que quando em desequilíbrio podem afetar a autoestima das pessoas.

Quando procurar ajuda

Aproveitando a deixa, falaremos agora de casos mais simples, mas bastante comuns a partir da puberdade, que também precisam ser tratados por dermatologistas. Afinal, quase todo mundo já sofreu com pelo menos um dos seguintes problemas:

  • Cravos e espinhas;
  • Coceira, vermelhidão e descamação;
  • Pele muito seca ou muito oleosa;
  • Unhas fracas ou manchadas;
  • Suor em excesso;
  • Queda de cabelo, caspa e fios quebradiços;
  • Mau cheiro nas axilas ou nos pés.

Com base nos conhecimentos teóricos e práticos que adquiriu durante a residência e naqueles que aprendeu por experiência própria, o médico prescreverá pomadas, xampus, sabonetes ou até medicamentos. Vale ressaltar que, o uso indevido mesmo de produtos que não exigem receita pode causar o efeito contrário ao que se almeja. Portanto, procure sempre a opinião de um especialista em vez de acreditar em dicas de revista e/ou amigos e familiares.

Agora, fique atento a manchas claras, róseas ou avermelhadas, que apresentem diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, ao frio ou ao tato. Estes são os principais sinais da hanseníase em estágio inicial. Quando mais avançada, também podem ocorrer:

  • Caroços na pele
  • Dormências;
  • Diminuição de força e inchaços nas mãos e nos pés;
  • Formigamentos ou sensação de choque nos braços e nas pernas;
  • Entupimento nasal;
  • Problemas nos olhos.

Ao sentir um ou mais dos sintomas listados acima, marque uma consulta dermatológica imediatamente ou dirija-se à unidade de saúde da família mais próxima. No Brasil, o tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dia a dia do dermatologista

Em sua maior parte, o trabalho do dermatologista acontece em ambulatórios da rede pública, conveniada ou particular. Assim, sua rotina consistirá em realizar consultas eletivas e/ou retornos de pacientes que já estejam em tratamento para acne, micoses superficiais, transtornos de pigmentação, etc.

Tais consultas podem ser simples de diagnosticar ou ser mais complicadas. Na prática, avaliações para prevenção precisam ser bem minuciosas para detectar de forma assertiva problemas causados por fatores externos, internos e/ou pelo sol. Embora não seja comum, este atendimento também pode ser feito a domicílio.

O especialista em dermatologia também pode empreender, abrindo uma clínica própria focada em procedimentos estéticos. Entre os mais conhecidos estão a aplicação de toxina botulínica (botox), que paralisa a musculatura facial, e o preenchimento cutâneo, que podem ser utilizados para aumentar o tamanho natural dos lábios, por exemplo.

Além disso, dermatologistas também podem realizar desde pequenas a grandes cirurgias. No primeiro caso, que abarca biópsias cutâneas, cauterizações e crioterapias, entre outras intervenções, o médico não precisa deixar o ambiente ambulatorial para realizá-los. Cirurgias maiores, porém, devem acontecer necessariamente em hospitais.

Perfil de um bom dermatologista

Quando uma mancha vermelha na pele é uma reação alérgica e quando é um hematoma? Com seu olhar apurado, suas ferramentas e muita bagagem teórica, o dermatologista é capaz de diferenciar enfermidades muito parecidas.

Às vezes, é possível que um exame laboratorial precise ser solicitado para verificação, mas, em muitas ocasiões, o paciente sai do consultório com o diagnóstico pronto. Isso significa que todo aspirante a dermatologista deve ser uma pessoa atenta a detalhes e com boa memória fotográfica. Afinal, a dermatologia é uma especialidade bastante visual.

A delicadeza também será uma qualidade bem-vinda a essa especialidade. Cirurgias e procedimentos estéticos em regiões muito sensíveis e/ou pequenas, como cistos em locais próximos terminações nervosas, por exemplo, serão mais bem executados por mãos leves e acostumadas a realizar movimentos sutis.

Por último, mas em nenhum sentido menos relevante, esse especialista precisa ter boas habilidades interpessoais, pois muitos pacientes sofrendo com dermatoses chegarão até ele com a autoconfiança abalada. Nestes casos, assim como no atendimento a pessoas que buscam intervenções estéticas, o médico precisa ter sensibilidade para relacionar-se.

Janeiro Roxo pelo combate à hanseníase

Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado, entre 2015 e 2019, foram diagnosticados mais de 130 mil novos casos de hanseníase no Brasil. Do total, 55% ocorreram em pessoas do sexo masculino, o que se deve a menor atenção dada à Saúde por este grupo de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Embora o número de casos registrados já seja alto, é possível que estes não retratem o verdadeiro quadro da doença no país. Isso acontece porque a hanseníase trata-se de uma enfermidade contagiosa ainda vista com bastante preconceito. Quando as primeiras pessoas adoeceram ainda no século VI a.C., a solução encontrada pelas autoridades da época foi isolá-las do restante da sociedade. Desde então, o estigma por trás da doença habita nosso inconsciente coletivo.

Há também outro fator agravante: a negligência por parte da indústria farmacêutica. Todavia, mesmo que a qualidade da prevenção e do tratamento pudesse ser melhor, a hanseníase é uma doença que pode ser curada com os medicamentos existentes. Portanto, a conscientização promovida pela campanha Janeiro Roxo é de extrema importância social.

Por fim, as regiões com mais casos de hanseníase no Brasil são também as que apresentam a menor quantidade de dermatologistas per capita. Então, se você se apaixonou por esta especialidade depois de ler o nosso artigo e deseja fazer a diferença, saiba como estruturar uma carreira em Medicina.