Graduação

5 conselhos para o estudante de Medicina iniciante

Medicina é uma das profissões mais concorridas do país. Essas dicas podem lhe ajudar a seguir pelo melhor caminho dentro da carreira

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Cursar Medicina é aprender a lidar com o que há de mais fantástico no mundo: a vida. A responsabilidade, claro, é imensa – e a cobrança, em todos os sentidos, também. A profissão requer uma atualização constante com altas cargas de estudo e prática, contatos e interesse genuíno pelas pessoas e as histórias que as cercam. 

Além disso, há um desafio prático: a profissão é a que paga os maiores salários do Brasil, e o curso está há décadas entre os mais concorridos das faculdades. O número de médicos em atividade aumenta a cada ano no país. Segundo dados da Demografia Médica Brasileira, existem atualmente mais de 400 mil profissionais formados. 

Isso representa, em média, 2,11 médicos para cada grupo de mil pacientes, taxa que nos aproxima de mercados desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e Japão. Vale ressaltar que há médicos que atuam em mais de um estado, o que pode duplicar os registros no Brasil.

Todo esse preparo, estudos constantes e dedicação para quem deseja seguir a profissão são essenciais tanto para quem ainda está no vestibular, como para os médicos iniciantes ou com anos de carreira bem estruturada. Mas para quem está na fase inicial dos estudos, é fácil se sentir meio perdido sobre o que priorizar. 

Neste post separamos 5 conselhos essenciais para quem está no início dos estudos na área, dicas que vão além das informações sobre como estudar. Confira!

Escolha um caminho

A Medicina conta com mais de 50 especialidades e um vasto campo de atuação para quem deseja ser Clínico Geral. Diante de tantas opções, é comum surgirem dúvidas sobre qual caminho seguir, onde trabalhar e qual área escolher. 

Até porque muitas pessoas pensam ter afinidade com uma área, mas não a conhecem tão bem na prática. Em outros casos, alguns estudantes preferem focar nas áreas que possuem maior impacto social ou então nas mais tradicionais, como a Ginecologia e a Pediatria. Isso sem contar nas mudanças recorrentes de algumas especialidades, graças aos avanços de pesquisas e tecnologia. 

Entre as especialidades mais bem pagas estão a Neurocirurgia, pela complexidade, e Cirurgia Plástica, já que estamos no país com o maior número de procedimentos estéticos no mundo. Medicina Diagnóstica, Anestesiologia e Terapia Intensiva também estão entre as especialidades que contam atualmente com alta demanda por profissionais.

Para quem tem dúvida sobre qual caminho seguir, pesquisar é o principal conselho. Cada especialização possui particularidades, tanto na forma de atuação quanto no número de oportunidades oferecidas e na remuneração salarial. 

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Outra dica é fazer um teste vocacional médico, como o desenvolvido pela Universidade de Virgínia (EUA). Nele é possível ter a direção de uma especialidade com base nas respostas do futuro profissional nas 148 perguntas sobre afinidades, aptidões e conhecimento.

Conheça suas habilidades

Por mais que testes e pesquisas ajudem muito, nada é melhor do que investir em autoconhecimento. Qualquer escolha feita trará um risco de erro, então, conhecer melhor suas habilidades, preferências e motivações é o que contribui para o sucesso dessa decisão tão importante para sua carreira a longo prazo. 

O exercício de se conhecer compreende a análise e o reconhecimento de fatores como habilidades, influências e aptidões. O que lhe motiva a escolher essa profissão? Você busca, por meio dela, ser admirado socialmente ou ser bem remunerado? Gosta de trabalhar em grupo ou sozinho, funciona melhor sob pressão ou em ambientes mais tranquilos? 

Tudo isso importa, e apenas você terá as respostas. 

Vale ressaltar também que, ao se autoconhecer melhor, ter uma visão mais aprofundada sobre suas sensações e percepções de mundo, você se transforma em um profissional melhor. A medicina requer muitas vezes o trabalho complementar de múltiplas ciências, como a psicologia e a fisioterapia, já que o paciente pode dizer bem mais de si mesmo para além de suas queixas físicas em consultórios, o que requer uma atenção e conhecimento emocional redobrado por parte do médico que o atende.  Quanto melhor você se conhece, mais facilidade terá para ter empatia com os outros. 

Para além das capitais

As pesquisas e autoconhecimento ajudarão ainda a tomar uma outra decisão complexa: saber em qual região será sua atuação profissional. 

Pode parecer óbvio escolher atuar na cidade onde você mora, mas arriscar-se em locais diferentes pode trazer novas experiências sociais e reconhecimentos financeiros positivos que devem ser considerados.  

Muitos médicos concentram suas buscas de trabalho e atuação apenas nas capitais ou em locais perto da própria casa. Porém, em grandes cidades como São Paulo há uma concorrência muito grande no mercado de trabalho. 

Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contabilizam 125 mil postos de medicina apenas no estado de São Paulo, que concentra cerca de 30% do total de todo o país. A região Norte é a que possui um número menor de médicos, apenas 4,4%, seguida da região Centro-Oeste, com 7,9%.

Estima-se que exista hoje uma soma de 4,84 médicos para cada mil habitantes nas grandes capitais, enquanto as cidades interioranas só possuem 1,23 profissionais. Essa disparidade faz com que os salários para médicos em cidades do interior cheguem a ser o triplo do ofertado nos grandes centros. 

Com tanta oferta e melhores salários, por que não se arriscar a trabalhar em um lugar diferente, fora de sua zona de conforto?

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Dê tempo ao tempo

Muitos estudantes de Medicina em fase inicial se imaginam salvando vidas e atendendo pacientes em seu consultório já no primeiro semestre da graduação. Mas é preciso ter calma e lembrar que há ainda um longo caminho de conhecimento a percorrer. 

O atendimento aos pacientes começa entre o 5º e 6º ano, quando os estudantes atuam nos hospitais, na fase conhecida como internato. As atividades ocorrem em sala de aula e nos laboratórios, com o intuito de conhecer o funcionamento dos órgãos e do corpo humano em geral, e base para as disciplinas clínicas e cirúrgicas.

Quanto mais você estiver informado sobre as fases de evolução dos estudos e práticas de Medicina, menos dúvidas terá em relação a cada uma das fases e evitará frustrações desnecessárias. 

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Programe sua agenda 

Atuar em uma área que requer esforço e dedicação constantes exigirá de você uma programação constante também de agenda, tanto para o estabelecimento de prazos e metas quanto para não deixar de cuidar de si mesmo em meio a tantas atribulações. 

Estabelecer uma rotina desde o começo dos estudos lhe ajudará a encontrar espaços para adaptações e novas prioridades com mais facilidade. Até porque não adianta criar uma lista inflexível de tarefas. Trace suas metas e planos de acordo com seu estilo de vida e organize uma rotina viável - incluindo espaços para que você se alimente de forma saudável e tenha uma boa noite de sono. 

Aplicativos, post-its, blocos planejadores e agendas podem ajudar bastante nessa missão. Teste o que funciona melhor para você. 

Conselho extra: seja humilde

Lembre-se sempre que você está no caminho para se tornar uma médica ou um médico excelente, mas não se cobre tanto agora por não dominar todas as teorias e técnicas. 

Ter a humildade de perguntar, reavaliar e começar de novo é fundamental para qualquer profissional que deseja aprender de verdade e com trocas realmente valiosas com todos à sua volta. 

Para planejar melhor sua vida profissional e saber quais critérios utilizar na escolha da  especialidade, confira nosso Manual de como estruturar um plano de carreira na Medicina.

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