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8 cientistas que contribuíram para o avanço da Medicina no Brasil

Conheça algumas das personalidades brasileiras que mudaram o rumo da Medicina no país e no mundo, movidos pela curiosidade e pelo bem comum.

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Óculos, celular, banda larga e luz elétrica. Para todo lugar que olhamos há uma descoberta científica importante, portanto, seria impossível enumerar todas elas. Quando falamos em Medicina, a ciência tem papel fundamental na evolução do ser humano, seja na melhora da qualidade de vida e saúde, e até na maneira como nos relacionamos. 

Grandes problemas na história do mundo foram solucionados pela ciência desde o início da humanidade, mas foi só em 2001 que um dia foi designado como o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico, celebrado, desde então,  em 8 de julho. A data marca as produções científicas do país e ajuda a divulgar a importância  da ciência para a sociedade.

A seguir, destacamos alguns nomes de brasileiros e brasileiras de extrema relevância para o avanço da Medicina no Brasil e no mundo.

Oswaldo Cruz (1872-1917)

Nascido em São Paulo e filho de um médico, Oswaldo Cruz foi pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental brasileira, o que o levou a tornar-se um dos profissionais responsáveis pelo fim da febre amarela, varíola e da peste bubônica no Brasil. Voltado principalmente para as questões de saúde pública, ele foi sanitarista, epidemiologista e bacteriologista.

Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Federal, no Rio de Janeiro, depois transformado no Instituto Oswaldo Cruz, uma entidade respeitada internacionalmente. Entre muitos feitos, foi diretor-geral da Saúde Público, de 1903 a 1909, e ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências, em 1916.

Carlos Chagas (1879-1934)

Carlos Justiniano Ribeiro Chagas foi um biólogo, médico sanitarista, cientista e bacteriologista que trabalhou como clínico e pesquisador. Iniciou sua carreira no combate à malária e destacou-se ao descobrir o protozoário Trypanosoma cruzi (cujo nome foi uma homenagem a Oswaldo Cruz) e a tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas. 

Ele foi o primeiro - e até os dias atuais permanece o único - cientista na história da Medicina a descrever completamente uma doença infecciosa: o patógeno, o vetor (Triatominae), os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia.

Recebeu na Alemanha dois importantes prêmios concedidos a cientistas de destaque: Prêmio Schaudinn, em 1912, e Prêmio Krummel, em 1925.

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Suzana Herculano-Houzel (1972)

Os estudos da neurocientista e bióloga carioca Suzana Herculano-Houzel ajudaram a desvendar os mistérios do cérebro humano e como ele se tornou o que é. Ela contribuiu com o desenvolvimento de um método de contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais, estudo que ajuda em uma maior compreensão da evolução humana.

Autora de vários livros, é formada em biologia genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem um doutorado pela Universidade de Paris e um pós-doutorado na Alemanha. Em 2004, recebeu a Menção Honrosa do Prêmio José Reis de Divulgação Científica pelo conjunto do seu trabalho. É professora da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, onde pesquisa as regras de construção do sistema nervoso central em humanos e outras espécies, e continua popularizando questões científicas.

Adolfo Lutz (1855-1940) 

Médico nascido no Rio de Janeiro, Lutz foi pioneiro na área de epidemiologia na pesquisa de doenças infecciosas, como varíola, peste bubônica, febre tifóide, esquistossomose e  malária. Outras de suas maiores realizações foram o pioneirismo sobre a Entomologia Médica e as propriedades terapêuticas das plantas brasileiras. Como zoologista, ele descreveu várias novas espécies de anfíbios e insetos. 

Também foi um dos primeiros no uso do método pasteuriano e é considerado o pai da medicina tropical. Em 2017, seu sobrenome foi homenageado a partir da nomeação da espécie de perereca Aplastodiscus lutzorum.

Maria Deane (1916-1995)

Uma das mais destacadas protozoologistas brasileiras, Maria José Von Paumgartten Deane publicou mais de 150 trabalhos em periódicos nacionais e estrangeiros. Também dedicou-se às pesquisas de campo e de laboratório, fundamentais no combate a males endêmicos, como malária, filariose, leishmaniose visceral, verminose e leptospirose. Junto ao marido Leônidas de Melo Deane, também parasitologista, ajudou a fundar o Instituto de Patologia Experimental do Norte, o Instituto Evandro Chagas, o Serviço de Malária do Nordeste e o Serviço Especial de Saúde Pública. O nome da sede da Fiocruz na Amazônia homenageia o casal.

Vital Brazil (1865-1950)

Vital Brazil Mineiro da Campanha foi um importante médico, cientista, imunologista e pesquisador biomédico brasileiro de renome internacional. Como médico sanitarista, participou das brigadas de combate à febre amarela e à peste bubônica em várias cidades de São Paulo. Desenvolveu materiais informativos, especialmente voltados para a população do campo sobre como se proteger das cobras e outros animais peçonhentos. 

Trabalhou junto com Oswaldo Cruz e Emílio Ribas no combate à peste bubônica, ao tifo, à varíola e à febre amarela, além de ajudar a fundar e instalar o Instituto Butantan, onde desenvolveu importantes trabalhos de pesquisa e produção de medicamentos.

Mares Guia (1935-2002)  

Mares Guia foi um químico mineiro que estudou as reações químicas catalisadas pelas enzimas humanas. Depois de viajar para fora do país para pesquisas aliadas à experiências em indústria, voltou ao Brasil decidido a promover também aqui essa interação e montou o laboratório que seria a base para a primeira empresa fabricante de enzimas no país, a Biobras, maior produtora de insulina sintética da América Latina. A fábrica ofertava uma alternativa à extração de insulina do pâncreas de bois e porcos, como era o comum da época, com a produção de insulina e, como consequência, ampliou o tratamento de diabetes no país.

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Jaqueline Goes de Jesus (1989)

Jaqueline e a  equipe mapearam os primeiros genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país - para se ter ideia do tamanho do feito, a média de tempo para mapeamento no restante do mundo foi de 15 dias. A sequenciação permitiu diferenciar o vírus que infectou o paciente brasileiro do genoma identificado em Wuhan, epicentro da epidemia na China. 

Pesquisadora negra com grande representatividade na defesa da ciência, Jaqueline é doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, atualmente, desenvolve pesquisas em nível de pós-doutorado no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da Universidade de São Paulo (IMT/USP). Em dezembro de 2021, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) homenageou a cientista com a entrega da Comenda Zilda Arns 2020.

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