Câncer infantil: conheça os 7 principais e suas características
Quem quer ser pediatra precisa saber tudo sobre os tipos de cânceres infantojuvenil mais comuns e como identificá-los. Comece seu aprendizado aqui!
Novembro abraça uma série de datas importantes. Uma delas é o dia 23 pelo Combate ao Câncer Infantil. No Brasil, a taxa de sobrevivência está estagnada há duas décadas, registrando quase o dobro de mortes de crianças e adolescentes pela doença do que nos Estados Unidos.
É uma morte a cada três minutos no mundo, com cerca de 400 mil casos anuais e, para o nosso país, as estimativas não são animadoras. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 8,5 mil novos casos seriam registrados entre 2020 a 2022.
A dificuldade de acesso a um diagnóstico precoce é um dos principais fatores por trás do índice. Por esse motivo, quem quer ser pediatra com subespecialização em Oncologia precisa saber tudo sobre os tipos de cânceres infantojuvenis mais comuns e quais sintomas devem levantar uma bandeira vermelha no momento da anamnese.
Como o maior ecossistema de educação em saúde e healthtechs, assumimos a responsabilidade de informar você quanto a isso. Então, anote tudo que achar mais relevante e compartilhe este artigo com seus colegas, beleza?
Tipos de cânceres infantis mais frequentes
Leucemia
É o tipo de câncer mais comum em crianças e adolescentes, sendo 75% dos casos de leucemia linfoide aguda (LLA) e, o restante, leucemia mieloide aguda (LMA) ou crônica. O que difere os dois primeiros são as células que cada um atinge: a LLA ataca a medula óssea, enquanto a LMA ataca os formadores de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas.
A leucemia crônica também se divide em dois grupos distintos: a leucemia linfoide crônica (LLC) e a leucemia mieloide crônica (LMC). A principal diferença entre esses e os primeiros que mencionamos anteriormente é a velocidade de crescimento de suas células doentes, sendo a LLA de progressão mais rápida.
Tumores Cerebrais e do Sistema Nervoso Central (SNC)
Existem muitas categorias de tumores cerebrais, cada um exigindo um tratamento com diferentes prognósticos. Em sua totalidade, eles representam 26% dos cânceres que acometem crianças e adolescentes, ocupando assim a segunda posição em malignidade e sendo o tipo sólido mais comum na infância.
Em sua maioria, eles se iniciam nos órgãos inferiores do sistema nervoso central: cerebelo e tronco cerebral. Já os tumores da medula espinhal são mais raros, não apenas em crianças como também em adultos.
Neuroblastoma
Diferentemente do câncer anterior que afeta a estrutura do sistema nervoso, o neuroblastoma é uma forma que acomete as células nervosas, representando 6% dos casos. O maior desafio para o tratamento dessa doença deve-se à sua origem, pois o tumor se inicia quando a criança ainda é um embrião ou feto em desenvolvimento.
Em geral, o neuroblastoma é diagnosticado no abdômen devido ao aparecimento de inchaço nesta parte do corpo. Porém, também pode ser encontrado nas glândulas adrenais acima dos rins, no pescoço, no peito, na pelve e nos ossos.
Tumor de Wilms
Este câncer começa nos rins, mas raramente é encontrado em ambos os órgãos. Normalmente, são pacientes de 3 a 4 anos de idade que são acometidos pela doença, que é menos frequente em adolescentes.
O Tumor de Wilms é responsável por 5% dos cânceres infantis e desenvolve-se como uma massa palpável indolor no abdômen da criança. Sua metástase pode ocorrer principalmente para o pulmão. Mas, quando bem localizada, as chances de cura são elevadas, alcançando até 90%.
Linfomas
Os linfomas são um tipo de câncer que se iniciam nos linfócitos, que são as células que compõem o nosso sistema imunológico. Assim, as principais partes do corpo que são afetadas são os gânglios e tecidos linfáticos, como as amígdalas e o timo.
Frequentemente, são confundidos com leucemia, pois também podem acometer a medula óssea. Existem dois tipos de linfomas: o de Hodgkin, que representa cerca de 3% dos casos, e o não Hodgkin, que é mais comum, com 5%. Ambos crescem rápido e necessitam de tratamento intensivo para aumentar as chances de cura.
Rabdomiossarcoma
É o nome do sarcoma de partes moles mais comum em crianças, e representa 3% dos cânceres infantis. Sua ocorrência se dá nas seguintes partes do corpo: virilha, pescoço, abdômen, pelve, cabeça, braços e pernas, causando dor e inchaço.
O rabdomiossarcoma surge primeiro nas células responsáveis pelo desenvolvimento de músculos esqueléticos, que pertencem ao sistema locomotor. Infelizmente, sua detecção acontece normalmente quando já houve metástase e os tumores já estão alojados no pulmão, na medula óssea, nos linfonodos e/ou nos ossos da criança e do adolescente.
Retinoblastoma
Este é um tipo de câncer que acomete os olhos, com um total de 2% dos casos. Dois também é a idade com maior nível de incidência da doença, que raramente é diagnosticada em crianças com mais de seis anos.
Sua aparência estranha é o que alerta pais, professores e familiares quanto à presença do tumor. Isso porque a pupila doente aparenta tom branco ou rosa por conta do sangue dos vasos do fundo do olho quando observada sob a luz. Na sua ausência, a coloração natural seria o vermelho.
Sintomas gerais de câncer infantil
Como você já deve bem saber, qualquer câncer é oriundo de um crescimento anormal de células que formam tumores, sejam eles malignos ou benignos. Quando não estão doentes, as células crescem, se dividem, morrem e são substituídas de modo ordenado e na quantidade necessária para o devido funcionamento do corpo humano.
Esse é o processo natural da divisão celular. No entanto, em casos de enfermidade, o processo acontece de forma descontrolada, seja por fatores externos ou genéticos, causando malefícios a seu portador.
Nos casos de câncer infantil, uma particularidade comum a todos é a velocidade com que se desenvolvem os primeiros sinais da doença. É preciso estar atento às alterações físicas e comportamentais nas crianças e nos adolescentes com que se convive e que serão seus pacientes.
Cada tipo de câncer tem suas particularidades. Porém, alguns sintomas gerais mais comuns são:
- Dor progressiva;
- Febre sem causa aparente que não melhora;
- Dor de cabeça frequente, acompanhada de vômito;
- Alteração repentina da visão;
- Nódulo ou inchaço estranho, sem causa perceptível.
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